~ Letícia Narrando ~
Caminho sentindo o sol quente bater em minhas costas.
Tudo o que está acontecendo com a minha família é devastador.
Bato na porta da única pessoa que consegue me trazer paz no momento.
Ítalo.
E eu nem me importo de como estou.
Com um rabo de cavalo mal feito, olhos inchados de tanto chorar e olheiras mais fundas do que qualquer poço artesiano.
Ele abre a porta de sua casa já com os braços abertos.
Ando em sua direção e não nego o abraço, mas ele me pega no colo e eu entrelaço meus braços ao redor do seu pescoço.
Descanso minha cabeça em seu ombro e ele com uma das maos me segura e com a outra faz carinho.
Fecha a porta com um dos pés, e anda em direção a escada.
Passamos pela sala e a tia Daiane está deitada com um pote de sorvete de pistache nas maos.
Ue, mas ela odeia pistache.
Daiane: Tão lindinhos juntos. - fala e me leva a um sorriso fraco.
Ele continua me segurando em seu colo e vai pro seu quarto.
Me deita na sua cama e fecha a porta.
Ele se deita ao meu lado e faz carinho no meu rosto.
Ítalo: desabafa. - sussurra no meu ouvido e é o suficiente pra eu chorar.
Letícia: eu quero o meu pai. - choro e me agarro no seu corpo.
Ítalo: ahhh, minha princesa. - faz carinho nos meus cabelos.
Letícia: ele saberia como resolver tudo isso. - ele me faz um carinho profundo e a paz me atinge, me fazendo cessar o choro.
Minhas pálpebras vão ficando pesadas, o sono me atinge.
E pela primeira vez depois de longos dias sem pregar o olho direito, consigo dormir em paz.
~ Italo narrando ~
Acomodo a Letícia direito na cama, quando eu abri a porta eu ja sabia que era ela.
Ao olhar pra ela, eu sabia que ela so precisava de uma coisa.
Dormir.
Fazia semanas que ela não pregava os olhos direito e quando tentava ela acordava assustada.
E como sei disso? Ela me ligava de madrugada e eu ficava conversando com ela ate amanhecer.
Que era a hora de ir pra aula.
Ligo o ar e tampo ela com uma coberta.
Fecho as cortinas e persianas e abro a porta do meu quarto, dou uma última olhada nela e saio do quarto.
Desço as escadas e minha mãe ainda se delícia com seu pote de sorvete, ao qual ela detesta.
Ítalo: mãe? Você não odeia pistache? - ela nega e ri. - eu juro que até ontem você odiava.
Daiane: pega o pó de café pra mim lá. - eu arregalo os olhos. - Que foi? O leite ninho acabou.
Ítalo: Não quero acred....- ela me interrompe.
Daiane: Se você nao for pegar, eu vou te comer assado Ítalo! - brada e eu nao duvido.
Corro na cozinha e pego o po de cafe, entrego em suas maos considerando uma distancia a qual ela nao consiga me matar.
Daiane: Te amo filho. - me sento no outro sofá enquanto vejo ela derramar o pó de café no sorvete.
Meu pai chega e olha a cena com o mesmo nojo que eu.
Ele bate no meu ombro e sussurra só pra mim escutar.
Sombra: Se acostuma. - e sai.
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Maktub 3. - O FIM.
RomanceMaktub é uma palavra em árabe que significa "já estava escrito" ou "tinha que acontecer". Último livro da trilogia, Maktub! CONCLUÍDO