6 - Tentativa número 1

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— Eu tenho certeza que sua preciosa Leia não se prestaria a esse papel

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— Eu tenho certeza que sua preciosa Leia não se prestaria a esse papel. — Charlottie resmungou quando erramos os passos da dança pela enésima vez naquela noite. Estava ficando tarde e a música estava piorando muito nosso humor. Owen não cansava, e isso era duplamente desgastante.

— Eu tenho certeza que o Luke não seria legal o bastante para fazer isso por um amigo.

— Muito bem, pessoal. — Owen gritou, mesmo que não houvesse a menor necessidade. Pessoas animadas me tiram do sério às vezes. — Está tudo bem errarem a parte em que Lottie estica a perna para Tom a agarrar e carregar, mas... — Se fosse só isso... — Como não conseguem se segurar em um simples aperto de mão?

— Acho que é uma questão de confiança. — Ela comentou inutilmente.

— Querem que eu faça aquele exercício padrão de confiança?

— Não! — Gritamos em uníssono. Nós dois sabíamos que isso só causaria dor, física.

— Então repitam só essa parte para mim, sem música. — Ele gesticulou, fazendo com as mãos uma demonstração do que deveríamos fazer. Na verdade, foi uma das piores demonstrações que eu já vi, pois as mãos não tinham a articulação necessária para a complexidade do passo.

Aliás, esse é um passo simples.

Inferno!

Respirei fundo e me posicionei, apenas desejando que aquilo acabasse o mais rápido possível. Peguei a mão direita de Lottie e tive aquela sensação estranha novamente. A vancouverite sorriu para mim, parecendo incerta sobre o que estávamos fazendo. Isso me fez lembrar de uma personagem de um dos meus livros, desconfiada com tudo e todos por ser uma ótima policial e sempre conseguir identificar os criminosos. Acho que Charlottie seria uma policial incrível, se não fosse uma blogueira reconhecida, é claro. Ela fala sobre sentimentos e sobre problemas que os famosos passam, humanizando-os. É interessante ver como o fato de ela ser cinco anos mais nova que eu não a torna ingênua, muito pelo contrário.

Mas foquemos na dança.

Toquei uma trilha sonora qualquer na cabeça e dei um grande passo para trás, no exato momento em que Charlottie funcionava como meu espelho. Relaxamos nossos corpos, deixando todo o peso de nossos corpos ser suportado pelo entrelaço de nossos braços. Braços direitos esticados, unidos e fortificados. Dessa vez nada deu errado, talvez porque quiséssemos nos livrar daquilo o mais rápido possível. Foi um consenso silencioso continuar. Dei uma volta completa em Chalottie, terminando de costas para ela. Com clara hesitação, ela colocou as mãos em minhas costas, um aviso para que eu me atentasse. Sim, sim, isso fazia parte da coreografia, mas era, acima de tudo, um indicativo de que passaríamos para o próximo passo. Lottie trilhou as mãos por toda a extensão das minhas costas e então fez o que eu já esperava, manteve as pernas paradas e jogou o tronco para trás, transformando seu corpo em uma espécie de ponte. Ela teria caído se eu não tivesse virado e esticado meu braço para ampará-la, ao mesmo tempo. Isso também fazia parte da dança. Nossos rostos ficaram colados, então voltei à minha postura habitual, puxando-a junto. Auxiliei para que fizesse uma pirueta, então ela se afastou, virou-se para mim e, de onde estava, correu ao meu encontro. E deu um salto para finalizar em meu colo.

Mas é claro que essa parte não deu certo.

Acabamos os dois nos colchonetes típicos de academia, um em cima do outro, com o corpo dolorido.

— Para mim chega!  

— Para mim chega!  

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