Capítulo Três

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O dia seguinte deu-me as boas vindas com vinte chamadas perdidas de cada um dos meus amigos. Acordei por volta das onze da manhã, como era meu costume – principalmente depois de uma noite cansativa passada de saltos altos – e o meu coração começou a bater rápido ao pensar que alguma coisa tinha acontecido. No entanto, quando abri as mensagens que Jason – o único que não me tinha ligado – me mandara, comecei a rir alto. Sentei-me na cama, encostando as minhas costas à parede e abanei a cabeça para tudo o que ele me tinha escrito. Não sabia porque é que tinha achado que seria alguma coisa de grave quando tão obviamente era sobre o meu reencontro com o cantor famoso.

«A Jane contou-nos que estiveste com o Harry Styles. O QUÊ, LIZZIE.»

«Lizzie, eu juro por Deus, se não acordas nos próximos vinte minutos EU VOU A TUA CASA»

«LIZZIE»

Tossi porque sabia que a minha voz estaria demasiado rouca para eu conseguir falar e, sem demoras, liguei a Jason. Por ele apenas me ter mandado mensagens, o que provava que era o mais calmo de todos eles, senti-me mais confiante para falar com ele. Os outros nossos amigos teriam que esperar até eu ter alguma comida no estômago, porque não estava pronta para reviver toda a noite anterior. Não quando sabia que as possibilidades de ele ter sido um dos grandes focos de atenção e, portanto, existirem fotografias de nós juntos eram altas – demasiado altas. Então, levantando-me e caminhando até à casa de banho, liguei a Jason.

O toque contínuo do telemóvel enquanto ele não chamava foi a banda sonora que tive enquanto estava a fazer o que precisava de fazer na sanita. No momento em que pousei o telemóvel e o coloquei no altifalante para lavar as minhas mãos, Jason atendeu. Comecei a rir quando ouvi sons de luta no outro lado da linha e olhei-me ao espelho, analisando as olheiras que decoravam os meus olhos. Tinha demorado a adormecer e, já tendo chegado a casa depois das duas da manhã, não dormira tanto como seria de esperar, tendo acordado às onze. Felizmente, no entanto, não tinha nada planeado para aquele domingo. Estava livre para passar o dia a escrever ou a ver filmes idiotas, como deveria ter feito com os meus amigos na noite anterior.

- Bom dia. – cumprimentei, não sabendo ainda quem me estava a ouvir.

Todos os meus amigos viviam juntos, no mesmo apartamento de quatro quartos. Numa outra vida, eu vivera com eles também, mas não demorou até eu ter precisado de segurança mais apertada e, não querendo fazê-los passar por uma mudança tão grande, mudara-me para um condomínio privado e com extrema segurança. Cartas de fãs eram adoráveis, mas perseguidores não e, nos últimos cinco anos, tinha recebido a minha quantidade de sustos relacionados com fãs demasiado loucos. Principalmente fãs do meu único policial. Ter decidido viver sozinha foi a escolha óbvia e necessária; eu conseguia pagar uma casa no condomínio e a minha vida era moldável, mas as suas não.

- Elizabeth Sanders! – a voz grave Jill repreendeu-me, fazendo-me sorrir. – Conta-me tudo.

Sequei as minhas mãos, depois de as sacudir contra o lavatório.

- Não há muito para contar...

- Não? A internet está cheia de fotos vossas.

- Oh, não.

Num instante, estava eu a correr até ao meu escritório, onde guardava o meu computador. Ouvi os meus amigos rirem para as minhas palhaçadas mas bloqueei todos os sons, focando-me apenas no meu objetivo. A ideia de existirem fotos minhas já era uma fonte de pânico grande o suficiente e honestamente eu sabia que a possibilidade de paparazzi de terem conseguido fotos de dentro da gala eram incrivelmente altas. No entanto, achei que o facto de eu ter passado o meu tempo com Mary ao lado poderia ter influenciado alguma coisa. Suspirei, de tão ingénua que tinha sido; todos os meus esforços para não ser associada a nada mais que a minha escrita tinham ido por água abaixo, tudo por causa de umas horas na noite anterior.

Caminhos Cruzados // harry stylesOnde histórias criam vida. Descubra agora