Chapter 4

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CENA 1. FAZENDA. CASA. QUARTO OLGA. INT. NOITE.

Em 1865, OLGA entra, chorando muito. Abre a gaveta ao lado de sua cama e retira um diário. Seca as lágrimas. Pega uma pena e um tinteiro. Molha e escreve.

OLGA — (off) Eu sempre soube que George se deitava com aquelas negrinhas. Mas, tudo bem, quantos outros fazendeiros não fazem isso? Porém, trazer para dentro de nossa casa o filho de uma delas foi estranho. Mas agora, agora que eu descobri a verdade, tudo faz sentido e não vou suportar isso calada. Vou punir os dois. Eles vão se arrepender de terem me enganado, e já sei o que fazer.

Olga para de escrever e olha distante. Um sorriso sádico surge em seu rosto. Em seu close.

CORTA PARA:

CENA 2. FAZENDA. CASA. COZINHA. INT. DIA.

Os raios de sol entram pela janela. Olga, ao fogão, mexe em uma grande panela, preparando o almoço. AINA para na porta.

AINA — Dona Olga. Pediu que me chamassem aqui?

OLGA — Sim. Entre, Aina, por favor. Fique à vontade.

Aina estranha aquilo, mas entra. Olga puxa uma cadeira.

OLGA — Sente-se.

Aina, não entendendo a forma como é tratada, senta-se na cadeira. Olga senta-se ao lado dela e segura sua mão.

OLGA — Precisamos conversar, minha querida.

Olga sorri.

CORTA PARA:

CENA 3. FAZENDA. CASA. COZINHA. INT. DIA.

Nos dias atuais, Elisa está sentada à mesa, descascando e picando alguns legumes e Ivone prepara o almoço no fogão, mexendo numa panela de sopa.

IVONE — Picou as batatas, minha querida?

ELISA — Aqui.

Elisa se levanta e leva a vasilha com as batatas picadas para Ivone, que as coloca na panela. Elisa volta a se sentar e continua picando.

ELISA — Dona Ivone...

IVONE — Sim?

ELISA — A senhora parece ser bem feliz com o seu John, né?

IVONE — Por favor, Elisa. Já disse que não quero que me chame de dona, senhora ou qualquer coisa do tipo. (ri) Nem sou tão velha assim.

ELISA — Claro, tinha me esquecido. (ri)

IVONE — Mas, respondendo a sua pergunta. Somos bem felizes, sim. Mas, por que diz isso?

ELISA — É que eu gosto de ver um casal assim, como vocês dois, sabe? Quero encontrar alguém que me faça feliz também.

IVONE — E você vai. Linda desse jeito, deve estar cheio de homens te querendo.

JOHN — Ivone tem toda a razão.

JOHN apareceu na porta, assustando Elisa. Os dois se olham e ele sorri.

American Horror Story: SegregationOnde histórias criam vida. Descubra agora