Capítulo 18- Dado o veredito

1.5K 88 4
                                    

    Não consigo fazer com que minhas pernas parem de tremer feito vara verde e minhas mãos de soarem rios.

—Ei, vai ficar tudo bem.

    Olhei em seus olhos e dei meu máximo para agarrar aquela segurança que só ele me passava. Fechei meus olhos, respirei fundo e selei nossos lábios.

—Eu te amo Dul, e eu não vou deixar esse canalha tocar em você, nunca mais!

   Suas mãos seguravam meu rosto na intenção de que minha atenção fosse toda dele, como se isso fosse preciso, sua presença sempre me prendia como um imã e mesmo sentada do lado de fora do auditório onde a alguns minutos Pablo seria julgado, minha atenção era toda dele, mesmo que ele estivesse falando a maior besteira do mundo, quando meus olhos encontravam os seus era como se nada mais existisse.

—Gente, ta na hora.

   Respirei fundo, olhei para minhas irmãs e meus amigos e tomei coragem, levantei sendo seguida por Christopher que segurou minha mão, e só a soltou quando tive que me sentar na mesa junto a Alfonso e ele sentou-se no banco logo atrás de nós. O juiz deu início a audiência, e como esperado, por ser réu primário foi concedida uma fiança, trabalhos comunitários e danos morais, Pablo estava livre. Poncho conseguiu manter o mandado de afastamento, para o meu alívio, pelo menos assim ele nunca mais chegaria perto de mim.

—Graças a Deus tudo acabou! -Mai segurou minha mão e sorriu

   Estávamos em nosso apartamento comemorando a vitória no processo. Any gritava "SAÚDE!" enquanto erguia sua taça de champanhe, fizemos um brinde e em seguida Chris ligou o som e puxou Mai para o meio da sala para que dançasse com ele.

—Está calada por que está aliviada ou ainda está com medo de que ele faça algo?

—Eu não sei Any, estou aliviada, porém não consigo tirar o olhar maníaco que Pablo estava no dia da boate, e até mesmo hoje, você notou como ele me olhou? Ele parece que pirou, ficou maluco, não sei.

—É maninha, normal ele não é. Mas não se preocupe, a lei foi aplicada, e ele não pode chegar perto de você.

—Posso rouba-lá um pouquinho?

    Anahi beijou minha bochecha e sussurrou um "eu te amo", e saiu nos deixando a sós.

—Vamos dançar? Chris e Mai parecem estar se divertindo bastante.

—É parecem mesmo. -sorri

    Minha irmã sorria enquanto Christian lhe girava no ar, nunca a vira tão feliz assim com ninguém, olhei em volta e pude perceber como nossas vidas mudaram assim que fui ao escritório de Christopher, ele, Alfonso e Christian entraram em nossas vidas como um resfriado, do nada, mas se tornaram tudo pra nós.

—Um beijo por um pensamento.

   Olhei o homem sentado ao meu lado e meu coração palpitou como sempre acontecia quando o via, sorri e lhe dei um selinho.

—Estou tentando entender quando foi que viramos isso.

—Isso o que?

—Uma família, bem doidinha, mas ainda sim uma família. Antes de vocês aparecerem eramos só nós três contra o mundo.

—Tipo as meninas super poderosas? -brincou

—Tipo isso. -sorri —Nossas vidas eram resumidas em trabalho, boates, eventos, festas, e nunca parávamos com uma pessoa só, cada uma com seus motivos, Any dizia que nenhum homem conseguia trata-la como a princesa que ela é, Mai por que vivia na ilusão de que devia esperar o homem perfeito.

—Olha o Christian é meu melhor amigo, é como um irmão pra mim, mas ele não é bem o tipo do "cara perfeito"

—E ela sabe disso, ninguém é perfeito. E eu acho que são as imperfeições dele que ela mais ama. -sorri

—E você? Falou sobre suas irmãs... E você?

—Eu tinha medo, depois de tudo que aconteceu comigo e com Pablo, pensei que esse negócio de amar e ser amado, não era pra mim. -mirei meus dedos das mãos que brincavam com nosso anel de namoro —Até você aparecer -fitei seus olhos tentando passar tudo o que eu estava sentindo naquele exato momento com apenas um olhar —Você mudou tudo Christopher, nunca pensei que fosse capaz de me apaixonar de novo, mas você se mostrou além de um amigo maravilhoso, um namorado sensacional. E nem sei como te agradecer por tudo que você tem feito por mim. -segurei seu rosto entre minhas mãos —Eu te amo.

—Eu te amo. -selou nossos lábios
—Pode começar aceitando dançar comigo. -levantou-se e estendeu sua mão

—Tudo o que você quiser! -sorri o seguindo até o centro da sala onde nossos amigos dançavam loucamente ao som de David Guetta

    Dançamos tanto que precisei tirar meus sapatos e recorrer a um copo d'água.

—Hi my candy! Se divertindo? -Tay se aproximou

—Como nunca. -sorri ao ver Christopher e Christian fazendo uma dancinha em cima da mesa de centro.

—Fico muito feliz em ver esse sorriso de volta. Você merece isso e muito mais Dul, nunca duvide disso.

     Assenti e lhe abracei.

—Ei Tay, vou precisar dessa ruiva falsa aqui, já, já te devolvo.

     Any e Mai ligaram nosso aparelho de karaokê e escolheram uma de minhas musicas, a que eu mais gostava.

—Começa Dul! -Mai entregou-me um microfone

—Nadie puede pisotear tu libertad. Grita fuerte por si te quieren callar. Nada puede detenerte si tu tienes fe. No te quedes con tu nombre escrito en la pared, en la pared

    Me surpreendi quando todos cantaram juntos o refrão da música. Olhei para todos ali presentes e sorri, estava feliz, muito mais que isso, eu estava completa.

Onde tudo mudouOnde histórias criam vida. Descubra agora