Capítulo Vinte e Três

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Estávamos em fila, uns aos lado dos outros, em frente ao edifício da esquadra. Eram seis da tarde e todos eles tinham saído dos seus empregos um pouco mais cedo, trabalhando mais e mais rápido que o normal apenas para podermos estar todos juntos no momento em que Jason fosse libertado. Harry, por sua vez, tinha escolhido encontrar-nos em minha casa, alegando que tinha alguns assuntos importantes para tratar durante a tarde.

Quando nos despedíramos, eu encontrara-me com Anna para saber o que poderíamos fazer em relação ao futuro, a um futuro em que eu e Harry realmente admitiríamos ter uma relação. Tínhamos passado as últimas três horas a falar sobre isso, Anna mais uma vez mostrando-me quão profissional e inteligente era. O truque, dissera ela, era aproveitar a publicidade que eu fosse receber em meu favor; não deixar que ninguém me reduzisse ao papel de namorada de Harry. Isso passava, segundo ela, por eu não deixar as minhas inseguranças e os meus medos levarem a melhor. Tinha que erguer o queixo e continuar a ser eu própria, a mesma pessoa que tinha sido sempre, mas mais confiante e com mais força para enfrentar o que apareceria.

- Oh, uau. – ouviu-se dizer e, ao olhar para cima, vi Jason a sair da esquadra, com um casaco na mão. – Não estavas a brincar, huh?

Abanei a cabeça, deixando os nossos amigos correrem até ele primeiro, já que eu já o tinha visto. Olhei à volta, sorrindo distraidamente para os polícias que acompanharam Jason e que provavelmente tinham pensado o mesmo que eu, na alta probabilidade de paparazzi estarem à sua espera. Quando viram que ele não sairia da esquadra sozinho, deixaram-no ir com sorrisos profissionais e pequenas palmadas no ombro. Anna agarrou um dos seus braços e Noah envolveu os seus ombros com um braço, quase como que ajudando-o a descer as escadas. Jane permaneceu ao meu lado, com Cassie presa ao seu tronco, e deixou a sua filha ser abraçada pelo seu amigo.

- Cassie, meu amor, também vieste receber o tio Jason? – Cassie riu alegremente, agarrando-se ao pescoço do meu amigo.

Para não criarmos mais confusão do que era preciso, depois de uma breve conversa entrámos nos nossos carros. Eu tinha ido com Anna mas, naquele momento, só queria certificar-me que Jason seria bem tratado e sugeri conduzir o carro dele até nossa casa. Cassie iria connosco, no banco de trás, e demorámos apenas o tempo de transferir a sua pequena cadeira de um carro para o outro antes de eu fazer a manobra necessária para sair do lugar de estacionamento. À minha frente iam os carros de Anna e de Noah e, ao contrário do que provavelmente teria acontecido se tivéssemos passado a viagem sozinhos, não houve entre nós mais nenhuma conversa do que tinha acontecido.

Ligara para o posto de segurança do meu condomínio para me certificar de que a passagem não estava bloqueada outra vez e, quando me foi certificado que as medidas de segurança foram intensificadas, ficara mais descansada. Significava que, a partir de então, um agente da polícia passaria a estar durante vinte e quatro horas no condomínio, caso fosse preciso intervenção mais forte como teria sido útil naquela manhã. Além disso, todos os que quisessem entrar no condomínio teriam que ser residentes ou estar na lista de pessoas permitidas de cada um dos residentes. Todos os meus amigos, família, Harry e até Mary e Jodie estavam na minha lista, não me sentindo confortável com mais ninguém em minha casa.

- Tu és a menina mais linda do mundo, és pois... - ouvi Jason murmurar, virado para o banco de trás. Pela tensão no seu tronco, no entanto, percebi que ele ainda deveria ter dores no peito.

- Quando chegarmos a casa vais tomar um analgésico, comer uma boa refeição e dormir num dos quartos de hóspedes. – Jason abriu a boca para refutar, mas eu lancei-lhe um olhar severo. – Sem discussão. E vais ligar à tua namorada a dizer que estás bem ou eu vou roubar-te o telemóvel e fazer isso por ti.

Caminhos Cruzados // harry stylesOnde histórias criam vida. Descubra agora