Capítulo 7

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Oi meus amores!!!
Enfim chegou a noite de pai e filha.
O que será que vai acontecer???
Bora ler!!!

CHRISTIAN

Nem consigo acreditar.
Vou passar uma noite com minha filha!
Desde que a conheci alguma coisa em mim me dizia que o amor que eu sentia por aquela criança era muito forte mas não sabia porque. Quando vi Ana entendi.
Aquela menina linda era uma misturinha nossa. Minha e de Ana.
Quero que ela me conheça, que saiba que sou seu pai. Quero ouvir ela me chamar assim.
Pedi a Ana para passar a noite com ela e Ana deixou. Queria mesmo que as duas estivessem aqui comigo mas mas como não é possível por enquanto me contento em dar esse primeiro passo.
Quero saber o que ela acha do pai, o que ela sente por ele para poder descobrir qual a melhor maneira de contar tudo a ela.
Deixo tudo preparado na sala e fico esperando.
A ansiedade toma conta nesse momento. Minhas mãos estão suando, não consigo ficar parado no lugar, o tempo parece que não passa. Quando estou a ponto de ligar pra elas e campainha toca.
É ela!
Abro a porta e aquele furacão entra correndo. Ana a chama pra se despedir e depois corre novamente para a sala.
Rimos do seu jeito elétrico.
Tento convidar Ana pra ficar com a gente mas mais uma vez ela se esquiva.
Quando ela se vira não resisto.
Passo meu braço pela sua cintura, coloco o outro contra a parede e a aperto contra o meu corpo.
- Porque você tá sempre fugindo de mim?
- Eu não tô fugindo. Me solta.
Ela me empurra e entra correndo no apartamento.
Levo as mãos aos meus cabelos.
- Raio de mulher mais teimosa!!!
Me acalmo e entro no meu apartamento.
Phoebe já está pronta para começar a sessão de cinema.
- Vem Chris.
Me sento ao seu lado no sofá e ela nos cobre com a manta. Pega a tigela de pipoca e sorri.
- Desliga a luz né.
- Sim senhora.
Desligo o abajur.
- Agora sim estamos prontos.
Ela pega o controle dando play no filme.
- Fala sério...
- O que?
- Maze Runner?? Sério isso?
- O que tem? Não gosta?
-  O filme é ótimo mas você não tem idade para um filme desses.
- Você que pensa. Vejo eles desde pequena e adoro. Agora fica quietinho e vê o filme.
- Tá bom.
Phoebe está vidrada no filme e eu fico admirando aquela misturinha nossa. Nossa menina.
- Presta atenção no filme.
- Tá bom, tá bom.
Vejo o filme mas de vez em quando dou uma olhadinha pra ela que sorri.

No meio do segundo filme vejo que ela está caindo de sono.
- Bom... Tem alguém caindo de sono aqui. Que tal continuar com a sessão amanhã?
- Ah não!!
- Vamos mocinha. Tá na hora.
- Só mais um pouquinho.
- Nada disso. Escovar os dentes e cama.
- Aí credo, parece até meu pai. Isso se ele se importasse comigo...
Nesse momento eu travo. Ouvir aquelas palavras dela me partiram o coração.
- Quem falou que ele não se importa?
Pergunto com medo da resposta.
- Ah é... ele se importou muito quando abandonou minha mãe grávida pra ficar com outra...
Naquela hora a minha vontade era de gritar aos quatro ventos que não era verdade. Que eu não sabia da existência dela, que tudo foi uma armação, que eu amo ela e a mãe dela.
- Mas alguma vez ele te procurou?
- Ele nem sabe de mim e nem quero que saiba.
- Porque?
- Porque até hoje minha mãe sofre por causa dele.
- Como você sabe disso?
- Eu...
- Phoebe...
- Tá bom. Eu... Ouvi uma conversa dela com a tia Kate.
- Ouvindo atrás da porta não é?
- Não... Atrás do sofá.
- Dá no mesmo não é...
- Tanto faz... eu ouvi quando minha mãe falou pra tia Kate que tinha pego meu pai com outra garota que ele já tinha namorado. Por causa dele meus avós expulsaram minha mãe de casa e ela passou por muita coisa ruim até chegar em Seattle.
- Pode ter sido um mal entendido...
- Minha mãe pegou ele beijando outra. Isso não tem como ser um mal entendido. Eu só não queria que ela continuasse sofrendo. Sei que ela ainda gosta dele. Eu ouvi ela dizendo pra tia Kate que ele foi o grande amor da vida dela.
- Você nunca pensou em pedir pra sua mãe pra procurar por ele?
- Pra que? Pra ele me rejeitar? Não.
- Phoebe as coisas as vezes não são bem como a gente pensa. As vezes acontecem coisas na vida da gente que nos fazem mal mas depois descobrimos que tudo não passou de desencontros, mal entendidos...
- Sabe eu sempre quis ter um pai.
Eu via meus colegas nas apresentações da escola, as outras crianças no parque e tinha vontade de ter um pai que nem elas. Já sofri muito por não ter um pai. Muitas vezes as crianças riam de mim, diziam que eu era muito chata e por isso meu pai não me queria. Ele podia ter dito pra minha mãe que não queria mais, ter terminado com ela mas não. Foi um canalha, um cretino com ela.
Nessa hora eu e ela já estamos com o rosto banhado de lágrimas.
- Phoebe...
- Mas tudo bem sabe Chris... Tudo bem. Eu não tive pai, mas eu tive uma mãe maravilhosa. A melhor mãe do mundo. Ela sempre fez de tudo pra que eu não sentisse a falta de um pai.
E mesmo isso não tendo funcionado porque eu senti muito a falta dele, eu tenho ela, tenho meus tios e agora tenho você que é meu amigo.
- Ah gatinha...
Pego minha pequena nos meus braços e a abraço o mais forte que consigo.
Ela chora toda sua tristeza no meu colo. Meu Deus... Quanto mal eu fiz a elas...
Choro com ela até nos acalmarmos.
- Phoebe pode ter certeza de que eu vou sempre estar aqui pra você. Eu te amo muito minha gatinha. Nada de mal mais vai te acontecer viu? Eu vou sempre estar ao seu lado. Vai poder contar comigo sempre.
Ela me olha sorrindo.
- Obrigada Chris. Obrigada mesmo.
- Bom agora eu vou dar uma de pai chato e dizer que tá na hora de dormir mocinha.
Levantamos rindo.
- Tá bom papai. Boa noite.
- Boa noite gatinha.
Ouvir ela me chamando de papai me encheu de alegria mas ao lembrar de toda a mágoa e tristeza no seu coraçãozinho ao falar de mim me deixou sem chão.
Levo ela até o quarto, a cubro e dou um beijo em sua testa.
- Boa noite gatinha. Amanhã a gente continua a farra.
- Bem que a gente podia fazer alguma coisa com a minha mãe amanhã. Ela tá precisando de divertir um pouco e eu conheço um médico bem bonitão que podia convidar ela pra sair qualquer dia desses... Eu ia adorar ver eles saírem juntinhos e quem sabe se entenderem...
- Você é muito sapeca sabia?
- Você me ama isso sim.
- Amo mesmo. Agora boa noite que eu vou pensar no seu caso.
- Boa noite Chris.
Saio do quarto devagar assim que ela dorme e vou para o meu.
Entro debaixo do chuveiro e todas as palavras dela vem em minha cabeça.
Toda a mágoa, toda a tristeza, todo o sofrimento dela vem em mim de forma avassaladora e eu não aguento.
Sento no chão e choro por tudo o que fiz elas sofrerem.
Sei que eu fiz tudo errado, deveria ter reagido, deveria ter corrido mais atrás mas eu não tinha nenhuma pista dela. Eu sou um merda mesmo, não mereço duas pessoas tão especiais como elas.
O sentimento de angústia aperta meu peito e me sinto sufocado.
Saio do banho, visto uma calça e vou direto para onde meu coração tá pedindo.

Nossa...
Quer barra...
Christian ficou perdidinho...
O que ele vai fazer??

Laços De Amor (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora