Capítulo Final

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Oliver estava chocado. Sua mãe havia sido absolvida. Ele tinha esperança de que fosse, já que não haviam argumentos suficientes que comprovassem que Moira Queen não passava mesmo de uma vítima de Malcolm Merlyn. Mas ainda assim... As coisas não davam certo para Oliver Queen. A sorte nunca estava do seu lado, então com certeza havia algo por trás do julgamento de sua mãe. Mas agora não era hora de pensar naquilo. Felicity disse que a Corporação Queen conseguiria fazer um tratamento não viciante para o Vertigo, e tanto ela quanto o Diggle estavam bem. Oliver precisava voltar pra casa e ficar com a sua família. E ele faria isso. Mas como Diggle saiu do esconderijo pra fazer o mesmo, deixando Oliver a sós com a Felicity, ele decidiu se prolongar mais um pouco para ter certeza mesmo de que ela estava bem.

- Você tem certeza que está tudo bem? – Ele disse se aproximando da lourinha e posicionando sua mão em cima da dela. Felicity abraçava a si mesma com um cobertor para situações de choque.

- Tá sim. – Ela respondeu com um sorriso fraco. – E eu queria dizer obrigada.

- Claro... – Oliver respondeu meio confuso.

- E que eu sinto muito. – Como assim? Oliver estava agora além da confusão, e sua expressão facial demonstrava isso.

- Pelo quê?

- Eu me coloquei em perigo de novo, e você... matou ele. – Felicity respirou fundo e continuou antes que Oliver pudesse interromper. – Eu sinto muito que tenha sido eu a te colocar numa situação em que você teve que fazer esse tipo de escolha.

- Felicity... – Oliver apertou a mão dela com um suspiro, e dessa vez interrompeu de fato o que ela dizia. – Ele estava com você e ia te machucar... – Oliver olhou fixo nos olhos dela pra não deixar dúvidas. – Não havia escolha a ser feita. – Felicity sorriu lindamente, mas de forma modesta, compreendendo o que Oliver estava dizendo. Ambos se olharam por alguns instantes que pareceram horas, e Oliver não lembrava de ter se sentindo tão nervoso antes em frente de uma mulher, com vontade de dizer o que sentia, mas com um nó na garganta que dificultava até engolir saliva. – Entre matar pra proteger alguém que eu amo ou manter uma promessa, a escolha sempre vai ser só uma.

Os olhos da Felicity se arregalaram, e ela disse baixinho:

- Oliver, eu não quero interpretar coisa a mais no que você tá dizendo, mas você não deveria dizer algo assim se não estiver preparado pra realmente assumir o que diz.

- Felicity... – Oliver disse num suspiro novamente, só que dessa vez levou suas mãos para o rosto dela, moldando aquela feição ligeiramente chocada, porém esperançosa. Antes mesmo que ela pudesse dizer qualquer coisa a mais e "estragar" o momento, Oliver aproximou seus lábios dos dela, beijando-a com toda a intensidade que sentia. Ele tinha certeza absoluta que nunca antes havia sentido tanto com um só beijo. Ele conseguia ouvir seus próprios batimentos cardíacos acelerados. Felicity não demorou para corresponder o beijo, e ele sentiu o cobertor cair das costas dela enquanto ela se aproximava para passar suas mãos na cintura dele. Apenas quando a necessidade de ar foi inevitável, Oliver se afastou, sussurrando: – Não me peça pra dizer que não te amo.

Felicity abriu um largo sorriso e partiu pra cima dele, o que fez um sorriso enorme abrir em seu rosto. Um sorriso que há anos Oliver não sorria. Um sorriso que só aparecia pra Felicity.

Star City, 2040

- Mas, mãe, nada disso é verdade! – Felicity sorriu e passou a mão nos cabelos do William. Ele já tinha mais de 30 anos, mas pra Felicity, ele continuaria sendo aquele menino fofo e curioso de 5 anos que se apresentou sozinho pra ela. Em público era mais comum que o William a chamasse pelo nome, mas quando estavam só os dois, ou quando ele passava um tempo na casa do pai, Felicity era sempre "mãe" pra ele. Especialmente depois do nascimento da Mia. Na frente dela, William nunca a chamou pelo nome. Era sempre mãe ou mamãe.

Starling City 2013Onde histórias criam vida. Descubra agora