SPEED (JEON JUNGKOOK)

to camp

— É aquele mesmo cara que invadiu aqui e começou a atirar em nós quando corremos, né?! - falei para Jeon.

Já havíamos voltado para sua sede, finalmente em casa. Bom, não é minha casa mas, eu estou deitadinha em uma cama muito confortável e de banho tomado, acho que já posso chamar de lar esse conforto.

O moreno estava no meu quarto, especificamente olhando pra janela, de costas pra mim.

— Sim.

— Eu não fui muito com a cara dele. - Entortei meu nariz lembrando da cena daquele idiota metendo bala em nossos carros.

— Me prometa que irá ficar bem longe dele. Ele é muito esperto. - Seus lumes estavam vidrados em mim agora.

— Se fosse tão esperto assim, não teria pego meu dispositivo! - respondi afiada.

— Kylie, estou falando sério! - bufou — Ele não é tão bonzinho como eu.

Me recordei de todas as coisas que me assustaram de primeira em Jungkook; quando ele não hesitou em tentar me matar, quando matou aquela garota bem na minha frente sem delongas, quando matou o filho daquele mafioso que se meteu em seu caminho. Sua frieza, seu ódio por tudo, existia alguém pior que isso?

— É, eu sou mesmo uma garota de sorte então.
[...]

Os garotos saíram para faturar em alguma corrida ilegal acontecendo nesse sábado à noite, enquanto eu, estava sentada no sofá observando o teto.

Bufei em completo descontento com minha atual conjuntura; sem casa, sem carros, sem nada pra fazer e não poder nem sair pra fora. Jungkook colocou alguns de seus homens para me vigiarem do lado de fora, ao menos aqui dentro eu tenho paz.

Mas... se eu der uma escapadinha rapidinha alguém sentiria falta?

Levantei em um solavanco. Andava pela casa com um sorriso maroto.

Tirei a roupa folgada que vestia, colocando agora uma calça jeans escura, um all star vermelho e um moletom preto por fim. Ao menos Taeyhung e J-hope passaram em meu apartamento no centro de Seul e buscaram algumas mudas de roupas minhas.

Não tinha como pegar um carro emprestado da garagem de Jungkook, eu não sabia a senha. Mordi meu lábio. Se uma garota como eu quisesse se divertir hoje teria que andar um pouquinho.

Sem ficar pensando no tanto que teria que andar até meu apartamento, se não desistiria fácil, fui até seu grande quintal da mansão. Com ajuda de um pequeno banquinho que peguei da aérea de churrasco, subi o murro e pela floresta, andei em direção a estrada deserta. Coloquei meu capuz e comecei minha caminhada até a cidade grande.
***

Minhas pernas já haviam me perdoado no momento em que vi minha Mazda RX-7 amarela. Dirigir esse carro é maravilhoso, sem falar na facilidade dele de "andar de lado". Isso é uma máquina.

Adentrei meu veículo e fui à procura da minha diversão dessa noite.

Como era bom sentir o vento chicotear meu rosto, o som do motor do carro invadindo minha audição me deixando em êxtase completo. Não preciso de drogas para me sentir nas nuvens, preciso apenas de um carro.