Desculpe doutor, não conheço meu pai

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Eu estava entrando em pânico, literalmente em pânico. Acordei quatro horas mais cedo naquele dia,e simplesmente não conseguia dormir. Lavei roupa, limpei a casa, tomei banho, fiz almoço e ainda era só 12:30.

- Bom dia flor da madrugada - Jin fala entrando na cozinha e me dando um abraço - como você está?

- Quer mesmo que eu fale? - ele ri e começa a me ajudar a arrumar a mesa

- Tae pediu para eu te avisar que ... - ele respira fundo - não vai poder ir com você hoje - arregalo os olhos e sinto um frio percorrer minha barriga

- COMO ASSIM JIN ? - estava prestes a ter um colapso nervoso

- É por isso que eu estou aqui,eu vou te acompanhar - ele pede para eu relaxar - infelizmente o nosso chefe obrigou ele a fazer um trabalho lá, não entendi direito. Mas eu vou estar lá, você não vai estar sozinha

Sorrio e dou um abraço apertado em Jin,termino o almoço e vou até o quarto de Minseok o arruma-lo. A cada garfada na comida meu estômago revirava,o nervosismo só aumentava a cada minuto que aquele maldito relógio andava.

Jin e Minseok mais brincaram do que comeram,eles sempre brincavam de super heróis era uma tática que Kim usava para fazer meu filho comer todos os legumes.

13:55

Estávamos sentados a mais ou menos cinco minutos no consultório, era extremamente elegante e diferente dos hospitais que frequentei ao longo da vida, não existia filas muito menos pessoas implorando para uma vaga em um dos quartos.
Aguardávamos para sermos chamados pela secretária de Jimin, que nos daria algumas instruções.

- Kim Minseok - uma mulher de mais ou menos 20 anos, vestida em uma bela saia preta e um camisa com um crachá azul chama olhando para a lista que tem em suas mãos. Nós levantamos e fomos até ela - Olha senhora Kim, prazer em conhecê-lós sou Sunmi, por favor me sigam.

Por conta do local do tumor de Minseok, ele havia perdido a força nas pernas, então sempre tínhamos que levá-lo no colo. Jin fazia esse trabalho, enquanto eu segurava seu braço esquerdo, na verdade mais apertava-o por conta do nervoso.

- Bom o senhor Jimin vai atende-los em instantes,só preciso que a senhora assine aqui por favor - Pego a caneta das mãos da moça a minha frente, e devo lhes dizer que minha assinatura ficou péssima, por causa da minha "tremedeira"

- Kim Minseok - escuto aquela voz masculina, que há cinco anos não ouvia mais, eu estava em estado de choque e só fui me tocar quando Jin me deu um cutucão de leve, seguro novamente seu braço e seguimos até a sala, onde Jimin estava esperando na porta.

Céus o que aconteceu com aquele garoto de anos atrás? Seus cabelos estavam tingidos em um loiro,ele tinha crescido,seus braços estavam mais definidos e sua feição mudou daquela de "garoto inocente" para um homem.

Jin coloca Minseok sentado ao seu lado, e eu me sento na única cadeira restante. Eu ainda não tinha olhada no fundo dos olhos de Jimin, e ele pareceu não notar quem estava a sua frente.

- Bom senhora - ele fez uma pausa quando leu o nome mentalmente que estava no papel a sua frente - S/N - sinto sua voz gaguejar um pouco, e finalmente nos encaramos cara a cara,seus olhos se espantaram - me explique o caso do seu filho

- Bom a mais ou menos dois meses ele começou a passar mau e sentir fraquezas, no último mês levei ele para fazer uma série de exames e o doutor Namjoon diagnosticou que ele tem um tumor no cérebro - falo sentindo meu coração bater mais rápido a cada segundo

- Terei que refazer alguns exames no seu filho - Jimin fala dessa vez olhando para a tela do computador, tentando ao máximo não me olhar - enquanto isso ele ficará internado aqui, pode ficar com dois acompanhantes permanentes. Como no caso a senhora - faz novamente um pausa - e seu marido - ele aponta para Jin,mas em vez de eu falar alguma coisa foi Minseok que soltou a bomba

- Ele não é meu pai - Min fala rindo um pouco - é meu tio - Jimin fez uma cara de surpreso, Jin soltou uma risada também,
mas aquele loiro desgraçado sempre arrumava um jeito de foder com meu psicológico, só não sabia que seria agora.

- É mesmo? E onde está seu pai - ele me dá uma encarada com o canto do olho, maldito.

- Desculpe doutor, não conheço meu pai

Don't Leave Me - Imagine Park Jimin Onde histórias criam vida. Descubra agora