Agora, fim de junho de 2018
Saí do consultório de meu psicólogo em Toronto e coloquei meus fones de ouvido. Killing Me do Jacob Whitesides preencheu minha alma quebrada. Essa era a música que eu mais estava ouvindo nos últimos tempos, justamente para tirar Taylor de meu sistema. Depois de meses procurando uma cura para o que eu estava sofrendo, percebi que o amor que sentia por Taylor era tóxico, mas que eu não conseguia me livrar dele. Nós nos entregamos a impulsos carnais, subjugando nossos sentimentos e apenas procurando o que sentir. Sentimentos falsos, medonhos, ligados a um falso amor impressionante.
Com algumas consultas, percebi o inevitável: eu já me preparava para um fim. Já sabia que o fim estava próximo com Taylor, apenas nunca quis admitir. O fato de estarmos sempre juntos não significava que sentíamos algo, de fato. Apenas significava que estávamos usando a presença um do outro para preencher um vazio expressivo. Aliás, quase não falávamos de amor, ou éramos carinhosos. Taylor sempre pedia para as coisas serem mais físicas, e eu, tolo como sou, aceitei. Todas as vezes. É ridículo como só nos dávamos bem em quartos, fossem eles de hotel ou de nossos apartamentos. Nós, na verdade, brigávamos muito, mas eu sempre achava um jeito de terminar com as discussões e sempre assumia que tinha resolvido tudo. Erro de principiante.
O quarto era nosso paraíso, o resto do mundo era nosso inferno, nosso intenso e desgastado cenário de guerra. Era como se eu apenas me rendesse aos seus caprichos para não perder sua companhia. Ela sempre soube que eu não tive um bom exemplo de amor em minha família, então usou isso contra mim e me prendeu em uma coleira durante anos. Entrei em desespero quando ela terminou comigo, mas não por amá-la, apenas por não achar que poderia viver sem uma companhia. Entretanto, eu podia. Após quase dois anos de visitas ao meu psicólogo, apesar de não lembrar exatamente da cena de nosso término, sei agora que não posso viver com ela. Estava me matando, como diria Jacob Whitesides. E, diferente do que ele diz na música, eu não tinha pesadelos (afinal, o que "acordar suando frio" poderia significar, se não isso?). Não conseguia. Tudo por causa da doença que Taylor desencadeou em mim.
Ok, doença não. Todos os médicos pelos quais passei preferem chamar de limitação emocional. Meu psicólogo, Andrew, poucos anos mais velho que eu, diz que uma doença geralmente não pode ser curada por nós, com tratamentos psicológicos e sem remédio algum. O que tenho, por outro lado, só pode ser curado com força de vontade (e todo o processo que Andrew diz que não pode curar uma doença). Talvez ele diga isso para me fazer sentir melhor, mas prefiro acreditar que é verdade. Meu esforço já trouxe parte de minha criatividade de volta, então já significa muito, pois posso terminar os diversos livros que abandonei.
Se quer saber, era bom deixar de ser um zumbi, mesmo que aos poucos.
Eu só não sabia como poderia reagir durante todo o próximo mês. O casamento de Frankie e Felicity estava chegando e, por causa da minha faculdade, da faculdade de Ethan, dos livros de Rebeca, dos shows de Sean, dos shows de Harry e dos projetos visuais de Felicity e Frankie, pouca coisa estava de fato preparada. Tínhamos um mês para decidir algumas coisas, o mês de julho (um dos nossos 3 meses de férias). Por isso, Frankie chamara todos os padrinhos para ficarem em sua casa (futura casa dos noivos) e Felicity chamara as madrinhas para ficarem em sua casa, a qual seria apenas a casa de seus pais. E eu estava prestes a entrar em um avião para permanecer um mês em Vancouver. Andrew me autorizara a viajar, apenas precisava conversar com ele a cada dois dias, para não interromper o tratamento. Não via problema algum.
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Iminência Estelar
RomanceCasamentos são lindos, mas também podem ser um verdadeiro caos, principalmente para os padrinhos. Tom ainda está superando o fim de seu primeiro e único relacionamento, com sua namorada de escola. E, ainda assim, precisa fingir que acredita no amor...