THE PARTY TIME [TAENY] [SHORTFIC]

Let's bring it back to 1:40

Acho que antes de mais nada, eu devo alertar que meu histórico com bebidas nunca foi muito bom. Existem as pessoas muito resistentes a álcool, como aquele seu tio com quem ninguém gosta de beber a não ser que ele mesmo compre a própria bebida; existem as pessoas com resistência normal, eu queria ser esse tipo; existem aquelas péssimas pra beber e existe eu. E era por isso que eu me mantinha longe de álcool mesmo quando saía pra alguma festa com Yuri e essa era a minha intenção quando fui parar ali. Mas eu estava sendo levada pra tomar talvez a bebida mais forte que poderia experimentar naquela noite.

Eu poderia dizer pra Tiffany que não queria, explicar que o meu autocontrole começa a dar pane quando entra em contato com álcool, mas acho que no fundo eu só queria fazer qualquer coisa que desse vontade. Estranhamente, naquele pouco tempo com ela, consegui confiança o suficiente pra querer aproveitar a noite e me deixar levar. Então o nervosismo costumeiro dançava na boca do meu estômago enquanto eu fitava o copo de bebida na minha frente, mas ao mesmo tempo uma voz na minha cabeça dizia pra eu ir.

Tiffany me estendeu um canudo e notou que eu estava hesitante. - Isso é forte até pra mim. - Falou. - Tudo bem se você não quiser.

Ela foi primeiro. Bebeu o conteúdo do copo inteiro rapidamente e levantou o canudo como um troféu vitoriosa assim que terminou. Algumas pessoas que estavam ao redor bateram palmas pra ela, talvez quem já tinha ousado tentar aquele desafio soubesse da dificuldade. Eu ri da careta que ela fazia assim terminou, não pude deixar de notar como era fofa de todo o jeito.

Logo era a minha vez. A garota que preparava a bebida perguntou se podia acender o copo. Eu fiz sinal pra ela parar. Respirei fundo.

Tiffany se aproximou por trás. - Você não precisa, Tae. - Falou próximo ao meu ouvido. Mas encarei aquilo como um desafio pessoal. Virei o rosto na direção dela. - Nós somos um couple, lembra? - Falei com um sorriso torto e ela sorriu junto.

Fiz sinal pra garota acender e tentei beber aquilo o mais rápido que podia.

O que posso dizer sobre a bebida? Aquilo desceu queimando a minha garganta. Senti meu corpo todo esquentando e percebi que a careta que a Tiffany fez ao beber não era nada se comparada a que eu devia estar fazendo.

Levantei o canudo também logo que terminei e, assim como aconteceu com ela, eu recebi os aplausos dos desconhecidos ao redor. Ela parecia feliz com o meu feito e me abraçou. Acho que senti ainda mais calor com o corpo dela próximo ao meu daquele jeito. Quando pensei que não poderia ficar com o rosto ainda mais quente ela falou próximo ao meu ouvido mais uma vez. - Esse beijo não é o único que você vai ganhar essa noite.

Okay. Acho melhor eu parar por aqui, estou sendo alice demais e não posso deixar vocês passearem tanto assim nos meus devaneios.

A verdade é que isso era o que eu gostaria que tivesse acontecido. Mas como eu alertei anteriormente, eu sou péssima com bebidas, e, quando se trata de pagar mico, a vida sempre dá uma ajudada a piorar o meu caso. Então, let's bring it back to 1:40, ou melhor, para o momento do beijo.

Eu senti meu corpo todo esquentar assim que comecei a beber aquilo e como 1) era um copo relativamente grande pra um shot, 2) sabe-se lá o que eu estava bebendo, já que ardia e algo me dizia que o fogo não tinha nada a ver com essa parte e 3) por último mas não menos importante, o fogo é claro; eu estava querendo acabar aquilo o mais rápido possível. Algo nesse processo, somando minha falta de experiência e pressa fez com que eu me afogasse(?) com a bebida. Daí eu comecei a tossir como se meus pulmões fossem ser colocados pra fora, sem deixar de contar sobre o fato de que saiu bebida até pelo meu nariz.

Sabe o buraco que eu queria abrir no momento do matching das camisas? Pois agora tudo o que eu mais queria era um abismo pra não ter que sair de volta.

- Ai meu deus! - Ouvi Tiffany pronunciar antes de passar a me acodir aflita. Eu não consegui nem dizer que estava tudo bem e pedir pra ela não se preocupar porque eu achava mesmo que ia morrer.

Só depois de mais uns consideráveis minutos tossindo é que consegui me recuperar, ao menos da tosse. Foi então que parei pra pensar em como aquilo era cômico e comecei a rir sozinha e foi então que Tiffany ficou sem entender nada. A expressão preocupada dela começou a se desfazer porque começou a rir comigo mesmo sem entender. Então tive que contar a ela a piadinha infame que estava na minha cabeça. - Eu quase morri com o beijo da morte. - Ela passou a rir ainda mais comigo de certa forma aliviada porque eu estava bem.

- Você quase matou ela, Sunny.

- O que posso fazer? Não é todo mundo que aguenta o meu beijo. - Falou a garota que havia preparado o shot com uma pose convencida.

- Você se chama morte agora? - Uma garota alta retrucou rindo.

- Vocês escutaram isso? - Sunny falou assustada de repente.

- O quê? - Perguntei sem entender.

- Acho que estão balançando algum bambú aqui perto porque tá zumbindo no meu ouvido. - Foi quando notei que ela estava falando da garota mais alta.

- Iiih! Essas duas não estão em um bom dia hoje. - Tiffany me explicou, me afastando das duas.

- Sem graça. - A mais alta falou, cruzando os braços olhando pro outro lado.

- Tão sem graça que você já está aqui feito cachorro marcando território só porque me viu conversando com alguém.

- Ka ka ka! Essa baixinha aí tá babando na Tiffany desde que chegou. - Falou ironicamente. - Você se acha demais.

Como meu nome foi parar no meio disso? Elas podiam brigar sem me constranger, sabe?

- Obviamente sou eu que fico me autoproclamando uma deusa, né? - Sunny falou bufando.

- Eu sou mesmo! Deusa, alta, maravilhosa. - Falava encarando Sunny de perto. - E sabe do que mais? Você gosta!

Pensei que elas fossem sair pro tapa alí mesmo. Mas nem deu tempo de piscar e as duas começaram a se beijar. Eu olhei pra Tiffany com uma cara de "WTF???". E ela começou a rir.

- As brigas delas sempre acabam assim. - Falou rindo me puxando de lá. - Aliás, aquela alí é a Sooyoung e elas tem um rolo faz muito tempo, mas ninguém se assume.

- Vem, não vamos ficar aqui segurando vela. 

Foi até o balcão e pegou duas garrafas de cerveja e me entregou uma. - A partir de agora só bebidas leves pra você. - Concordei. - E que o próximo beijo que você receber hoje seja bem melhor que o primeiro. - Falou encostando a garrafa dela na minha fazendo uma espécie de brinde.