Onde tudo mudou

Capítulo 26- Chegado o momento

2 meses depois...
~Dulce Maria

    Andar? Estava evitando fazer isso. Minhas pernas e meus pés estavam cada vez mais inchados, minha barriga? Nem vou falar sobre isso...

—Quer uma massagem?

—Ai amor, nem sei o que quero! Não vejo a hora de parir esses dois logo!

Christopher gargalhou e passou a mão em minha barriga.

—Caalma. Falta pouco! -segurou minha mão

—Cada dia que passa parece uma eternidade! -choraminguei
—Estou com fome!

—Sua mãe fez lasanha, vou pedir pra ela trazer pra você, preciso resolver algumas coisas do trabalho, se precisar de mim, estarei no escritório. -beijou meus lábios e saiu

Depois de comer resolvi tomar um banho de banheira.

—Posso entrar? -deu três batidinhas na porta

—Nem precisa perguntar. -sorri

—Está bem relaxante?

—Uhum.

—Sua mãe quer ir ao mercado, disse que nossa dispensa está vazia. -fez careta —E o pior que fui olhar e é verdade. Não quero que fique sozinha, então, infelizmente vai ter que sair dai.

Revirei os olhos e bufei.

—Mas qual o problema? O parto está marcado pra só daqui a uma semana e meia.

—Amor, tenho medo de que passe mal. Vamos por favor. Depois eu deixo você ficar ai dentro até virar uma uva passa. -estendeu a mão para mim

Segurei sua mão e me levantei, assim que coloquei meus pés no tapete, um líquido quente desceu por entre as minhas pernas. Arregalei os olhos e olhei para Christopher.

—O que foi?

—A bolsa!! -olhei para baixo, para a poça que se formava aos meus pés —Estourou!!

Christopher me ajudou a me secar e depois me levou até o quarto.

—Senta aqui. Vou chamar sua mãe para me ajudar a se arrumar e pegar as coisas dos bebês. Eu já volto meu amor. -beijou minha testa e correu porta à fora

Minha mãe pegou as bolsas dos bebês nos quartos deles enquanto Christopher me ajudava a me trocar. Senti uma pontada, e uma dor horrível.

—Dulce? Dul? Ta tudo bem? -segurou meu rosto com os olhos arregalados

—Contrações! Elas começaram. -minha mãe chegou bem na hora
—Vamos!! -colocou-se ao meu lado e entregou as bolsas para Christopher —Tire o carro da garagem, vamos te esperar na entrada.

Em menos de trinta minutos estávamos no hospital. Minha mãe ligou para minha obstetra que já estava aposta.

—Vamos, separei um quarto para você. Preciso ver com quanto está de dilatação.

Me colocaram em uma cama e Jaque minha obstetra começou a me examinar junto de uma enfermeira. Fiz alguns exercícios para ajudar na dilatação, por sorte os dois estavam de cabeça pra baixo então eu poderia optar pelo parto normal.
Christopher se pôs ao meu lado e Laura começou a me passar as instruções.

—Vamos la! Força Dulce!

Diego nasceu as 1:30 da manhã, e sua irmãzinha Sophia veio logo depois as 1:55. E naquela madrugada, naquelas horas e minutos eu me senti a pessoa mais completa e realizada de todo o mundo. Christopher se emocionou quando ouviu o choro fino do nosso filho e depois disso foi difícil de parar quando nossa princesinha enfim deu as caras.
Christopher segurava Diego com cuidado e sorria entre as lágrimas que rolavam.

—Olha como ele é lindo. -colocou em meu colo

—Lindo. -sorri emocionada

—E aqui está a princesinha. -Jaque a entregou para Christopher e seu sorriso se alargou ainda mais

Ele se aproximou de mim e colocou nossa filha do meu lado.

—Eles são tão lindos. -beijei a testa de cada um

—Obrigada meu amor. Hoje eu sou o homem mais feliz de todo o mundo! -selou nossos lábios

Laura pediu que as enfermeiras levassem os bebês para pesar, fazer o teste do pezinho, todas essas coisas e Christopher que não queria desgrudar das crianças por nenhum segundo, pediu para acompanha-las.

—Dulce, descanse um pouco, ja, ja seus bebês vão estar com fome. -sorriu —Meus parabéns, pelos bebês e por sua força!

—Obrigada.

—Qualquer coisa é só me chamar.

    Quando acordei, Christopher estava com Sophia no colo, enquanto Diego dormia serenamente no berço do hospital.  Me ajeitei na cama com certa dificuldade pois ainda estava dolorida do parto, mas graças a Deus consegui ter o parto normal.

—Deixa que eu te ajudo amor. -Christopher pegou o controle da cama e moveu a parte de trás para que eu pudesse sentar —Tem alguém aqui que quer ver a mamãe. -estendeu Sophia para mim

     Ela estava usando um body salmão de camurça que minha mãe havia dado.

—Ela é tão linda, mesmo com cara de joelho. -peguei em sua mãozinha

—Concordo. -sorriu —Vou avisar a médica que você acordou. E tem umas pessoas querendo ver você e conhecer esses dois. -beijou minha testa —Já volto.

    Os olhos de Sophia abriam e fechavam lentamente. Acariciei seu rostinho e suspirei, tê-la em meus braços era a melhor sensação do mundo. Olhei para o lado e invejei Diego que parecia não se importar com mais nada, dormia serenamente enrolando em sua mantinha azul.

—Olá!! Cadê os bebês mais lindos dessa maternidade!?

—Anahi! Não grita! -ranhou Mai

—Sempre sem noção ne Barbie! -revirei os olhos

—Vocês só sabem brigar comigo! -fez bico —Péssimas irmãs! -cruzou os braços

    Quando parou de fazer seu drama e percebeu os pequenos pacotinhos seus olhos encheram d'água.

—Ain meu Deus! Eles são tão lindos! Olha só Mai! Que coisa mais fofa! -apontou para Diego

    Christopher pegou o filho no colo e mostrou para as meninas. Poncho e Christian estavam bem atrás espiando tudo.

—Ok. Venha Any! Segure sua afilhada! -seus olhos brilharam e sem pensar duas vezes ela se aproximou esticando os braços

    Com todo cuidado fizemos a troca.

—E você Mai, o seu afilhado. -Ucker o entregou para a madrinha que também se emocionou

    Christian colocou-se ao lado de Mai olhando atentamente e sorrindo para o afilhado, enquanto Poncho também fazia o mesmo, os quatro estavam lado a lado, sem perceber mais nada ao redor, só tinham olhares para aqueles dois pacotinhos.

—Fizemos a escolha certa. -sorri é abracei Christopher de lado

—Com toda certeza. -sorriu

—Tira uma foto.

    Sem pestanejar ele tirou seu celular do bolso e registrou o momento. Sorri e deixei uma lágrima escorrer por meu rosto, eu tinha uma família perfeita.