bem vindo a família!

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Midoriya acordou com uma forte enxaqueca e uma sensação de dormência. Ele sentia-se incompleto, como se algo houvesse sido amputado de seu corpo. Seus olhos se abriram lentamente e ele se obrigou a fazer uma rápida vistoria visual. Todos os seus membros continuavam intactos e amarrados com cordas, sua boca estava tampada com uma mordaça e ele havia sido largado em uma sala branca.

Onde estou? Ele pensou confuso e tentou chamar por seus poderes, mas nada aconteceu. Seu corpo estava exausto, parecia que ele havia sido espancado. Midoriya tentou lembrar-se do que acontecera mais cedo, mas sua dor de cabeça não o ajudava em nada.

Ainda grogue, ele fechou seus olhos e encostou sua cabeça na parede, sem perceber acabou dormindo.

Ele acordou minutos depois, talvez horas, talvez dias... A sala era fechada, não entrava nenhum tipo de luz natural, isso o deixou terrivelmente aéreo. Ao seu lado, havia uma mulher encostada na outra parede, seu cabelos era branco, quase prateados, e ela estava de olhos fechados. Midoriya a observou com atenção e tentou invocar seus poderes. Nada aconteceu.

Novamente ele vasculhou sua mente em busca de informações e acabou esbarrando em uma memória confusa. Shouto estava em pé, bem na sua frente, e o olhava como se houvesse feito algo terrível. Midoriya sentiu seu coração apertar com aquela lembrança e teve que se controlar para não engasgar.

Uma porta foi aberta e dela surgiu Dabi. A mulher ficou agitada quando o viu chegar, isso irritou Midoriya.

— Você finalmente acordou. — Ele falou com desdém e esboçou um sorriso igual. Com passos leves se aproximou e se agachou bem na frente do esverdeado, que virou o rosto involuntariamente e tentou fugir do fedor podre que o vilão exalava. — Me desculpe por estragar o seu encontro na noite retrasada, infelizmente nós precisamos cumprir horários!

Uma faca deslizou por dentro da manga de Dabi, que dessa vez sorriu com escárnio. Ele apontou a ponta da faca para o pescoço de Izuku e queimou uma parte do pano da mordaça, assim a retirando.

— Não fomos devidamente apresentados, você faz parte da minha família, olha que grande merda! — Dabi falou com entusiasmo. Midoriya o encarou do modo mais intimidador que conseguia, mas não surtiu efeito. — Sua individualidade não vai voltar, então não me olhe dessa forma. Já enfrentei coisas piores do que um gay revoltado.

O esverdeado se atentou ao que ele havia dito sobre sua individualidade, mas tentou ser transparente e não demonstrar desespero. Como assim os seus poderes não iriam retornar? O que diabos estava acontecendo?

— Eu não sou gay. — A sua voz saiu mais rude do que fora esperado. Dabi se limitou apenas a arquear uma sobrancelha e rir soprado.

— Se você não é gay, então por que estava de mãos dadas com o Shouto? Por que você estava o beijando e o olhando como se ele fosse um pedaço de carne? — ele perguntou com sarcasmo.

Midoriya sentiu uma pontada de vergonha surgir em seu peito e virou o rosto com pressa.

— Por que você se importa? Você nunca se importou com o Shouto ou com a sua própria família — retrucou.

— Alguém precisa ser o responsável preocupado, e o meu último fio de humanidade faz com que eu me importe com o 4° — deu de ombros e levantou. — Mamãe, você sabia que aquele garoto chupa o pau do seu filho dentro da escola? Droga, é pra isso que vocês colocaram o Shouto na U.A? Pra receber boquete do filho adotivo do All Might? Espero que ele não seja o passivo, papai surtaria se descobrisse que o seu amado filho gosta de sentar em um pau, não acha?

Midoriya não soube o que era pior, ouvir Dabi falando daquela forma sobre Shouto ou saber que a moça ao seu lado era a mãe do seu ex namorado. Izuku olhou para o outro lado tão rápido que seu pescoço quase torceu. A mãe de Shouto já o fitava com os olhos arregalados em surpresa.

crush; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora