open gate

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— Você tem mesmo certeza disso, garotinha? - Um garoto com mais ou menos minha altura, cabelos pretos e face debochada pergunta pra mim.

— Tenho sim! Vou te mostrar quem é a garotinha. - Peguei o bolo de dinheiro na minha jaqueta e coloquei com força sobre sua palma pálida.

— Tem ao menos um carro? - Disse, mais uma vez debochado, mascando aquele chiclete de forma irritante.

Não o respondi, só o olhei com um sorriso maroto em meus lábios. Eu dei as costas e rumei pra buscar meu carro e me preparar para a primeira corrida da noite.

Eu estava mais que pronta para aquilo novamente, correr pelas ruas de Seuol. Eu descobri onde fazem os rachas por aqui, que me disseram ser os melhores, tanto pela adrenalina como pelo dinheiro. Isso só me fez ficar mais ansiosa.

Eu vou conseguir.

Dada as circunstancias do meu passado eu deveria fugir dali o mais rápido possível mas não, eu quero aquilo de novo. Como é bom estar atrás do volante dirigindo o mais rápido que o motor aguentar. A sensação prazeirosa do vento chicoteando meu rosto, das curvas perigosas, tudo.

Quando adentrei em meu Koenigsegg Agera RS preto, com alguns constrastes em vermelho, foi inevitável não atrair olhares em cima da minha máquina.

Que saudade disso.

Passei calmamente por um caminho cujo as pessoas mesmo abriam, logo ficando ao lado de meu oponente de hoje, que não fazia ideia de quem eu era. Ele dirigia um Volkswagen Jetta 1995 branco, era um carro potente sim, só que, não mais que o meu. Sorri pensando no quão aquela corrida seria minha.

Fácil, fácil.

A garota semi nua apareceu no meio das duas máquinas, quando a mesma tirou seu sutiã e o abaixou, meu pé foi o mais rápido no acelerador saindo em disparada. Era apenas uma volta no quarteirão, mas tínhamos que enfrentar a população que encontraríamos no meio do percurso.

Minhas curvas eram habilidosas, sabia bastante como dominar a arte de acelerar e usar o freio de mão ao meu favor, sem perder a velocidade do veículo. Eu sorria com a sensação maravilhosa, como eu amava aquilo. Buzinava algumas vezes para que as pessoas saíssem da frente, não queria ter que machucar alguém mas, se fosse o caso, eu o faria para ganhar.

Meu oponente estava bem atrás de mim. Eu fazia zigue zagui para que o mesmo não me ultrapassasse, ele deveria estar possesso comigo, e eu, rindo a besa. Já podia ver a linha de chegada bem à frente e não tardei em parar de brincar e pisar fundo e assim, ganhei.

Derrapei meu carro para que parasse bem ao lado da multidão que estava aguardando o vencedor. Subi a porta do meu veículo e sai em seguida em direção do debochado de mais cedo, que me olhava de boca aberta. Sorri maroto pegando o bolo de dinheiro em sua mão e, mais tarde, pegaria o carro do meu adversário.

Essa seria minha verdadeira recompensa.

[...]

Como eu odiava qualquer coisa que envolvia números e se, matemática não fosse suficiente, inventaram a física, grr!

Uma garota que ainda está no ensino médio que participa de rachas no meio da noite?

Prazer, Kyle.

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