04. A Disney que cada um merece

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5º Dia

Acordei no dia seguinte todo dolorido, mas não pelos motivos que eu gostaria. Passei a noite toda me escondendo debaixo do lençol com medo de algum bicho entrar no meu ouvido. Que inferno! Podia jurar que pelos zumbidos, uns dez mosquitos enormes queriam me devorar, mas eu não deixei.

Olhava-me no espelho e meu cabelo estava todo pra cima, mas ao menos o azul continuava vibrante, competindo com o céu lá fora. Constatei que eu era lindo, e no meio de um lugar tão feio, a minha beleza realçava ainda mais.

— Jimin, passa esse creme hidratante, o sol daqui é forte e deixa a pele toda ressecada. — Minha mãe falou, estendendo o frasco rosa.

— Não precisa. — Recusei. — Minha pele tá boa, não quero me preocupar com isso. Já basta ter que passar protetor solar todo dia quando vou pra faculdade. Não vou fazer nada disso aqui.

— Passa repelente pelo menos, senão as muriçocas vão comer as tuas pernas.

Após seguir os seus conselhos, terminei de me arrumar, afinal, não era porque estava num fim de mundo que precisava andar feito o povo daqui. Sempre escolhia uma blusa bonita e confortável que combinasse com a minha bermuda.

Cheguei na cozinha e todos já estavam na mesa. Minha mãe ajudava Luíza a ajeitar as coisas para o café da manhã, as crianças gritavam do lado de fora brincando com o cachorro e as galinhas, e os mais velhos mexiam no celular ainda sonolentos.

— Toma. — Minha mãe colocou um Toddynho na minha frente para que tomasse. Não era muito fã de tomar achocolatado logo de manhã, mas não ia reclamar também.

— Jun, Binho, vem pra dentro! — Luíza chamou os filhos que imediatamente largaram o que faziam e se juntaram à nós na mesa.

Seus olhos arregalaram-se ao notar o achocolatado em minhas mãos. Como não tinham o hábito de se alimentarem com produtos que não viessem da plantação ou da fazenda, ficaram chocados, até lamberam os lábios. Fiquei com um pouco de pena, e até pensei em oferecer a caixinha para eles e ir tomar outra coisa, no entanto, minha mãe se adiantou em dizer:

— Não se preocupem, eu comprei pra todo mundo. — Bastante entusiasmada, retirou da geladeira mais umas 6 caixinhas.

— Caramba, tia!!! — Yeonjun exclamou agarrando a sua caixa e imediatamente enfiando o canudo no buraquinho. — Ai meu deus, eu tô no céu!

— Ah, os meninos não têm o costume de tomar essas coisas. Eles tomam mais leite ou café. Vivem me pedindo pra comprar, mas é tão caro... — Explicou Luíza, e eu podia ver o brilho nos seus olhos observando a alegria dos filhos.

— Eu já nem lembrava mais como era o gosto disso. — Yoongi comentou chupando o seu Toddynho e segurando um pão seco na outra mão.

— Claro, tu nunca tomou. — Retrucou Jin.

— Hein vai, é claro que já. Depois que Namjoon e eu começamos a vender os nossos pendrive, eu só como coisa boa. — Gabou-se.

— E cadê essa comida boa que nunca vem aqui pra casa? — Luíza olhava desconfiada para o filho.

— Na minha barriga. — Respondeu baixinho, prendendo o riso debochado. A mais velha ameaçou lhe dar um tapa na cabeça em repreensão, mas deixou pra lá.

Fiquei rindo da conversa deles, ouvindo Jin contar do dia em que compraram um bolo para irem a uma festa na cidade vizinha, e acabaram comendo antes de chegarem lá.

Jungkook estava caladinho no seu canto, degustando do Toddynho com a cabeça nas nuvens. Seu cabelo estava mais bagunçado que o normal e seus olhos ainda estavam inchados pelo sono. Sorri, notando como ele parecia um bebê indefeso e carente de atenção. O que era muito engraçado, pois às vezes se mostrava como um homem adulto, com as suas responsabilidades na padaria, e que sabia onde se enfiava, porém, outras horas tinha o olhar tão perdido, confuso, como se guardasse muitas inseguranças e as pessoas ao redor não o compreendessem.

10 Dias para conquistar Jungkook | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora