por quem você está apaixonado?

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Olheiras definitivamente não combinam comigo. Izuku pensou enquanto limpava o seu rosto no banheiro.

Ele não estava pronto para falar com Todoroki depois do que aconteceu noite passada, as memórias dele implorando por beijo ainda estavam vívidas dentro de sua cabeça e ele se envergonhava por isso.

O alarme disparou. Eram sete horas. Midoriya retornou para o seu quarto e o desligou, ele fez suas higienes matinais e se vestiu. Suas costas doíam e ele ainda se sentia um pouco grogue. Ele não estava pronto para viver, na verdade, ele nunca esteve. Com pressa, o esverdeado pegou sua mochila e saiu do quarto, ele atravessou o corredor e fitou o quarto de Bakugou.

O jeito veementemente que ele dizia "Você é a minha garota" fez com que o estômago do esverdeado revisasse novamente.

Eu também queria ser o garoto dele.

As garotas estavam reunidas na sala, pareciam animadas. Midoriya passou por elas e pegou uma maçã na cozinha, ele até que tentou se livrar das suas amigas, mas foi fisgado de volta para o clubinho de fofocas da Miss Marple.

— Midoriya! Você já se confessou para o Todoroki? — Mina perguntou radiante. Ela parecia ser a única ainda a se importar com o assunto.

— Eu não... Não, não fiz. — Deku respondeu com uma pitada de vergonha e acariciou seu ombro. Cuidadosamente, uma mão sobrepôs a sua e seu corpo gelou.

— Vamos, Midoriya? — uma voz familiar sussurrou no pé de seu ouvido e um arrepio percorreu o corpo do esverdeado, que quase desmaiou.

Ele olhou sobre o seu ombro e viu Todoroki, que sorria forçado. Será que Todoroki Shouto tinha noção do que estava fazendo? Do constrangimento que havia causado?

Midoriya já podia ver as notícias nos jornais e televisão: "Deku, o herói número um, que sempre destrói vilões tem uma fraqueza, e essa fraqueza se chama: ter Todoroki Shouto sussurrando em seu ouvido às sete da manhã."

O menor respirou fundo e tentou acabar com aquele seu drama mental.

— Claro, nós ainda precisamos conversar. — ele tentou se manter paciente, mas não conseguiu. Seu coração estava acelerado, pronto para sair pela boca.

Todoroki caminhou para fora dos dormitórios e Izuku o seguiu em silêncio, ele observou o meio-a-meio e contra sua vontade o admirou. Shouto estava bonito, havia crescido um pouco mais e possuía uma cara séria, igual ao pai. Era difícil dizer o que ele estava pensando mesmo que as vezes ele fosse bem óbvio em suas ações. Todoroki Shouto com quase dezoito anos havia se tornado um garoto belíssimo, o ponto fraco de várias garotas — e também de Midoriya.

— Ei, Midoriya. Posso te perguntar algo? — ele quebrou o silêncio. — Hã, você tem um pai?

Deku franziu seu venho e pensou um pouco antes de responder. Ele tinha um pai, mas seu pai não era presente. Havia o abandonado quando teve a chance com a desculpa de que iria comprar um boneco raro do All Might.

— Sim. Oras, eu tenho sim. Eu só não lembro dele — Izuku respondeu enquanto fitava o céu azul claro — Não gosto de falar sobre o meu pai, foi difícil passar o dia dos pais sem ter um, sabe? Acho que sou um pouco invejoso.

— Me desculpe por tocar nesse assunto, eu fiquei curioso. Nunca te vi falando sobre o seu pai e por isso surgiu a dúvida.

Midoriya se manteve em um silêncio triste.

— Sobre o que você queria conversar, quero dizer, além disso?

— Ah, eu só queria saber mais sobre você — respondeu.

crush; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora