A igreja (parte 3)

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O elevador parou novamente no oitavo andar e Jimin saiu pisando firme. Alguns de seus colegas pararam para lhe dar boa tarde mas o detetive apenas ignorou e seguiu seu caminho até o final do enorme e quente corredor. Ele parou de frente com duas enormes portas de madeira escura, sem se dar o trabalho de bater, abriu-as.

-Que merda de decisão foi aquela? – Gritou entrando abruptamente na sala de reuniões cheia.

-Oi para você também, Park. – Disse um dos homens de terno que se encontrava na cadeira de frente para a porta.

-Onde já se viu entrar desse jeito, garoto?! – Comentou um senhor de poucos cabelos brancos se levantando.

Houve outros protestos chamando o menino de atrevido e mal educado, mas ele apenas ignorou e continuou o que viera fazer.

-Seus malditos, eu e o pessoal lá embaixo estamos correndo contra o tempo para mandar esse corpo logo e vocês me vem colocar prazo? Se estão achando que estamos demorando, levantem essas bundas velhas com ternos que custam mais que minha casa e vão ajudar!

Todos ali olhavam-no chocados com tamanha falta de educação. Todos menos Yoongi. O homem de cabelos descoloridos se levantou e sorriu, apoiando as mãos espalmadas na mesa, ele era o mais novo dos quinze chefes da delegacia e do setor de criminalística.

-Jimin, se acalme!

-Se acalme o caralho, eu não vou deixar que joguem um caso em mim as quatro da manhã, me tirem da cama e agora colocam-me contra o relógio. Se o meu trabalho e o da minha equipe está ruim, façam vocês mesmos!

Yoongi se irritou com aquilo e gritou.

-Chega! –todos, inclusive Jimin, olharam para o homem baixinho, assustados. – Park Jimin, conversaremos ali fora, por favor, me espere no corredor.

O detetive assentiu, voltando para a realidade e percebendo a merda que fizera e se retirou, esperando o diretor.

-Park... – começou Yoongi, mas foi interrompido.

-Senhor, eu sei que não deveria ter feito isso, mas entenda, eu não posso fazer tudo em três horas, mal sabemos quem é o homem e o senhor sabe que o laboratório está cheio. Por favor, Min, me dê mais tempo...

Min Yoongi ergueu a mão fazendo com que o detetive se calasse.

-Sim, Park, eu sei, estávamos falando sobre isso antes de você interromper e fazer toda a cena.

-Desculpe. – Respondeu, sem jeito.

-Tudo bem, aquela reunião estava um saco, seus gritos animaram um pouco. – Yoongi soltou uma risadinha que fez Jimin erguer os olhos para o homem – vamos te dar até amanhã cedo, não posso adiar a vinda da família assim que for identificado, mas posso adiar a entrega. Trabalhe esta noite, lamento por termos acordado o senhor de madrugada, mas temo que não vai ser a última vez. Tenho a sensação de que este foi só o começo.

Jimin suspirou.

-Eu também sinto isso, senhor. – o detetive juntou as mãos na frente do corpo, agradecendo. – Obrigado, obrigado, obrigado. Isso tornou meu trabalho um pouco mais fácil.

O diretor fez um maneio de cabeça e adentrou novamente na sala.

Park sentia-se um pouco mais leve e por isso decidiu contar a notícia que ele e os legistas teriam que trabalhar durante toda à noite e à madrugada. Ele voltou caminhando até o elevador e esperou o barulho soar, entrando no lugar apertado. Invés de apertar o botão para primeiro andar, Jimin apertou o botão para o terceiro, a cozinha. Ao sair do elevador, sentiu o cheirinho de café fresco, o que fez seu estômago embrulhar. Ele precisava comer.

Think of me ~ KTH+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora