Voltando no tempo

Capitulo 36 Um preço alto demais

Oii

Harry não sabia o que esperava do melhor forjador do mundo, mas certamente não era um anão coberto de fuligem,  não que ele fosse idiota o suficiente para expressar isso em voz alta.

— Olá, Eitri. – Lily falou, com um sorriso amigável em seus lábios.

O anão ergueu os olhos, encarando-os genuinamente surpreso, antes de baixar o martelo e deixar o que fazia.

— O que crianças como vocês fazem aqui?
— Precisamos de seus serviços. – Lily falou, recolhendo cada grama de confiança que ainda tinha.

A ruiva sabia que estar ali poderia se mostrar uma decisão extremamente estúpida, mas sabia melhor que ninguém que eles não tinham tantos caminhos a escolher.

— Uma espada para matar um basilisco.– Hermione acrescenta, desviando o olhar para o metal que o anão colocou sobre a bigorna.

Eitri coçou a barba, parecendo pelo menos considerar o pedido, o que era mais do que eles já esperavam, e isso aliviou uma parte em Hermione que ela não sabia estar tão tensa. Os olhos inteligentes do anão vagaram entre os cinco bruxos, com algo entre interesse e dúvida, mas como um click, seus olhos se iluminaram.

— Vou ter que cobrar algo tão valioso quanto a arma que me pedem.– disse ele.– o amor.

Harry não entendia o que o anão queria dizer com aquilo, afinal, como eles pagariam com amor? Não era algo tangível. Seria alguma metáfora?

— O que você quer dizer com "amor"?– Harry perguntou, genuinamente confuso, seu tom claramente hesitante com a expectativa da resposta do anão.

O olhar brilhante de Eitri se apertou, como se estivesse reprimindo alguma emoção que, se parecia muito com malícia, pensou Harry, preocupado.

— Para fazer uma espada tão poderosa, precisarei de algo tão magnífico quanto, então irei usar a coisa mais poderosa do universo, acessível apenas com o maior pagamento possível. O amor. Um de vocês deve renunciar esse sentimento, esse é o preço pago ao ouro do Reno.

Hermione apertou as mãos em punho, o anão com seu sorriso falsamente inocente os encarava como se os tivesse posto em uma armadilha, e, ela sabia que a urgência com a qual eles haviam solicitado aquilo, confirmou as suspeitas que Eitri pudesse ter, e agora eles não estavam mais perto de obter o que precisavam, do que estiveram antes de entrar naquela caverna. Era um preço demasiado para que qualquer um deles ousasse, de bom grado, pagar.

— Eu faço isso.

Todos e viraram estupefatos para o loiro, que tão naturalmente se oferece para renunciar o amor, como se fosse nada além de uma negociação banal. Draco ignorou o olhar repreensor de Hermione  e o fulminante de Harry, que parecia segurar sua vontade de vomitar uma enxurrada de palavrões muito criativos.

— Malfoy, você usou suas últimas células  cerebrais em que momento?– Harry perguntou, sua mandíbula travada de raiva.

— Eu acho que não estamos em uma boa posição para recusarmos. – Draco responde contendo a raiva. Eles não percebiam que não havia outra escolha além daquela? Por que pareciam tão pasmos com aquilo? Não era como se o amor alguma vez tenha dado algo de bom para ele, de forma que não estaria perdendo nada, e, se pudesse usar aquele sentimento estúpido para ajudar seus amigos, ele faria, sem se importar com as consequências.

— Podemos encontrar outra solução. – Hermione falou, segurando o braço do loiro, que caminhava em direção ao anão, tão despreocupado quanto estaria ao fazer um passeio. Ele não podia estar falando sério, aquilo era demais, ela jamais ousaria pedir algo tão grande assim para ele. E, ao encarar os olhos do loiro, ela percebeu que ele sabia disso, e, estava disposto mesmo assim a fazer aquilo. Seu sorriso irônico  aquietou o aperto no peito de Hermione, e, finalmente ela soltou o amigo.