i saw you last night

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Eu vi você ontem à noite.

Estava usando jeans desbotados, rasgados nos joelhos e dobrados na barra.

Fazia frio. Ventava. lembro de me perguntar como é possível Louis não sentir frio?

Você usava só uma jaqueta jeans. Não consegui ver se tinham meias nos seus pés, mas o resto estava exposto — mãos, pescoço, orelhas.

Eu sei que aqui, nesse pedaço ridículo dos Estados Unidos, onde decidimos (não juntos, claro, ainda não nos conhecíamos) estudar não é frio como o pedaço ridículo da Inglaterra onde eu morava. E acredito que também não é frio como onde você morava, afinal de contas, nascemos em cidades próximas.

Fiquei observando você com seus amigos, do outro lado da rua.

Minha vontade era levá-lo para minha casa, dar minhas calças de moletom para aquecê-lo. Você usaria seu blusão da uni e meias horrendas, mas quentes.

Eu usaria uma versão semelhante.

Nós dois ficaríamos enrolados na manta que minha avó me deu no Natal que antecedeu minha mudança de continente.

A gente só iria se abraçar. Curtir o momento (como fazíamos antes). Talvez assistir alguns filmes de Natal.

Rapidamente você sumiu da minha vista, o que foi bom, pois estava prestes a atravessar a rua e conversar com você. Talvez fosse bom, conversar.

Mas, Louis, você não quer conversar comigo. Foi por isso que me bloqueou depois que terminamos.

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Você me viu noite passada.

Já fazia uma semana que eu tinha visto você.

Foi engraçado porque eu estava em uma das mesas do bar, rodando minha garrafa de cerveja e pensando em você.

E então você estava lá. Com uma garrafa de cerveja igual a minha, a diferença era o rótulo rasgado da sua, o qual foi a principal prova de que era mesmo você.

— Quer ir ao meu aniversário? —Perguntou apoiando sua mão livre no encosto da cadeira que tinha a minha frente.

— Sim — respondi.

— O endereço — você colocou um papelzinho em cima da mesa, onde sua caligrafia indicava umas das ruas da redondeza.

Foi embora.

Eu também fui.

Enfiei o papel bem fundo do bolso do meu sobretudo.

Quando cheguei em casa, tive medo que fosse uma alucinação, mas o papel continuava lá.

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O aniversário é amanhã. Não tive tempo de comprar nada. Mas desconfio que você não quer nada vindo de mim.

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Sabe que eu pensei ser pegadinha essa sua festa de aniversário? Porque não é possível que Louis Tomlinson esteja falando comigo e me convidando para celebrar seu aniversário.

Mas você jamais me sacanearia. Ou a qualquer outra pessoa.

Quando cheguei a festa, pensei que mal iria vê-lo, mas você percebeu minha presença assim que pisei dentro do seu apartamento lotado.

— Harry — você disse. Eu não escutei, mas sabia que era meu nome pelo jeito que seus lábios se moveram.

Você sempre dizia meu nome apenas com os lábios, quando estávamos cercados de pessoas e queria compartilhar algo apenas comigo.

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