Vizinhos - Sarah

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Me perdi.

Já estava desesperada sem saber o que fazer, revoltada com o celular que resolveu não dar sinal, e com o fato de não ter nenhum telefone público na rua. Na verdade não tinha nada além de casas fechadas.

Então me deparei com dois garotos vindo em minha direção, perdi minha cor em questão de segundos, já me via chorando no meio da rua por ter sido assaltada, ou pior, eles poderiam me matar!

Sem nem esperar pra pensar muito, sai correndo na direção oposta, não sabia que eu tinha tanta velocidade nas pernas, isso é o tipo de coisa que a gente nunca sabe até precisar de verdade.

- Sarah!

Fiquei assustada ao ouvir meu nome, como eles poderiam saber meu nome? Então percebi que não era eles que me chamavam, olhei para o lado e vi o David, estava em frente a uma lanchonete velha, corri em sua direção. Caí.

-Eita! Eu te ajudo, cuidado.

Não sei como, mas em um segundo eu tava perdida, no outro eu estava fugindo de garotos mal encarados, e agora o David me ajudava a levantar do chão frio.

- Isso deve ta doendo, mas pelo menos não estar sangrando muito.

- Obrigada por me ajudar. - Falei enquanto ele me conduzia até um banquinho próximo.

- Não me agradeça. Só estou te ajudando pra poder pegar na sua cintura.

Tentei fazer uma cara de brava, mas não consegui, então eu me contentei com a minha velha cara de estúpida.

- Você precisa ir pra casa, onde você mora?

- Não sei ao certo. Só lembro que tem uma livraria com uma fachada amarela na rua. Você sabe onde é?

- Sei sim. É a livraria do meu pai. Não precisava correr tanto assim pra chegar, é aqui do lado já.

- Na verdade, eu estava correndo de uns garotos.

- Isso mesmo. - Um sorriso estúpido nos lábios. - Corra de todos e venha direto para mim.

- Vou me lembrar disso da próxima vez.

Não sei ao certo o porque, mas resolvi entrar no seu jogo. Por algum motivo, aquele garoto achava que poderia me conquistar, coitado, logo eu com um coração tão complicado.

Assim que chegamos a minha casa mandei o David ir embora, não queria que meus pais me vissem naquele estado e ainda chegando com um garoto estranho.

- Ok. Só me prometa que vai se cuidar. Você é um tanto desastrada garota.

- Então vá embora antes que eu te dê um chute por acidente.

- Não estou mais aqui.

E então ele atravessou a rua e entrou em uma casa amarela enfrente a minha. Ótimo! Somos vizinhos de porta, tudo que eu não queria.

SarahOnde histórias criam vida. Descubra agora