echo ㅡ 10

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aviso: 2.200 palavras.

the final echo.

ㅡ Você ficou em coma por 7 anos. ㅡ

Aquela frase não parava de passar por minha mente, sentado naquela sala, sem controle sobre minhas próprias ações, em um movimento rápido me levantei puxando o médico pela gola de sua camisa. Meus dentes estavam cerrados, meu rosto pegava fogo, e tudo ali parecia uma severa verdade.

Mas não era possível, eu fiquei em coma por apenas alguns meses, logo depois me mudei, como ele pode brincar com uma situação dessas?

ㅡ Sim, você ficou em coma por 7 anos em um transe de quase-morte, você ficou tempo demais embaixo da água fria, o que quase congelou seus órgãos de dentro para fora, a água em seu pulmão não foi totalmente drenada, impedindo que sua respiração fosse normal novamente, seu corpo não reagia a nenhum medicamento, mas com minha persistência descobrimos o problema e um doador anônimo o fez.

Se você acordou, foi porque ele pediu que acordasse.

Aquela situação toda me dava um grande branco, sem saber aonde ir ou o que fazer. Eu precisava encontrar Kihyun e acabar com toda essa brincadeira sem graça.

Voltei para meu quarto, com os documentos da alta, tudo estava estranhamente ali.
A mesma data, o mesmo hospital, o mesmo lago.
Troquei minhas roupas, as guardando na bolsa que havia ali, e ao seu lado tinha um porta retrato, eram dois adolescentes, dois garotos, não aparentavam ter mais que 16 anos.
Me dei a permissão de tirar a moldura ali e admirar a foto sem um vidro em sua frente. Segurando-a pude sentir uma certa profundidade, havia algo escrito ali.

"Yoo Kihyun E Lim Changkyun"
"Os melhores amigos pra sempre"

As lágrimas desciam teimosas pelo meu rosto, o sentimento de confusão estava se tornando tristeza por mais que eu não entendesse o que aquilo significava. Um pouco abaixo, havia algo escrito, um pouco borrado, como se fosse recente, mas legível.

"O único amigo que eu tenho."

Eu precisava achar Yoo Kihyun não importa o que seja, eu precisava dele, e se eu não o fizesse, talvez morreria com a angústia que me engolia cada vez mais.

Terminei de arrumar a bolsa, até deixando algumas roupas caírem mas isso era o de menos agora, a mãe de Kihyun deve estar preocupada após eu sumir de um dia para o outro.

Já fora do hospital, estranhei.
O clima estava totalmente diferente do qual eu havia chegado, antes chovia e ventava muito forte, agora já fazia sol, e o clima era agradável, mas meu coração estava apertado demais para conseguir ligar os pontos para uma mudança climática tão radical assim.

A cidade estava completamente diferente, isso era cientificamente possível? casas se tornarem prédios, ruas residenciais se tornarem avenidas e muitas das lojas se tornarem grandes fábricas.

Ok, é real, eu estou delirando.

Pedi um táxi e acabei por usar todo o dinheiro que havia comigo, indiquei o local que o mesmo deveria me levar e não tardou para achar meu destino.
A rua onde se encontrava minha casa estava diferente, vazia, e até mesmo o lago, parecia ter sido interditado.

Sem pensar duas vezes corri até a casa de Kihyun, precisava conversar com ele e entender o porque dessa brincadeira tão sem graça agora. A campanhia fazia eco do lado de dentro e pude perceber que a porta estava aberta, a mãe de Kihyun não estava, talvez ainda estivesse procurando por ele.

Subi as escadas correndo, pulando alguns degraus uma vez ou outra, chegando ao seu quarto e me decepcionando por estar vazio, ao olhar ao redor seus livros estavam em cima da cama, como no dia em que eu pude selar seus lábios macios.

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