Descobertas - Sarah

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- Eu estou apaixonada pelo David!!! Que absurdo!

Em que momento isso aconteceu? Eu não devia me apaixonar, isso é tão desprezível, meu cérebro é tão estúpido quanto meu coração. Paixão não é pra mim.

- O que aconteceu Sarah?

- Nada mãe, só estou um pouco pensativa.

- Então trate de pensar baixo que ninguém quer ouvir seus gritos. - Saiu do quarto batendo os pés.

Fiquei pensando em qual seria a reação da minha mãe se eu resolvesse namorar o David. Ela ficou tão triste quando eu lhe contei que namorar novamente seria o último dos meus planos, acho que no fundo ela sempre teve medo que eu acabasse ficando sozinha, ou que casasse sem amor, como ela.

- A sua mãe está gritando comigo por sua causa.

- O que eu fiz agora pai?

- Segundo sua mãe, você está ficando doida, anda falando sozinha, até gritando.

- Doida é ela!

- Olha o respeito mocinha.

- Como você consegue aturar essa mulher? Ela nem te ama, não ama ninguém.

Talvez eu tenha sido um pouco estúpida, mas era poucas as vezes que minha mãe demonstrava gostar do meu pai. E eu já estava chorando com tudo isso, a minha vida estava toda de cabeça pra baixo, e agora a minha mãe resolveu se importar comigo.

- Ela te ama Sarah, é sua mãe, só quer o que for melhor pra você, só que você se fecha com ela, talvez fosse bom você parar de maltratar sua mãe.

- Ela não gosta de ninguém. - Minhas lágrimas incontroláveis. - Ela só quer o que for melhor pra ela.

- Ela me ama, eu sei disso, e embora você não veja, ela me prova isso todos os dias, e não é porque a sua vida é ruim que você tem que culpar sua mãe. Já parou pra pensar que vocês são iguais, ou será que você anda por aí emanando amor?

Tentei falar, mas as palavras não saiam, apenas chorava compulsivamente. Eu não posso ser igual a ela, eu nunca odiei minha mãe, mas também não me lembro de alguma vez em que eu tivesse realmente gostado dela. E agora eu teria de considerar a possibilidade de ser igual a ela.

- Pense nisso Sarah. E quanto ao David, converse com ele, eu sei que ele também gosta de você.

- E quem te disse que eu gosto dele?

- Grite mais baixo meu amor. - Então deu um beijo em minha testa e foi em direção a porta. - Nós te amamos Sarah, e te amamos no sentido real desse sentimento.

Fiquei pensando por algum tempo, de fato havia algumas coisas em mim que me faziam bastante parecida com a minha mãe, e eu não estava disposta a mudar, sempre gostei de ser assim, e agora, igual a ela.

SarahOnde histórias criam vida. Descubra agora