Sarah

Eu preciso de você - Sarah

- Vamos no cinema?

- Fazer que merda lá?

- Que tal, assistir um filme?

- Prefiro assistir em casa que é de graça.

- Então vamos assistir um filme juntinhos?

- Não quero!

- E o que você quer?

- Quero que você cale a boca e me deixe em paz.

Nunca fui boa com romantismos, e depois que todas as minhas ilusões foram expostas nossa relação ficou ainda pior. Já havia avisado ao David que ele teria que ter paciência, ninguém mandou ele se apaixonar por uma garota fria.

- Ok Sarah. - Então levantou e saiu. - Vou na livraria, se quiser bancar a namorada fofinha, me avisa.

- Namorada?! Fofinha?! Não mesmo! Eu te avisei que isso seria um teste, eu estou tentando, mas namorada fofinha já é demais.

- Ta certo.

Antes que pudesse dizer algo mais ele já tinha ido embora. Talvez eu tenha pegado um pouquinho pesado com ele, mas eu nunca fui de mudar o meu jeito, ainda mais por alguém.

A noite eu resolvi ir até a sua casa, se eu queria que isso desse certo, teria que fazer alguns sacrifícios com o meu orgulho e com o meu egoísmo.

- Boa noite vó, cadê o David? - Nem percebi o tempo passando, e em um instante eu já estava mais próxima da avó do David que da minha própria avó.

- Ele está no banho, aconteceu alguma coisa?

- Não! Vou esperar ele no jardim.

Sentada em um banquinho de madeira, me peguei pensando na primeira vez que estive ali, e em como aquele lugar me fazia lembrar de alguém que nunca conheci.

- Oi meu amor!

- Não me chama assim David, isso soa falso.

- O meu amor não é falso Sarah.

- Mas usá-lo nessa frase é, e você não me ama como acha que ama.

- Cadê o seu romantismo garota?

- Ele morreu, junto com a minha disposição para coisas fofinhas.

- Você é fofa.

- E você é um mentiroso!

- Então sou um mentiroso apaixonado. -Seus olhos brilhavam toda vez que ele me olhava.

- Pare com isso David, não seja fofo comigo.

- Eu faço o que eu quiser, você é minha.

Achei melhor não responder, não queria brigar com ele, mas eu não era sua, e uma boa parte de mim sabia que isso nunca ia acontecer.

- Vamos dar uma volta?

- Não!

- E se eu te levar pra comer torta de chocola...

- Anda logo!

Antes que ele terminasse de falar eu já estava na porta, torta de chocolate eu não recusava nunca.

Na volta da lanchonete, o David me deixou em casa, fez uma carinha tão triste na hora de se despedir que por um momento até fiquei com pena.

- Você bem que podia ir morar comigo.

- Nós estamos juntos a apenas duas semanas David, e eu não vou morar com ninguém sem estar casada, e como não vou casar, vou morar sozinha.

- E se eu conseguir te conquistar de uma forma que você não me resista, e acabe casando?

Não pude conter o riso, e cai na gargalhada. Coitado do David, ele realmente estava apaixonado, e pior, aquela paixão já tinha virado amor.

- Não fique pensando nisso, tudo acontece como tem que ser, apenas espere.

- Eu preciso de você ao meu lado Sarah, e a ideia de não te ter dói demais em mim.

Ele me puxou para perto do seu corpo e me apertou em seus braços, um abraço tão apertado que eu senti a necessidade dele, ele realmente precisava de mim, precisava como eu sempre precisei de alguém, e nunca tive.