Capítulo II

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"O fato de o mar estar calmo na superfície não significa que algo não esteja acontecendo nas profundezas." - Jostein Gaarder

Depois de algumas horas fazendo compras, consegui encontrar roupas que fazem o meu estilo, leves e confortáveis. Alguns vestidos, saias, shorts, blusas e jaquetas, calsas e lanjeries, tênis, saltos e sandálias.
Olívia teve que ir embora por conta de uma emergência no restaurante de seu pai, no qual ela é gerente e me disse que terei uma reunião com o gerente de uma lanchonete que precisa de funcionários, já que eles são amigos ele agendou uma hora para mim, amanhã.
Téo e eu caminhamos pela calçada com várias sacolas, vendo o mar de longe e surfistas aproveitando as ondas, e mais ao longe outros apenas conversam e brincam na praia. Quando tiver tempo vou alugar uma prancha e aproveitar as ondas magníficas da Austrália.
Uma movimentação estranha começa perto da praça de alimentação e alguma pessoas gritam por um médico ou ajuda.

- Heloísa vai lá. - Tobias me puxa.

- Mas eu ainda tô fazendo residência. - Falo com um pouco de medo.

- Você tem doutorado. - Ele insisti enquanto me leva até a multidão.

- Eu sou médica. - Falo ao chegar perto e ver um homem caído. - Afastem-se!

Examino a pulsação e a cabeça para ver se tem algum sangramento.

- Você. - Aponto para um homem de preto. - Liga para a ambulância.

Assim que o homem saí, pergunto o que aconteceu para uma mulher com a blusa azul, ela conta que o homem foi atingido por um carro e foi jogado para a calçada, o motorista do carro não parou para checar, apenas continuou seu trajeto. Peço para que Tobias vá para casa e leve as comprar que eu ficarei até a ambulância chegar.
Assim, que a ambulância chega o levam para o hospital e eu vou junto com a vítima, depois de prestar depoimento a polícia e os enxames acabarem já se passaram das três da tarde.
O médico do homem que descobri se chamar Steven, avisou que ele teve apenas uma leve fratura na cabeça e que ficara em observação, mas que ele ficará bem e está dormindo.
Resolvo passar a noite no hospital para ter certeza que não ocorreu nada de errado com ele, já que até agora ninguém veio atrás dele, que tipo de familiares e amigos ele tem, nem deram falta do pobre homem. Meu celular vibra avisando mensagem no grupo de amigos:

"Ei, o homem está bem? Já descobriram o nome dele?" -Tobias

"Steven, fizeram enxames e ele sofreu uma fratura na cabeça."

"Alguém foi procurar por ele?" - Olívia

"Não... Que tipo de amigos ele tem!"

"Gente, se eu sumir, é pra vocês me procurar. Não quero ficar sofrendo no hospital sozinho!" - Tobias

"Eu também não quero" -Olívia

"Eu procuro por vocês, mas se eu sumir liguem pra polícia"

Algumas batidas na porta do quarto tiram meu foco do celular. Levanto e vou até a porta.

- Aqui é o quarto do Steven? - Um homem pergunta, eu tenho a leve sensação de já ter o visto.

- É, você é?

- Colega dele. - O cara fala e acena para alguém. - Alex.

- A gente já se conhece? - Pergunto com a testa franzida.

- Achou...

Conheço essa voz... Ele está em todo lugar?

- Essa é sua melhor cantada? - O homem de olhos verdes me encara.

Highway to hellOnde histórias criam vida. Descubra agora