#4 Luana

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Eu ainda estava em estado de choque pelo que havia acontecido,custava até acreditar. Eu não sabia ao certo o que estava sentido naquele momento, até que abro o portão que da directo ao quintal da casa e está todo ele escuro,achei estranho porque dentro da casa havia iluminação e a luz de fora ficava acesa sempre. Mas talvez as luzes estejam estragadas. Fui por essa hipótese mesmo deve ser por isso.

- Boa noite!- Digo adentrando na sala.

- Boa noite filha!- Minha mãe diz instalado um beijo na minha bochecha.

- Quanto carinho!- Meu pai diz em um tom sarcástico e logo percebo que ele está sentado e lendo algum jornal.

- Boa noite para o senhor também!-Digo sorrindo.

- Não precisa ficar com ciúmes Carlinhos.- Minha mãe diz sorrindo pois sabe que o meu pai não gosta que o chamem assim.

- É Carlos mulher,e não esse nome que você acabou de dizer. - Meu pai diz um pouco irritado. A minha mãe ama provocar ele.

Como eu já sabia que essa discussão sobre como um deve chamar o outro, qual o nome adequado e sei lá mais o que,tratei de encerar a discussão.

- Está bem Família, aposto que até os vizinhos riem desse vosso conflito ridículo sobre os nomes.- Digo rindo da situação, eu estou gostando dessa discussão, na verdade eu sempre gosto.

Eu sempre ficava com quem estivesse vencendo,nesses momentos não havia preferência, eu mi divertia muito porque eles falavam brincando e rindo um da cara do outro, eu mi sentia  em um show de humor que sempre acabava com uma ceninha amorosa e melosa demais.

Os dois logo pararam e a ceninha do beijo entrou em
grande estilo. É como se eles fizessem aquilo de propósito, só para depois dar um beijo apôs a discussão igual as novelas ou filmes românticos,onde um cala a boca do outro com um beijo.

- Hum..humm,eu estou aqui.- Digo tentando amenizar a situação,mas não pareceu ter surtido efeito.

Eles são uma gracinha!

- Eu vou tomar banho para poder ver o jogo que vai começar daqui a pouco.- Digo indo em direcção ao corredor.

-Está bem filha!- Meu pai diz e percebo que está comentando algo baixinho com a minha mãe.

Eternos fofoqueiros!

Antes de ir até ao quarto, mi lembro das lâmpadas que não estão acesas do lado de fora e resolvo perguntar o que aconteceu para tal. 

- Pai. O que aconteceu com as lâmpadas?!Está tudo escuro la fora que chega a assustar.

Aquilo era estranho,e ficou pior ainda quando o meu pai olhou para minha mãe com um certo mistério. Agora eu quero saber.

- O que está acontecendo?- Pergunto agora sem paciência.

- Você gosta de moto certo?.- Meu pai diz mi deixando mais confusa ainda.

Que raios a moto tem haver com isso?

- Porquê eu gostar de moto tem haver com a iluminação de casa?!- Pergunto confusa.

Eu sei que eu tinha que responder a questão dele antes,mas eu não estava entendendo nada.

- Gosta ou não?- Meu pai diz com um sorriso torto no rosto.

- Gosto sim,eu amo motos.- Digo sorrindo ao falar da minha paixão por motos e aposto que os meus olhos estão brilhando.

- Mas pai...- Antes que eu terminasse de falar meu pai me corta e começa a falar,ou fazendo mais questões sobre os meus sonhos.

- Eu sei que esse é o seu sonho e que por enquanto você não vai conseguir realizar,você sempre quis ter uma moto,eu sei que não posso te dar tudo mas eu prometo que se eu puder te oferecer algo que esteja ao meu alcance, eu irei fazer.- Meu pai diz quase chorando e rindo em simultâneo.

Eu estava emocionada com as últimas palavras dele, eu tenho alguém que gosta de mim como filha,que tem noção dos meus sonhos. Mas eu ainda não estava entendendo nada.

- Eu sei muito bem que é muito perigoso andar de moto, eu nem sei de onde vem esse amor todo,mas já que você gosta...- Minha mãe fala sorrindo.

A minha mãe sempre foi 'contra' essa minha paixão por motos,ela diz que é muito perigoso e eu sei disso. Mas eu não vou deixar de gostar das motos por causa dos seus perigos,se for para morrer eu vou morrer, mas não será a moto a me matar.

- Eu não estou entendendo nada.- Digo encarando os dois.

Meu pai meche no interruptor e vejo que as luzes já estão acesas.

- Mas o que está acontecendo,vocês estão estranhos. -Digo um pouco nervosa e preocupada.

- Olha pela janela.- Meu pai diz se sentando no sofá na maior calma, como se não estivesse acontecendo nada de anormal.

Eu faço o que ele acabou de dizer, e pela janela dá para ver algo como se fosse uma caixa bem grande coberta por um tecido preto.Eu estou imaginando o que pode ser mas nada me vem em mente.Foi quando olhei para a mesinha que ficava ao lado da janela, uma espécie de bancada para flores artificiais que minha mãe tinha em casa, e foi quando vi uma chave,chave?!...e logo caiu a ficha,fiquei de boca aberta,mas uma vez sem reacção. Ou eu agradeço a eles e saio correndo para o quintal onde está o meu presente que agora tenho a certeza de que é uma moto,ou eu saio correndo para ver se é a dos meus sonhos ou não.Vou pelas duas...

Obrigada mãe e pai,saio correndo em direcção a porta e chego até uma caixa enorme,aquela que eu vi pela janela e agora percebo que tem uma fita por cima.

- Não vai abrir?- Meu pai diz encostado na porta e rindo da minha cara de emoção.

- Vou sim...mas é o que eu estou pensado?- Digo quase chorando de emoção mesmo sem abrir a caixa.

- Se não abrir não vai saber.- Meu pai diz se aproximando de mim.

Eu puxei a fita e logo a caixa caiu dividindo-se em quatro lados. Eu gritei ao ver o que estava dentro dela. Uma moto preta,bem bonita, com o quite completo. Eu não estava acreditando,não daria para eu comprar uma daquelas com o meu salário porque nem ganho grande coisa.
Comecei a chorar, mas de alegria, corri e abracei o meu pai que retribuiu o abraço e me deu um beijo na testa, eu estava tão feliz.

- Não dá para ligar a moto sem a bendita chave. - Minha mãe diz vindo em nossa direcção com um sorriso enorme no rosto.

Eu abracei ela também,e agradeci aos dois pelo presente. Aquele  foi o melhor presente de todos os tempos. De certeza que fica pra história!

- Não vai ligar para ver se funciona?- Meu pai diz mi olhando muito feliz.

-Claro que vou,se calhar o senhor não soube escolher. - Digo rindo e indo em direcção a moto.

- Então você pode culpar o Daniel porque foi ele quem escolheu e garantiu ao seu pai que essa é a melhor e que você gostaria. - Minha mãe diz ainda sorrindo.

- Espera aí...Daniel sabia disso tudo?- Digo não acreditando.

Meus pais só acenaram com a cabeça.

Eu não acredito que ele não mi contou nada,não bastou me esconder sobre a minha surpresa, ainda apronta mais essa?! Eu mato ele!

Eu apenas rio abanando a cabeça e meus pais me também.

Ou eu sou fácil de enganar,ou eles são bons em encenar.

O QUE EU SINTOOnde histórias criam vida. Descubra agora