Capítulo 6 O Vira-Tempo

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Harry não sabia o que era mais triste, mas com certeza a notícia seguida da reação de Rony foi uma cena horrível de se ver. Em um momento o ruivo estava em choque, no outro riu histérico acusando Malfoy de fazer uma piada sem graça, para depois finalmente perceber o que os outros três já tinha entendido. Gina estava realmente morta, e a dor nos olhos do Malfoy, embora estranha foi compreendida pelo moreno, ele não queria que aquilo acontecesse.

O momento em que Rony finalmente caiu em si foi totalmente desesperador, pelas lágrimas de desespero que ele deixou cair, ou os gritos de dor que escapavam de seus pulmões, enquanto Hermione fez um feitiço abafando o som no banheiro. Malfoy parecia incapaz de pronunciar qualquer coisa.

Hermione abraçou o ruivo que estava inconsolável, mas ele se libertou e deu um soco na pia, conseguindo machucar a própria mão, como se a dor física fosse tirar a dor que estava sentindo no momento.

Rony não queria acreditar, sua irmãzinha devia estar bem não é? Mas por que ele sentia que Malfoy falava a verdade? Essa sensação de perda em seu peito o esmagando como se uma tonelada tivesse caído em cima de si. A desesperança e dor inimaginável de perder alguém amado era assim? Como se não pudesse haver um futuro feliz sem a pessoa? Porque era exatamente isso que ele sentia, um grande vazio.

Sua cabeça rodou ao lembrar da última vez que esteve com a irmã, e o enjoo o pegou levando-o a vomitar tudo que estava em seu estômago. Qual foi a sensação que sua irmã teve ao perceber que sua vida findaria? Pensar nisso com certeza não lhe faria bem. Assim como socar espelhos também não.

__ Rony..._ Hermione tentou, sua voz estava embargada, Harry viu a dor em seus olhos, e supôs que também não estava diferente, foi como receber a maldição cruciatus.

— Gina..._ sussurou o ruivo com a voz rouca.

— Vamos mudar isso Rony._ Harry tomou a frente, dando um abraço no amigo demonstrando que ele nunca estaria sozinho, Hermione também se uniu ao abraço.

__ O vira-tempo._ sussurou Rony esperançoso. Claro! Havia um vira-tempo e eles poderiam usa-lo para ir ao passado, isso poderia mudar tudo!Só temos que encontrá-lo.

Harry assentiu, se afastando do amigo e suspirando, ele precisava abrir a passagem na língua das serpentes. E foi o que fez. A passagem se abriu e o moreno foi o primeiro a entrar.

__ Lumus!

Uma luz na ponta de sua varinha iluminou o corredor, estar novamente naquele lugar escuro e sinistro não era um dos desejos do moreno, as colunas que se erguiam do chão até o teto seguiam e fileiras pelo corredor enorme, colunas entalhadas com esculturas de serpentes. Harry virou para encarar os amigos...e Malfoy. Esperava não se arrepender de terem trago o loiro de rosto pálido.

— Temos que procurar um vira-tempo aqui.– falou estranhando a própria voz rouca, talvez por ter chorado há poucos instantes.

Rony e Hermione assentiram, e Draco fez um sinal quase imperceptível confirmando.

— Vamos ter que ser rápidos, provavelmente alguém vai vir aqui à mando do Lord das Trevas.– Draco se atreveu a dizer hesitante. Hermione o fitou, analisando sua postura, ele realmente parecia querer ajudar, e para o próprio bem, ela esperava que fosse sincero.

Harry foi à escultura de serpente usando a varinha para revelar algo talvez escondido por um feitiço,mas não havia nada, era frustrante. Harry tentava afastar a culpa que teimava em dizer que ele era responsável pela morte da Weasley mais nova, se ele não tivesse suposto que havia algo ali, ela com certeza não teria saído do quarto e não teria sido assassinada em um dos corredores.

— Achei algo!– a voz animada de Malfoy atraído toda a atenção, ele se encontrava olhando para a fonte ali perto, usando a varinha para iluminar uma saliência na borda interna.

Hermione foi a primeira a chegar onde o loiro estava, em seguida Rony e Harry se aproximaram, regulando a respiração para encarar a água negra.

O Malfoy enfiou a mão na água para alcançar o objeto na fonte, mas recuou imediatamente assustado, em seguida sacudiu a mão a erguendo para olhar.Estava normal.

— Mas..como? Eu senti queimar.

Hermione apertou os olhos, sua expressão pensativa, ela buscava uma resposta para aquilo, algo que deixaram passar, afinal, não teria sentido ter um Vira-tempo se não podiam pegá-lo.

" O tempo é precioso,
Controlar o tempo é divino
Somos superiores aos humanos
Temos a chave do destino
Mas usá-la é imprevisível
E se conseguir
Voltaremos aonde mais quiser
E mudaremos o que quiser mudar"– Harry citou lembrando do primeiro sonho que teve sobre o vira tempo.

— só o herdeiro de uma das quatro casas pode pegar vira-tempo. Estava escrito naquele altar.– Hermione disse, lembrando também do sonho. Ela encarou Rony e Harry, descartou a ideia de ser Malfoy, porque o loiro ainda estava encarando a mão.

— não sou eu.– Rony disse, com convicção.

Harry deixou o ar preso em seus pulmões sair, ainda sem acreditar que aquela tarefa fosse para ele. Com cuidado ele se ajoelhou na borda e enfiou a mão na água, encontrando a saliência que Malfoy mostrou, e se surpreendeu no mínimo quando sua mão apalpou alguma coisa. Ele puxou com cuidado, e quando a mão estava parcialmente fora da água, puderam ver a silhueta de uma pequena ampulheta, era um vira-tempo diferente pelo modo como a área brilhava dentro como se fosse partículas de energia condensada interagindo entre si.

— Então é isso...– a voz de Rony soou estranha, confusa– mas como vamos usá-lo?

Hermione segurou o vira-tempo, tentando analisar e encontrar algo que pudesse ajudá-los a entender, um manual de instruções,ja que não havia um círculo e não havia como girar a ampulheta.Seus dedos tocaram uma pequena inscrição em runas antigas na base, ela arqueou as sobrancelhas, Harry sabia que isso significava que ela havia descoberto algo.

Estupefaça!– a voz de alguém os distraiu, quando deram por si, Rony que estava à frente de Hermione foi estuporado. Malfoy virou já imaginando que seria, e estava certo.

O garoto que viu era um aluno do sétimo ano da Sonserina, Malfoy sabia que ele ja possuia a marca negra, ao contrário de si. Com certeza ele faria qualquer pra agradar Voldemort. Draco lançou um feitiço não verbal, que foi defendido pelo garoto, Adrien Korb.

protego!– Hermione fez um escuro ao redor de si, protegendo o vira-tempo. Enquanto lançava um feitiço estuporante no sonserino.

Mas logo outro apareceu atacando-os de surpresa, Harry reanimou Rony que acordou atordoado, percebendo a luta ao redor, conseguiu se erguer e pegar a varinha que estava caída ao chão.Havia um corte em seu queixo ao ser atingido.

Harry viu quando um feitiço atingiu Hermione, que por algum motivo tinha perdido o foco na luta, a garota foi lançada já alguns metros preocupando Harry que não sabia qual feitiço tinha atingido-a.Eles estavam no centro de um espaço circular, o moreno olhou para os dois projetos de comensais e lançou um feitiço.

Bombarda!

Uma das colunas quebrou, Harry correu até a amiga que estava desacordada, o vira-tempo tinha uma pequena rachadura, e a areia estava prestes a tocar o chão, o moreno segurou a cabeça da amiga no colo sem ter tempo de impedir que a areia caísse. O que aconteceu em seguida foi confuso. Em um momento estavam lançando feitiços, em seguida uma barreira invisível se interpôs entre eles e os sonserinos. Malfoy lançou um olhar confuso para Harry, seus olhos focaram o vira-tempo quebrado, e seu rosto se iluminou em compreensão.

— o vira tempo quebrou!– Malfoy avisou ao Weasley que arregalou os olhos, procurando a pequena ampulheta.

— E agora?– Rony indagou quando algumas cenas começaram a passar na barreira, coisas passadas, não precisava ser um gênio pra saber que aquilo não seria nada agradável.

Foi como aparatar, só que por um período de tempo maior. Harry sabia que estava segurando Hermione contra seu corpo, e esta foi a única lembrança que teve antes de apagar.

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