5 - Perdido e encontrado

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— Eu tenho mentido desde o começo, você sabe que está acabando comigo

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Eu tenho mentido desde o começo, você sabe que está acabando comigo... — Cantarolei, bem baixinho, observando uma bolha de minha Coca fazer seu trajeto ao topo. Os versos de November 9 não saíam da minha cabeça. Era como se eu sentisse que aquilo estivesse acontecendo comigo, o que nem fazia sentido! Estávamos no começo de Julho, não Novembro. Todos os casais conversavam sobre coisas românticas, relacionadas ao casamento. Isso me causava dor, apesar de não gostar de admitir. Então saí de nossa mesa e fui ao bar, acomodando-me em um dos bancos diante do barman.

E, para ser sincero, eu sequer gostava da história de November 9. Quero dizer, é um livro incrível, como todos de Colleen Hoover, mas esse é o que menos me agrada. Acho que, pelo que já conhecem de mim, devem desconfiar que meu livro favorito dela é Maybe Someday; aliás, é a minha trilha sonora de livro favorita. Ainda assim, a música de November 9 não saía da minha cabeça. Tempos depois eu descobriria que aqueles versos que eu não parava de cantar tinham tudo a ver com o que acontecia comigo e Charlottie, mas não era eu o mentiroso.

Outra coisa: acho que o grande motivo para eu ouvir tanto Griffin Peterson é sentir falta do country. Não há gênero musical que me agrade mais do que esse, e o country de Griffin me agrada muito mais do que qualquer outro. É como voltar às raízes, apesar de não poder dizer que ouvi Griffin Peterson durante a infância. Ele sequer tinha músicas na minha infância, pelo menos não lançadas.

— Você não vai voltar para a mesa? — A voz de Charlottie me arrancou de meus devaneios, bruscamente.

— Falar sobre romance é como arrancar meu braço, usando minha própria boca deteriorada por espancamento. — Dei de ombros, olhando de relance para a garota. Eu não sentia mais nada ao dizer isso, só estava repetindo uma frase de um dos meus livros. Um indicativo de que estou melhorando, talvez?

— Você parecia super romântico quando namorava a Taylor. — Comentou, cutucando minha ferida. Ok, não estou tão melhor assim. Isso me afetou.

— Como sabe? — Dei-lhe meu melhor olhar de desconfiança.

— Eu era fã dela.

— Ah, ótimo! — Resmunguei, batendo em minha própria testa. Onde me metera? — Agora começa o discurso sobre eu ser um monstro sem coração?

— Foi apenas uma observação. — Ela pareceu se sentir ofendida pela minha suposição. Engraçado que era eu quem estava sendo julgado!

— Então você acredita que tenho coração?

— A mídia pode ser muito manipuladora quando quer. — Foi apenas o que respondeu. — Como está conseguindo viver com quatro românticos? Digo, com essa atual fobia de mulheres e romance? — Não era a primeira vez que eu ouvia aquilo.

— Nos meus sonhos eu mato o atual namorado de Taylor, repetidas vezes. É meu consolo. — E era uma grande e gorda mentira.

— Que horror! — Apesar da frase, ela riu. — Você sente ciúme?

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