O homem balançou a cabeça e continuou andando pelo labirinto. Park olhava para o chão a procura de alguma pegada ou fio de cabelo, qualquer coisa que indicasse quem estava fazendo aquilo. Não precisou andar muito mais para encontra um pedaço de vidro no meio do corredor, ali embaixo tinha um bilhete. O detetive se abaixou para retirar o vidro e pegou com cuidado.
"... and despite the care which she took to look behind her at every moment, she failed to see a shadow which followed her like her own shadow, which stopped when she stopped, which started again when she did and which made no more noise than a well-conducted shadow should."
"e apesar de todo o cuidado que ela teve ao olhar para trás a todo momento, ela falhou em ver a sombra que a seguia como se fosse a sua própria, que parava quando ela parava e continuava quando a mesma continuava, que fez tanto barulho quanto uma sombra deveria."
Jimin suspirou e se levantou, desferindo um soco contra o espelho ao seu lado. Todos ali, inclusive sua equipe de legistas, apareceram correndo para ver que barulho era aquele. A luva azul de Park estava rasgada e com filetes de sangue pingando no chão, o detetive estendeu o bilhete que estava na outra mão para que Soyeon o pegasse, em nenhum momento ergueu os olhos, ninguém pôde ver a escuridão que tomou conta dos olhos de Park Jimin.
-O senhor está bem? – Disse Chaeyoung se aproximando e pegando a mão do chefe. – O senhor tem cortes bem feios, detetive, venha, eu cuido disso.
Ainda com a cabeça baixa e os cabelos caindo nos olhos, Jimin deixou-se ser guiado pela menina de bochechas fofas e sorrisos reconfortantes. Os seis voltaram para onde o corpo estava, o número de policiais no local havia diminuído e os que restavam tinham saído para interditar o local e fazer a patrulha, enquanto isso, Chaeyoung retirava a luva ensanguentada e os cacos minúsculos que estavam presos nos cortes. A legista pegou a agulha no kit de primeiros socorros que tinha trazido da ambulância.
-Isso vai doer, detetive.
Jimin assentiu e pela primeira vez ergueu os olhos para a menina a sua frente, ela fechava os machucados com cuidado e sempre perguntando se estava doendo, apenas para receber um balançar de cabeça fraco e sem muita emoção.
-O que aconteceu, detetive? O senhor viu algo? Se assustou? – Perguntou Jennie se ajoelhando ao lado dos dois.
Como que percebendo o que tinha feito, ele passou os olhos pela mão machucada, pelo rosto de Chaeyoung e depois o de Jennie. O que ele tinha feito? Por que fez isso?
-E-e-eu... – Ele não conseguia responder, não conseguia entender por que havia socado o espelho ou o que o fizera agir dessa forma, não, ele não tinha pensado. Park ficou ali, parado e gaguejando alguma frase aleatória.
-Ele só deve estar cansado. – Comentou Soyeon, com sua atenção voltada para a câmera que segurava com as fotos do corpo. – Certo, detetive?
O olhar que ela lançou para Jimin foi uma mistura de "apenas concorde" com "eu sei que tem algo errado", sem saber se deveria agradecer Jeon por ter salvo sua pele ou contar a verdade, Park apenas assentiu e voltou a sua atenção para a mão agora limpa e costurada. Chaeyoung sorriu.
-Pronto, só tome cuidado para não abrir os pontos, detetive, isso pode infeccionar e não queremos isso, certo?
-Não, não queremos. – Jimin forçou um sorriso e se levantou.
O detetive se afastou e ficou esperando que todos se retirassem, quando os legistas estavam prestes a embalar o corpo, ele os deteve.
-Por favor, me deixe mais alguns minutos com ele.
Os legistas assentiram e subiram as escadas, indo esperar as ordens do chefe do lado de fora da casa de espelhos. Já era por volta das seis da manhã e o céu havia começado a tomar cor. Jimin olhou em volta, observou os espelhos que formavam a encruzilhada redonda, algo ali o incomodava e dizia que precisava prestar mais atenção. Olhou para o corpo ainda sentado e depois para o reflexo, "o que ele queria com isso? Não faz sentido!" pensou.
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Think of me ~ KTH+PJM
Fanfiction"A imaginação é a única coisa que nos diferencia de todos aqueles estúpidos". Park Jimin era o detetive especialista em assassinatos da delegacia da cidade de Seul e nunca se incomodou com seu trabalho. O detetive nunca sentiu nada além de repulsa p...