Uma nova esperança [Sendo Adaptada]

Capítulo II

"...a minha filha".

Essas palavras continuaram a repercutir na mente de todos os presentes naquela sala.

–Faz sentido agora–Shu não parecia tão abalado com a situação–o fato de você ter vindo aqui. Esses ataque que tem acontecido... todas as vítimas tinham alguma ligação com o sobrenatural, não é?

–Sim.–Yui acomoda-se no sofá–À princípio, eu havia pensado que fosse alguma interseção da Igreja, mas não é isso. Além desses ataques, algum tipo de magia parece estar repercutindo nos familiares, interferindo nas suas ações ou em outras coisas. E isso não é novo, começou antes de eu ir embora. Percebi que aqui também já está sendo afetado, quando você abriu a porta–referindo-se a Reiji–me dei conta.

–O fato da Eve existir ajudou na sua decisão, não foi? Você sempre foi um alvo, agora tem medo que algo possa acontecer a ela. Quer ajuda para protegê-la–Ayato deduziu.

–Proteger? Uhm...não, não. Eu quero que me ajudem a Eliminar, o que a ameaça–Yui beberica o chá, as lágrimas que antes estavam querendo se formar, já haviam desaparecido–eu já imaginava que vocês iriam entrar na luta em algum momento, só vim pedir ajuda antes de vocês decidirem isso. De qualquer forma eu posso ser útil.

–Uhm? Haha... você?–pegunta Kanato, ironicamente.

–Sim, Kanato. Euzinha.–diz pousando a xícara na mesa.–De todo modo falamos disso depois. Tenho que voltar pra casa–se levanta.

–Como assim? Você não vai terminar de contar tudo?–Subaru pergunta, aparentemente indignado.

-Tudo o quê? O que mais eu poderia contar? Além disso, tenho que levar Eve para casa, e logo eles irão sentir minha falta.

–Eles?–Laito marcou sua presença após tanto tempo.

–Existe uma Resistência, na qual eu faço parte, eles estão dispostos a lutar pelo nosso mundo. Já temos uma suspeita do motivo dos ataques e do que está acontecendo com os familiares quando conjurados. No fim parece que ele tinha razão...

–Quem tinha razão?–Reiji a interrompe.

–KarlHeinz.–diz a loira–Está tudo acontecendo conforme os planos dele, talvez não os ataques, mas a luta. A história se repete...e pensar que tentamos evitar isso.

_Ahhh, que complicado. Eu ainda quero entender contra quem estamos lutando–diz Laito.

–Contra os céus.–Yui responde, sem animação, mas com um tom meio sombrio na voz. Estão tentando por um fim no submundo, e depois que destruírem o centro de tudo, vão nos caçar pelo mundo humano também.

[...]

–O que você acha?–Eve pergunta mostrando o desenho.

–Ficou lindo, querida.–a loira elogia.

–Eu não lembro de você ter dado pra ela mais de uma cor...–Reiji observa, mesmo com o tempo ele anda continua um observador nato.

–Eu alterei a cor do lápis por magia, dãaaa...–responde Eve, como se fosse óbvio.

–Magia? Com essa idade? Por falar nisso com quantos anos ela está agora?–o maior se mostra curioso.

–Ela fará 5 aparência na próxima semana. E quanto ao assunto da magia...ela é um pródigio.-Yui disse com o tom de voz orgulhoso. Se o maior tivesse olhado bem em seus olhos—só talvez—teria percebido uma pontada de preocupação, bem lá no fundo.

–Você tem muito potencial, Eve-chan.–o moreno admite.

–Eu sei.–disse a pequena, presunçosamente.

–Parece que alguém puxou ao pai.–o mais velho continua, sem rodeios–que você ainda não disse quem é...

–Olha a lua, tá linda!–Eve corre até a janela mais próxima.

-Que criança esperta, pressinte o caos e corre para o outro lado. Os outros ainda estão na sala. Já são maduros demais para lidar com isso, você pretende contar?–Reiji questionou.

–É anormal você não estar lá decidindo.–Yui observa, tentando desvia a atenção do outro.

–Já tomei minha decisão...Levando as características físicas, ela é quase igual a você, exceto por um detalhe... os olhos.–Reiji prossegue, ignorando a tentativa da loira.

–Sim... são lindos.–disse sua progenitora.

–Quem?

–O quê?

–Você me entendeu. Quem é o pai dela?

Yui olha fixamente para Reiji, como se o analisasse. Com os olhos brilhando ela lhe conta, "Não sei, mas...algumas suspeitas não podem ser evitadas." Reiji se senta na cadeira que havia perto da parede, pensativo.

–Surpreso?–Yui pergunta.

–Não tanto...a genética é mesmo um problema confuso nessa família.–Reiji disse.

–Não é?–riu a loira.

–Você ainda gosta dele, não é?– pergunta o de cabelo escuro–Tem medo que desapontá-lo?

–Uhm...eu sinto muito carinho por todos vocês, sim–Yui parece surpresa, e também um pouco...nervosa? pensou Reiji.–Mas por que isso tão de repente?

–Seus olhos estão brilhando.

-Ah, isso é normal, os olhos dos vampiros brilham às vezes, não?

Reiji riu, apesar do tempo ter passado, Yui continuava...ela.

–Me refiro a outro tipo de brilho...–a garota corou um pouco e virou a cabeça para disfarçar o constrangimento.

–Falando assim dá a entender que você é um especialista...realmente, o que aconteceu durante todo esse tempo hein?

Era uma pergunta retórica.

–Ei!!!

Ambos se viram na direção do chamado, vê-se os outros cinco vindo em sua direção. 

–Vamos te ajudar–Subaru declara.

–Obrigada...? Só me deixa triste o fato de vocês precisarem pensar antes de responder sim.–Yui confessa.

–Ei, Eve-chan, oiieee.–Laito acena animado para a garota próxima à janela.

–Lembre-se do que eu disse.–alertou a loira.

Seus olhos estavam brilhando novamente só que dessa ver de um jeito ameaçador.

–Eve-chan.–chamou a filha–nós temos que ir.–falou, dessa vez para todos os presentes.

–Hai...–a pequena parecia um pouco triste, fazia tempo desde que conhecera pessoas novas.

-–Yui...–Reiji chama repentinamente, talvez quisesse uma resposta para a conversa anterior–Não seria melhor vocês ficarem aqui? Como você disse, a situação está fora de controle, seria mais seguro para você e para Eve. Acho que eles entenderiam isso afinal, não querem que um membro importante corra risco, não é?

Yui pareceu pensar. O segundo Sakamaki sempre fora bom com jogos de palavras.

Dando, por fim, um sorrisinho, ela falou:

–Você continua bom com as palavras, Reiji.

Segurou a filha nos braços e subiu a escadaria, indo em direção ao seu antigo quarto. Ninguém interferiu. tudo era surpreendente demais.