NATHAN
No domingo eu passei a tarde brincando com Marlah. Justin precisou sair com Elliot para ir no mercado, eu prefiri ficar na casa dele brincando com a garotinha, que tinha me feito de cobaia para suas brincadeiras.
Nesse meio tempo, seu pai veio falar comigo. Dessa vez me senti mais nervoso, já que Justin não estava ali.
A conversa que tivemos me deixou reflexivo por muito tempo.
— Sabe Nathan, eu nem sempre fui um cara mente aberta igual sou hoje. Na verdade, passei quase que toda minha vida tendo um pensamento tão imbecil e antigo, que não me orgulho do que era. Cresci com a ideia de que a homossexualidade era algo horrível, e sempre fiz de tudo para que meus filhos não fossem!
— Mas isso não é algo que se pode evitar, a gente só é assim. — dei de ombros
— Hoje eu sei disso, mas antes não. Minha esposa sempre foi a cabeça da relação, sempre me fazendo ver as coisas de outra maneira, mas certas coisas só nós podemos mudar. E preciso confessar que eu achava uma bobeira essa coisa de que cada um pode amar o que quiser. — fiz uma cara de dúvida
— Então o tempo te mudou bastante, porque não consigo te imaginar assim! — ele riu
— O Justin me mudou. Quando eu vi meu filho totalmente machucado, chorando, com sangue escorrendo pelo seu corpo, senti a pior sensação da minha vida! E sabe o que me deu o baque maior? Quando perguntei o que tinha acontecido e ele respondeu entre o choro "pai, eles me bateram porque eu sou gay, me bateram porque eu sou diferente!". Naquele momento eu precisei me segurar para não chorar e me concentrar em cuidar dele. Foi horrível saber que pessoas com o mesmo pensamento que o meu, haviam feito aquilo com meu filho! — senti meu estômago embrulhar
— Não consigo imaginar o que você sentiu. — falei baixinho
— Depois daquilo eu vi o quão imbecil era meu pensamento. Sei que o Justin sofreu horrores e ainda sofre com tudo que aconteceu, como pai eu sofro junto. Mas sinto que se não tivesse acontecido dessa forma, talvez eu não teria sido o pai que ele precisava, e me dói imaginar que eu poderia ter feito aquilo com meu próprio filho em uma tentativa inútil de mudá-lo. Desde então eu e Dalilah estamos sempre tentando evitar mais sofrimento para nosso menino. É por isso que eu estou aqui, para garantir que nosso trabalho não esteja sendo em vão!
— Eu disse que não o machuraria! Falei sério sobre isso.
— Eu sei garoto, eu sei. — sorriu de leve — Quando eu perguntei para o ex namorado dele quais eram as intenções dele com meu filho, ele respondeu que queria fazer Justin ter um relacionamento perfeito. Não quero te comparar com ele, mas em nenhum momento falou sobre felicidade, e nem sobre dificuldades que estaria disposto a enfrentar, mas você sim. Quando perguntei o tempo que estavam juntos, quem respondeu foi meu filho após um longo silêncio do seu, até então, namorado.
— Ele é um idiota, não sei o que Justin viu nele! — resmunguei
— Concordo plenamente. Mas eu não o conhecia, decidi dar uma chance e não falar nada sobre não aprovar, já que meu menino estava apaixonado. Isso foi bom porque Justin amadureceu muito, aprendeu a lidar com relacionamentos e deixou de ter a visão de relacionamento perfeito que tinha. Acabaram terminando, o que eu já esperava que fosse acontecer, e um passarinho verde me contou que você esteve aqui com ele o tempo todo, até avisou que estavam dormindo juntos.
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Você, perfeito para mim. (romance gay)
Dragoste⚠️TW: Em alguns momentos do livro, se fala sobre relacionamento abusivo e agressão. Nada explícito, mas caso seja sensível, fique atento. Normalmente nós escolhemos alguém especial para chamarmos de melhor amigo. Algum parente, amigo, namorado (a)...