Capítulo I

7 1 0
                                    

"Está aí uma coisa que nunca saberei nem compreenderei: do que os homens são capazes." — Markus Zusak

Lar!
  Segundo a Wikipédia, é uma forma especial de se definir a casa ou os assuntos relacionados a ela.
   Mas não vejo está palavra dessa forma, para mim é muito maus complexo, muito mais difícil de se alcançar e ainda mais fácil de ruir.
    Lar, na minha percepção é aonde o coração descansa, um lugar único onde todo o peso do mundo some. E a pior coisa que se pode fazer é construir o seu lar em uma pessoa.
    E cá estou eu, sentada no banco de uma avião, com um senhor ao meu lado que não para de roncar em um vôo de dezoito horas que faz conexão com a China.
    Depois de ir embora de casa, depois de sair do país em que cresci e foi meu lar, por dezenove anos. Depois de passar cinco anos com uma única pessoa...
    As músicas do meu celular já estão se repetindo pela terceira vez e os canais da pequena televisão, são no mínimo ruins.
    Caminho pelo avião algumas vezes para tirar a dormência das pernas, olho para um cara que me chamou a atenção desde o embarque, mas dessa vez ele também me encara.
    Flertar, a quanto tempo não faço isso, não custa nada tentar...

— Oi, — o homem que me encarou a alguns segundos, se aproxima. — aquele cara. — aponta para o senhor que se senta ao meu lado. — ronca alto de mais.

— E eu tive a sorte de sentar ao lado dele. — encaro seus olhos castanhos claros, constratando sua pele morena. — mas e qual é a sua desculpa por estar acordado, depois de oito horas de vôo?

— Já viajei muito, mas queria saber como é ser o único acordado. — ele sorri. — mas você estragou os meus planos.

— Não era a minha intenção. — me encosto na parede e encaro todos dormirem. — mas pela minha percepção não é tão divertido.

— A gente pode se divertir — fala ficando de frente para mim. — O que você acha?

   Já faz algumas semanas que eu não transo e ficar acordada e entediada, não é divertido. Pegar, sem se apegar, é uma boa.
    Aproximo meu rosto do dele e lhe dou um selinho, o mesmo me pressiona contra a parede e beija o meu pescoço, descendo pelo meu decote e beijando os meus seios.
    Puxo sua mão para dentro da cabine do banheiro e a tranco, ele me coloca em cima da pia, mas o lugar é apertado e eu acabo escorregando.

— Aqui. — falo sorrindo e me apoio na pia.

    Ele sorri no meu ouvido, que risada gostosa, mordo sua orelha e beijo seu pescoço, suas mãos invadem o meu vestido apertando minhas coxas.
     Uma batida na porta, interrompe nossos toques e nos afastamos um pouco.

— Jack? — uma voz feminina, bate novamente na porta. — Você sabe que não pode fazer isso no avião, não quando meus colegas de trabalho estão aqui.

— Quem é ela? — pergunto para ele.

— Minha namorada. — fala naturalmente.

É sério?!

— Você namora e... — o empurro. — como não me contou antes?

— Você não perguntou. — me mostra um sorriso sínico. — E temos um relacionamento aberto, ela não está com ciúmes.

— Não me importo. — abro a porta irritada. — Você deveria ter falado.

— Então quer dizer que nem contou pra ela? — a garota pergunta nervosa. — Você não consegue se controlar mesmo, né!

   Deixo os dois para trás e caminho atordoada para o meu assento, eu desprezei tanto Caleb pelo que ele fez comigo, e agora fiz o mesmo com aquela mulher. Se eu pudesse enfiar a cabeça em um buraco, já teria feito.
    Passo o resto da viagem dormindo e assim que pousamos em Shanxi, China, vou ao banheiro lavar o rosto e a lanchonete comer alguma coisa, mas acabo me perdendo por conta das direções confusas e das placas diferentes das de Londres. Assim, que descubro aonde estou soa a última chamada para o meu voo.
     Corro pelos corredores verdes e avisto o portão de embarque com apenas um homem embarcando, aperto o passo e me escuto gritar, o homem no portão aponta para mim e conversa com a atendente do portão de embarque.

Highway to hellOnde histórias criam vida. Descubra agora