Capítulo 12: Um recomeço

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{Bia narrando}

Já faz dois dias que não saio de casa. Ainda não consigo olhar para a cara do Manuel. Tentei pensar o mínimo nele nesses últimos dias. Chiara e Celeste estão preocupadas comigo, mas eu não quero ver ninguém.

Helena sabia muito bem que eu estava mal. Estava com a mesma cara de quandi a mamãe morreu. Como se um pedaço do meu mundo tivesse morrido também.

Depois de dois dias, Helena entra no meu quarto e faz falar minha primeira palavra, depois de muitas e muitas horas chorando.

Helena: Bia, posso entrar?
Bia: Não.
Helena: Vou entrar assim mesmo. Você não fala com ninguém a dias e não sai de casa, o que aconteceu? Eu estava esperando quando estivesse pronta para me contar mas não consigo te ver nessa situação. Chiara e Celeste já vinheram aqui várias vezes. Até um menino que não sei o nome, perguntou de você. Acho que Manuel...

Apesar de eu ter pedido para ele se afastar, conheço o Manuel, da para perceber que ele não consegue me ver mal. Quando ela disse que ele veio me procurar, juntei as poucas forças que tinha para segurar meu choro e voltei a me cobrir com o lençol, que nesses dois dias, foi o meu melhor amigo.

Helena: Ah, deixa eu adivinhar, é por causa desse menino não é?
Bia: Talvez. É que eu to cansada Helena, cansada de perder gente que amo, por isso eu não posso voltar a amar de novo. Prometi para mim mesma que isso não ia mais acontecer, mas me deixei levar e de novo, cometi um erro, me apegar demais.
Helena: Mas Bia, isso que você esta fazendo não é certo. O amor é uma coisa linda e sincera. Ninguém escolhe por quem se apaixona, e por mais que não tenha dado certo, se apaixonar nunca vai ser um erro. O que você sente nunca vai ser errado. Mas me conta direito o que aconteceu.

As palavras dela me tranquilizaram um pouco, como as palavras dele... Resolvi contar tudo para ela. Talvez, Helena não estivesse errada, talvez se apaixonar não seja errado e seja uma coisa linda, talvez...

Depois de contar tudo, ela ficou uns minutos pensando.

Bia: Não vai falar nada?
Helena: Não, quer dizer, vou sim. É que enquanto você contava a história, percebi a sua cara, era a mesma cara que eu olhava para o Vitor. Sei o que você sente, mas se você o ama, tem que lutar por ele. Pelo jeito que você disse, ele parece sentir o mesmo. Vocês precisam conversar direito. Mas, antes, tem que sair dessa cama e voltar a sociedade. Vamos ao parque, que tal?
Bia: Pode ser

Helena tinha razão. Precisava dar sinal de vida para as meninas e para o Manuel. Estava na hora de voltar e encarar tudo.

{Alex narrando}

Eu estava muito preocupado com a Bia. Isso é estranho, nunca fiquei assim por ninguém.

Quando a vi discutindo com o Manuel dois dias atrás, ela saiu chorando e tentei alcança-la mas não consegui.

Será que ela estava bem? Não sei se gosto mesmo dela, mas querendo ou não, ela é uma grande amiga e importante para mim.

Manuel também estava estranho, não fala com ninguém, só ia do quarto para a faculdade e não queria falar nem com o Vitor.

Já se passaram dois dias, eu tinha que perguntar algo. De manhã cedo fui ao quarto dele. Não estava nada bem. Também me preocupo com ele, é o meu melhor amigo.

Alex: Manuel, você esta bem?
Manuel: O que você acha?
Alex: Quer conversar? Você está muito estranho, pode confiar em mim.
Manuel: Não, não quero conversar. Pode sair por favor?
Alex: Certo. Mas, tem alguma notícia da Bia?
Manuel: Não, você que deveria me dizer, estão muito próximos não é?
Alex: Não to entendendo, ela é uma grande amiga para mim.
Manuel: Então vai procurar sua "grande amiga", ela é toda sua agora. Por favor Alex, sai daqui.

Antes de qualquer menina, eu precisava do meu primo, do meu melhor amigo. E só tinha uma pessoa que podia me explicar o que aconteceu...

{Manuel narrando}

Se alguém me perguntasse o que é o amor, ou o que é estar apaixonado uns três dias atrás, eu diria que é a melhor coisa do mundo, que quando você tem uma pessoa que ta ama ao teu lado, nada e ninguém pode te fazer mal. O amor não é fácil e mais difícil ainda é esquecer um grande amor.

Quando a Bia saiu chorando, eu entrei em pânico. A pessoa que eu amava estava muito mal por minha causa, ou pelo menos foi o que ela disse.

Nesses últimos dois dias, fiquei me perguntando ainda o que posso ter feito a ela. Não encontrei respostas.

Depois da nossa discussão, ainda fui casa dela para tentar conversar mas a irmã dela disse que ela não estava bem.

Sabe aquela frase que dizem que quando se esta apaixonado, você sente o que o outro sente? Agora eu percebi o que era isso. Ela estava mal, e eu, estava mal porque ela estava mal.

Ela não ia ao Fundom, não saia com as amigas e nem mesmo respondia mensagens de ninguém. Por causa de algo que eu fiz. Não tinha como eu me sentir menos culpado.

Ela tinha deixado claro que não queria mais me ver. Eu tinha que respeitar sua decisão, apesar de ser muito triste para mim.

Só tinha um lugar onde eu me esquecia de tudo, da Bia, da minha culpa, do Alex, de tudo mesmo, o parque. Eu ia lá com minha mãe quando vinhamos visitar meu primo nas férias. É um lugar calmo e lá eu ia conseguir pensar em algo.

Alex não era o único que tinha percebido como eu estava, Vitor também sabia exatamente como eu me sentia.

Quando estava saindo para ir ao parque, Vitor, tentando me ajudar de qualquer maneira diz:

Vitor: Eu vou com você, não importa aonde vá. Você não pode ficar sozinho numa situação dessas.

Aceitei a ajuda do Vitor, talvez ele realmente pudesse ajudar.

{Bia narrando}

Eu e Helena fomos ao parque. Eu tava mesmo precisando ver gente. Sentamos em um banco de frente ao lago e alí, sem dizer nenhuma palavra, ela me ajudou muito mesmo, só estando comigo.

Helena: Ei, eu já volto ok? Preciso fazer uma ligação rapidinho.
Bia: Sem problemas.

Ainda na frente do lago, tentei esquecer de tudo por um momento e só me concentrar no barulho da água, mas ouvi de longe alguém chamando meu nome.

xXx: Bia? É você?

Para Siempre, BinuelOnde histórias criam vida. Descubra agora