Cena Pós-Crédito

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Ainda dá tempo de desistir... — digo engolindo em seco com a mão na maçaneta.

— Deixa de bobagem. Pode abrir a porta logo de uma vez... — Chuck sorri e parece mesmo relaxado. Mas antes que eu faça qualquer movimento, ele volta a dizer. — Calma, mas como eu estou?

— Tão bonito que até parece que você não é real... Vamos então, você que pediu por isso...

Abro a porta da sala e Bart começa a se alvoroçar na coleira, querendo descer do colo do meu pai para vir na minha direção.

— Oi pai! — digo enquanto tranco a porta atrás de mim.

— CLÁUDIA CORRE AQUI! — meu pai grita com um sorriso e deixa que o Bart venha na minha direção. Chuck sorri e solta a minha mão para que eu possa segurar meu cachorro com as duas mãos. — Oi filha!

Minha mãe aparece em menos de dez segundos na sala, segurando uma chinela na mão e um batom na outra. Ela só tinha pintado o lábio inferior com a cor coral e quando ela percebeu que estávamos na sala, joga o chinelo nas costas do meu pai.

— Sua sorte Roberto, é que eu te amo... — minha mãe nem fala com a gente, e já vai voltando pelo mesmo caminho que veio.

— Pai, o senhor sabe que vai ter que escutar um monte dela por causa disso, não sabe? — fico de pé e vou me esquivando das lambidas do Bart no meu rosto.

— Sei. Mas momentos de diversão assim são necessários e mais do que saudáveis para um casamento bem-sucedido... Tá anotando? — meu pai olha diretamente para o Chuck, que apenas ri, afirma com a cabeça e me enche de uma vontade incontrolável de me enterrar em algum lugar.

— Minha linda! — minha mãe reaparece na sala e me dá um abraço apertado. Dá um abraço no Chuck.

Meu pai levanta e me surpreende também ao abraçar o meu namorado.

Sim, namorado. Não fazia nem uma semana que o programa tinha terminado e o meu relacionamento com o Chuck ainda era notícia quente.

Bóris tinha dado a todos do programa férias de duas semanas. O que foi ótimo, e como a banda ainda não teria que sair para a sua turnê nacional, eu ainda aproveitava os meus dias ao lado do Chuck. E ele foi pro meu apartamento.

No primeiro dia, a emissora deve ter atingido o topo da audiência quando exibiu algumas imagens minhas e do Chuck entre as gravações. Nada mais eram do que sorrisos, troca de olhares, e caminhadas lado a lado, mas com a música de fundo, pareceu até uma boa história de amor.

— Não se sinta pressionada por essas imagens... — Chuck disse enquanto eu fazia um cafuné em sua cabeça. Ele estava deitado no sofá apenas de cueca e eu apenas com uma camiseta dele. Estávamos recuperando as nossas energias.

— E por qual motivo eu poderia me sentir pressionada?

— Porque o que diz aí na matéria é que você é o meu novo interesse romântico. Mas quero ser mais do que isso. Quero ser o seu namorado, mas só assim, se você quiser...

— E eu sou doida de dizer qualquer coisa além de sim?

— Não me leve a mal, mas esperava que você fosse relutar um pouco mais... — ele diz, levantando e erguendo o meu queixo com a ponta dos dedos.

— Relutar? Mas porque?

— Ah, eu tinha tantos planos para convencer você que nós dois somos muito bons juntos... 

— Então, eu volto atrás. Conte-me mais sobre esses planos... — sorrio. Chuck se joga por cima de mim e me faz deitar no sofá. Sua mão começa a subir pela minha perna num movimento suave.

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