10. Advices

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Havia se passado um tempo, agora já estava de noite e Joan estava pensando no que Peter havia dito, sobre a maratona de filmes, mas não era com os filmes que ela estava preocupada.

A garota, que estava jogada na cama, no lado contrário do certo, deixando sua cabeça pendurada, ficava pensando nos prós e contras do Parker estar em sua casa, os dois, sozinhos.

Ela sabia que podia confiar que ele não faria nada, afinal sabia que era apenas amigos, mas ainda sim, havia o receio, até por que, a garota já duvidava de algumas coisas, mas já pensava que podia ser só paranóia sua.

Joan nunca foi de ter muitas "aventuras amorosas", nunca chegou a namorar, mas o sentimento por garotos, já havia aparecido antes, e esse sentimento a fez passar por experiências não tão boas.

Ela se lembra perfeitamente do primeiro em que seu coração a enganou, na sexta série, por um garoto chamado Matheo, ele era popular, mas era legal, falava com todos, e ajudava caso alguém precisava, um encanto de garoto, no dia dos namorados, Joan escreveu uma carta para entregar a ele, quando foi a escola, o viu abraçado com uma menina, não sabia quem ela era, mas pode ouviu Lucas dizer a ela assim que a viu.

"Matheo está namorando a Britt!"

É, uma decepção amorosa para uma menina de 9 anos, mas aquilo foi um leve começo.

Aos 12, conheceu Dylan, um garoto que havia entrado na sua escola a um pouco de tempo, ele era loiro com os olhos azuis, parecia um garoto perfeito, mas seus olhos brilharam ao vê-lo pela primeira vez, Lucas avisou que esse garoto também não era alguém que ele aprovava muito, Joan ignorou um pouco esse conselho.

Quando voltava para casa uma vez, viu Dylan caminhando ao outro lado da rua, o olhar dos dois se cruzaram, e ele deu uma piscadela, a garota deu um sorriso fraco, que se desmanchou tão rápido quanto apareceu, um garoto ruivo que caminhava atrás dele, o abraçou e Dylan devolveu o carinho do gesto com um selinho.

Mais uma vez, ela não teve sorte.

Isso era engraçado agora que estava maior, mas é, talvez essa paixonite pelo Parker passe.

"Ah vamos, pare de paranóia Joan.", mentalmente ela brigou consigo mesma."Não vai acontecer nada, são só dois filmes, certo?"

Se ajeitou na cama, logo que sentou, teve que esperar um pouco, havia passado algum tempo daquele jeito, e com o rápido movimento, acabou ficando tonta.

Quando melhorou, calçou sua sapatilha e saiu do apartamento, bateu um pouco fraco na porta, e logo May a abriu.

— Joan!— Ela disse abrindo um leve sorriso.— Está procurando pelo Peter?

— Oi sra.Parker...— May a encarou meio feio como sinal de repreensão — May... Ele está? — A Wilson disse meio nervosa por ter dado esse erro com a mulher, que deu um riso soprado.

— Não, Peter... Foi chamado no estágio. — May deu um leve sorriso.

— Ele teve algum problema?— Joan encolheu levemente os ombros, será que havia causado algo a ele por causa do café?

— Ah, não não, só queriam conferir algumas coisas com ele, mas daqui a algum tempo ele deve voltar.—
Joan assentiu.

— Bom... Posso deixar um recado?

— Tá bem, mas não seria mais fácil se mandasse uma mensagem?— May perguntou e Joan sorriu meio nervosa.— Espera, você tem o número dele não tem?— A Wilson negou levemente com a cabeça e May riu.— Ok, espere um minuto.— Quando ela voltou , estava com um pequeno papel, logo ela o entregou a garota.— Aqui está, só não conversem até tarde.

— Obrigada... May, até mais.— Joan disse e May sorriu, a garota foi até o apartamento, direto para o seu quarto e pegou o celular, mas não foi para o Parker que ela ligou.

...

Lucas estava em seu quarto, com alguns livros sobre a escrivaninha, fazendo seu costumeiro dever de casa, quando seu telefone começou a tocar, ele esperou que parasse mas não aconteceu, quando foi silenciar, viu o nome da melhor amiga na tela e logo atendeu colocando no viva-voz.

— Achei que você estava com raiva, e que não ligaria mais p'ra mim— Ele começou mas foi interrompido.

Luca, eu estava com raiva e estou com raiva... Mas agora por você estar certo.— Quando ouviu isso o Dechart riu alto, ainda pode escutar a reclamação da garota no telefone.

— Ok, um coral comigo, em 3, 2, 1 e...— Lucas girou na cadeira giratória.—Bingo! Eu te avisei!

Droga, é, você está certo, e eu te odeio por isso, então..?— Joan disse e o garoto sorriu convencido.

— Não sei.— Essa foi a resposta dele fazendo a outra do outro lado da linha ficar confusa.

C-Como assim não sabe?

— Joan, eu sou seu melhor amigo, e não um vidente.— Falou sério. — Eu não conheço esse tal de Palmer, e nunca falei com ele, se você vai quebrar a cara ou não, eu não sei, vai ter que aprender a saber sozinha bae — Joan fez uma careta, não gostava quando ele a chamava assim, e Lucas sabia bem disso.

É Parker, Peter Parker, e é ele é legal, mas ser legal não me dá muita segurança.

— Joan você é tão inteligente, mas pra isso é tão burra...— Lucas disse se deixando afundar na cadeira.— Qual a principal regra que nos humanos temos pra vida?

Tentativa e erro.

— Tentativa, quando ocorre o erro o que se ganha?

Tá, entendi, eu não posso ser tão medrosa como quando eu fui com Matheo.— Ela bufou.— Por que pra tudo você sempre faz um grande raciocínio? Por que só não me diz?

— Joan Song Wilson, se você está achando meu jeito de te dar conselhos errado, comece da raiz do problema, você está pedindo conselho amoroso para um garoto, e esse garoto aqui, é o único que você confia pra falar algo desse tipo...— Lucas parou e logo  suspirou— Ok, chega, o que tiver de fazer, faça, agora eu tenho que ir, hora dos estudos.

Ok, Tchau bacalhau.

— Tchau morena da perna de pau.

...

A Wilson olhou para o celular pensativa, Lucas estava certo, tudo não podia ser tão ruim, e se demorasse o suficiente, iria mais uma vez ter que comprar um pote de sorvete para assistir algum filme de ação, peculiar mas funcional.

A garota pegou o celular e gravou o número de Peter, logo abriu o app de mensagens.

You

Pete?
Podemos assistir sim Star Wars...
Livre no sábado?

Joan ficou algum tempo esperando alguma resposta, achou que ela ou May haviam se enganado nos números, por fim para acabar com a ansiedade, a garota foi a sala e começou a procurar algum filme na televisão, até que achou um que finalmente a interessava, perdeu a noção de quanto tempo havia levado, mas quando escutou o barulho de notificação, sua mão foi de encontro ao celular jogado do outro lado do sofá, ao ligar, mesmo na tela de bloqueio, pode ver que a mensagem era
–finalmente – dele.

Pete

Fechado.

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