Onde tudo mudou

Capítulo 37- Acabado

~Dulce

    Abri os olhos com certa dificuldade, olhei para o lado e vi Christopher dormindo em uma poltrona com o braço enfaixado.

—Christopher. -tentei o chamar mas a minha garganta estava seca —Ucker! -entendi minha mão com certa dificuldade até o seu ombro e acariciei o lugar

    Seus olhos abriram aos poucos, também se adaptando a claridade do quarto.

—Dul! -levantou em um pulo
—Fique calma! Vou chamar a enfermeira!

    Ele correu até a porta e voltou sorrindo.

—Não sabe o quanto eu estou feliz de te ver acordada.

—O que... -tentei falar

    A fermeira adentou o quarto junto ao médico, eles me examinaram e depois de beber quase um litro d'água e eles injetarem alguns remédios em minha veia eu acabei adormecendo novamente.
Quando acordei provavelmente horas depois, Christopher já não estava mais no quarto, quem ocupava seu lugar eram Any e Mai.

—Da pra vocês falarem menos. Minha cabeça ta explodindo! -resmunguei me ajeitando na cama

—Olha quem acordou, e de mau humor como sempre! Mai pode dizer ao médico que ela já está ótima! Mal acordou e já nos mandou calar a boca!

—HA HA HA. -revirei os olhos

As duas levantaram e me abraçaram apertado quase me tirando o ar.

—Dul, nunca mais faça isso com a gente!

—Como se eu quisesse ter sido sequestrada pelo meu ex maniaco! -revirei os olhos

—Você quase matou a Any do coração. Nunca vi a nossa Barbie tão nervosa, ela estava se culpando por você ter sumido.

—Fofoqueira. -olhou feio pra Mai fazendo bico

—Ei! A senhorita está com o meu sobrinho ai dentro! Não pode se estressar! Tem se alimentado? To te achando mais magrela do que o normal, acho que quem está precisando ser internada é você Barbie. -brinquei —E você nem ninguém aqui tem culpa de nada, até eu já tentei me culpar, mas eu nunca poderia imaginar que Pablo se tornaria essa pessoa horrível.

Fomos interrompidas por Christopher que adentrou o quarto com os gêmeos.

—Mama! -Diego abriu os bracinhos na minha direção

Tudo que envolvesse esses dois me deixava feito maria mole.

—Meus bebês! Que saudade! -abri os braços emocionada

As horas que passei naquele cativeiro, que mais me pareceram dias longe da minha família, me fez pensar que nunca fosse vê-los novamente, e hoje vendo meus pequenos correndo na minha direção fez meu coração se acalmar, com a certeza de que nada, nem ninguém nunca nos separará.
Christopher colocou os dois sentados na cama comigo. Diego me abraçava e falava coisas sem sentido, enquanto Sophia me olhava de cara feia.

—Ei princesinha, o que houve?

—No mama. -tirou minha mão de seu rostinho

—O que a mamãe fez pra você ficar brava comigo?

—Eu soinha. -cruzou os bracinhos

Olhamos sem entender o que ela dizia.

—Mama, soinha Soso, Didi, Papa

Sorri entendendo o que a minha pequena cópia dizia.

—Ah minha princesa, a mamãe promete que nunca mais vai deixar vocês ta bom? -sorri
—Agora vem dar um abraço na Mama que eu to morrendo de saudade! -ela sorriu e pulou em meus braços me apertando com seus bracinhos

Christopher olhava a cena sorrindo sentado no pé da cama.

—E você papai, não vai dar nem um beijinho na mamãe?

Ele sorriu e veio até a mim, me deu um selinho demorado e depois beijou minha testa.

—Nunca mais vou deixar ninguém te tirar de nós.

Depois de matar um pouco da saudade dos meus bebês, minha mãe e minha sogra entraram pra me ver e levar os gêmeos pra casa, o que foi uma batalha difícil, pois Sophia não queria ir embora e Diego ao ver a relutância da irmã resolveu apoiá-la nessa batalha. Mas depois de explicar que eu estava doente e que precisava ficar mais um diazinho aqui, e chantagea-los com um passeio no zoológico, eles se foram.

—Senti tanto a sua falta, pensei que nunca mais fosse vê-los. -acariciei seu rosto

—Eu nunca ia deixar aquele louco te tirar de mim, nem se você quisesse.

—O que houve ai. -apontei para o seu braço

—Foi só um tiro de raspão.

—O que!? -arregalei os olhos
—Como isso Christopher? Por que você não está em observação? Ta doendo muito? Chama o médico!

—Calma amor, eu juro, foi só de raspão, nada grave. Levei alguns pontos mas nada demais.

—Como isso aconteceu?

Ele respirou fundo e me contou todo o ocorrido.

—Ele está morto?

—Sim. E pode me chamar do que quiser, mas eu dou graças a Deus por isso. Pela primeira vez, acho que ir ao tribunal e ser condenado a vida inteira de prisão não seria o suficiente.

—Eu também fico aliviada por isso. Não iamos conseguir viver em paz um minuto sequer com esse homem por ai. E a Belinda?

—Está presa, vai ser julgada na semana que vem. Nós temos um dedo bem podre para relacionamentos em. -brincou

—Eu não acho, olhe para nós! Eu tenho o homem mais lindo, mais talentoso, o melhor pai que podia pedir para os meus filhos... Você é tudo pra mim Sr. Uckermann.

—Eu te amo, futura Sra. Uckermann! -sorriu