— Tem certeza que você não quer companhia fofinho? — Taz pergunta apertando um travesseiro em seu peito. — Não é incômodo ficar de olho em você.
— Valeu querida, mas dispenso. Depois que o médico vier, ele deve passar algum remédio que vai me deixar cheio de sono, devo dormir o resto da manhã e a tarde inteira, então não vou ser uma boa companhia.
— E quando foi mesmo que você foi uma?
— Vai se ferrar!
— Estou brincando fofinho! Mas sério, estou preocupado com você. E eu nem deveria, já que essa sua gripe é de chuva e eu deveria mesmo é estar puto contigo por cuidar tão pouco de sim mesmo...
— Preocupado com a minha saúde querida? Sei que por baixo dessa imagem de brutamonte tem um coraçãozinho todo fofo! Fico lisonjeado de ser o alvo de tamanho afeto e cuidado.
Não tenho tempo de esquivar a almofada que é arremessada na minha direção, mas as plumas não machucam e só agravam a minha risada. Só que quando eu interrompo a risada para poder tossir, a diversão morre um pouco.
— Tá vendo seu irresponsável? Mas só vou te desculpar, já que fazia um bom tempo que eu não te via feliz assim.
— Estou mesmo.
— Bom, muito bom... Então vou aproveitar o dia para ficar de bobeira na piscina e ficar com o resto do pessoal...
Resto do pessoal ou Raquel? Quis dizer, mas achei melhor deixar a brincadeira para outra hora, já que começam a bater à porta. Era o doutor, e Taz se oferece para ficar comigo, mas eu digo que ele vá logo aproveitar o Sol e a piscina sem se preocupar demais comigo, eu estaria em boas mãos.
Depois de me examinar e conversar um pouco sobre os meus sintomas, o médico diz que se eu me cuidar devo estar bom em poucos dias.
Nada que eu já não soubesse... Mas enfim.
Como tinha suado um pouco mais cedo, resolvi tomar um banho e trocar o pijama. Aceito toda e qualquer distância que posso criar da doença. Depois de me vestir, fico de frente a janela, a paisagem lateral da fazenda é cheia de vida e movimentação. Mas bem que eu poderia ter deixado o Taz ficar por aqui, é meio solitário ficar aqui sozinho sem fazer nada.
Mas posso até que sabe ensaiar um pouco. Não é a mesma coisa sem o resto, mas vai servir para passar o tempo.
Quando batem na porta do quarto, até penso que é o Taz que mudou de ideia e fico feliz, só que quando a porta se abre e é a Catarina, eu fico radiante. Quer dizer, o quão radiante uma pessoa pode ficar mesmo estando doente.
Ela tem os olhos um pouco inchados e os cabelos está ainda mais desarrumado do que o usual, mas tenho a certeza que nunca tinha a visto tão bonita. Aquele sorriso era o melhor acessório.
Depois dela pedir desculpas, o que eu achei bem desnecessário, já que não trocaria nada do que aconteceu ontem entre nós. Mas depois que consegui com que ela deixasse as coisas para lá, foi um dia muito agradável, comemos juntos, e aquela interação que eu tanto adoro.
Já que eu não queria passar a minha gripe pra ela, me controlei ao máximo para não beijá-la. Claro, que deslizes e momentos de fraqueza acontecem, mas foram poucos.
O que serviu apenas para que conversássemos bem mais, até comecei a ensinar a ela o básico de tocar baixo, só que me aproveitando muito mais das posições e toques do que querendo realmente fazer com que ela pudesse tocar profissionalmente algum dia. Foi a melhor ideia que eu tive em um bom tempo.
Mesmo que essa ideia tenha colocado para a estratosfera o plano de não beijá-la. Já que eu pretendo fazer isso e muito. Só que não na minha cama, por Deus... O que eu quero ainda fazer com ela em cima de uma cama, eu preciso estar saudável pra isso.
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O que Acontece nos Bastidores
Roman d'amour♥ História completa ♥ Você já teve a curiosidade de saber o que acontece quando as câmeras do seu programa favorito não estão gravando? Catarina Muniz sabe muito bem o que acontece entre um programa e outro, e a vida por trás dessas câmeras é a que...