Lexie Miller

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- Lexie Miller - Quatro anos atrás

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- Lexie Miller - Quatro anos atrás...

Sobreviver no começo do fim do mundo tinha sido algo bem fácil, achávamos comida, casas com água e energia, produtos de higiene e remédios, tínhamos que nos preocupar apenas com os mortos.
Porém, quanto mais tempo passamos nesse inferno, percebemos que os demônios reais são os vivos. Eu podia falar que Deus me salvou de morrer várias vezes, mas na verdade acho que ele já me abandonou a muito tempo e essa terra pobre é o meu inferno pessoal.

(...)

Eu andava silenciosamente entre os corredores de uma adega de vinho. E por incrível que pareça, aquele lugar estava intacto, tive apenas que matar um errante que estava perdido nesse lugar escuro e abafado.

Estava bem longe do meu acampamento, a procura de um ser muito importante para mim. E tenho certeza que isso que eu procuro não está em uma adega de vinhos caros e deliciosos, mas quem é o sortudo de achar um lugar assim em perfeitas condições? Eu mesma.

Nunca fui uma mulher que gosta de chapar o coco, e cair bêbada pelos cantos. Porém, nunca recusei uma boa taça de vinho.
Passei meus dedos entre as etiquetas de cada bebida, entrertida em meus pensamentos. Até o barulho da porta, que eu tinha emperrado, ser aberta com brutalidade me assustar.
Agachei antes que a pessoa me visse, minha arma estava em meu coldre, então a retirei lentamente, enquanto ouvia passos calculados para minha direção. Era tudo ou nada, não posso morrer sem antes tomar uma garrafas dessas belezuras.
Levantei rapidamente, destravando e apontando minha 9mm para um homem. Ele usava muitas roupas, quase não conseguia ver seu rosto, e apontava uma Crossbow para mim. Ele sabia segurar muito bem a arma, e não tinha cara de que erraria o alvo.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, com um ventinho de adrenalina correndo por minhas veias, fazia um bom tempo que não via um sobrevivente cara a cara, e ver esse homem de mãos fortes, despertou algo em mim que estava dormente a anos. Ele ameaçou dar um passo para minha direção, e mesmo que tivesse em transe, precisaria fazer algo para me proteger. Porém meu amigo foi bem mais rápido que os meus pensamentos, pulando em cima do homem o derrubando e mordendo seu braço.
Aquilo foi algo inesperável, por que para mim o Cão estava ao meu lado, e não ao outro lado da Adega. Dei passos rápidos até eles, onde o homem tentava a todo custo se livrar do cachorro.
Eu podia deixar, um sobrevivente a menos não faria diferença, e pelo menos a carne dele serviria de almoço e janta do cão por alguns dias... Mas o reflexo do brilho de uma faca me chamou totalmente a atenção, e percebi que o homem estava pronto para enfiar a faca na cabeça no animal, que mordia e chaqualhava sua mão com raiva.
Em um ato desesperado puxei rapidamente o Cão de cima do homem, mirando minha arma para a sua cabeça novamente. Ele me olhava instigado, enquanto a única coisa que eu ouvia era o rosnar do cão.

- Quieto totó, tá tudo bem. - Falei fortemente, entrando na frente do animal.

O homem levantou lentamente, com as mãos levantadas em sinal de rendição. Mas pra falar a verdade, ele não tinha a mínima cara de quem estava prestes a se render, porém, não tinha cara de que estava pensando em me atacar.
A iluminação estava péssima, a única luz era da porta que o homem tinha acabado de arrombar. Então movi minha mão esquerda para o bolso da minha calça, puxando uma pequena lanterna que eu sempre carrego para emergências. A acendi no rosto do homem, que ficou um pouco incomodado.

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