s e t e n t a

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~ Ana Júlia Narrando ~

Eu choro de raiva e paro embaixo de uma árvore.

Se controla, Ana Júlia!

Respiro fundo e enxugo as lágrimas.

Pego meu telefone e disco o número.

Ligação on.

Rodrigo: Julinha? - sua voz que antes era o motivo da minha paz, agora é motivo de nojo.

Ana Julia: me encontra no mesmo quiosque de sempre.

Rodrigo: Aconteceu algo?

Ana Julia: voa pra lá e lá voce vai descobrir.

Ligação off.

Coloco o capacete e vou pra casa.

Tomo um banho rápido, visto uma roupa preta, hoje tem morte e de caixão fechado.

Pego a chave do carro e a minha arma.

Os papéis que o Pedro me deu e as fotos.

Saio de casa, ninguém me para e ninguém pergunta nada.

Pego o carro e vôo em direção ao quiosque.

Estaciono, pego minha arma e os papéis, saio do carro e bato a porta com força.

Vejo o mesmo sentado e respiro fundo.

Me sento de frente pra ele com o coração partido por dentro, mas por fora com um sorriso enorme.

Ele como sempre está lindo, porém não o olho como o via antes.

Ana Júlia: Sabe o que é mais engraçado? Você conseguiu me enganar direitinho... - falo e ele me interrompe.

Rodrigo: Pera, O que? - minha cara se fecha.

Ana Júlia: Cala a porra da boca por que eu to falando e não se faz de maluco, por que se não eu te mostro a dona do hospício. - sorrio. - Sabe qual o problema de tentar descobrir as coisas? Você acaba achando o que não quer! Eu ainda não consigo acreditar que me deixei levar enganada por um bota qualquer. Você não queria descobrir quem era o dono do comando vermelho e me usou pra isso? - sorrio amargamente.

Tiro minha arma da cintura e coloco em cima da mesa, lentamente.

Ana Júlia: Prazer, dona do comando vermelho mais conhecida como: Morte. - dou uma piscadela e sorrio, pegando a minha arma e atirando contra o mesmo.

Ele cai pra trás por conta do impacto e eu já mando um vapor meu que tá na mesa ao lado, pegar e levar pro meu carro.

Ana Júlia: tá liberado, menor já passou o recado, não quero ninguém perto da salinha, a coisa aqui é pessoal!

Magrin: pode deixar patroa

Entro no carro e já começo a dirigir.

Rodrigo: Aninha me perdoa, por favor! me perdoa minha pequena, eu sei que eu errei, sei o que tu vai fazer comigo, e não tô pedindo pra tu não fazer, só quero que você me perdoe por favor! - ele fala e sua voz transmite calma, mas ele me traiu e isso não vai ficar assim.

Ana Júlia: cala a boca, cala a boca, CALA A PORRA DA BOCA! - grito.

começo a ficar desesperada enquanto dirigia e lágrimas de ódio já descem pelo meu rosto, mas eu continuo a dirigir, um pouco mais devagar pra não bater o carro.

Ele tá no banco de trás, com o ombro sangrando.

Por que ele tinha que fazer isso comigo?

Rodrigo: eu não quis fazer nada disso com você aninha eu tentei sair de tudo isso...- o interrompo.

Ana Júlia: já mandei calar a porra da boca!

Estou quase na entrada do morro, meus vapores já viram meu carro.

Rodrigo: eu te amo aninha, não fa....- é o bastante pra mim.

E eu paro o carro com tudo, sei que tô praticamente dentro do morro mas não aguentei ouvir isso.

Saio do carro e o puxo pra fora com tudo, já dando um belo chute na costela onde ele cai no chão na mesma hora.

Ana Júlia: NÃO FALA ESSA PORRA PERTO DE MIM DE NOVO!

Grito enquanto aponto minha arma na sua cabeça e dou mais dois chutes na costela e um no rosto.

Ana Júlia: não fala que me ama por que você não ama nem a porra da sua fudida vida. - dou um sorriso com todas as lágrimas que descem pelo rosto.

Mais três chutes na costela e dois no estômago e ele vomita sangue, levanto ele.

Ana Júlia: eu vou fazer você sofrer por cada vez que mentiu pra mim, fazer você sofrer por cada eu te amo, por cada vez que coloquei minha mão no fogo por você! Porra Rodrigo, Quem é você?

Falo entre dentes, ele quase não consegue ficar em pé, quando tô prestes a por ele dentro do carro, três carros me cercam, MERDA os cu azul!

Rodrigo: Eu sou o cara que errou, mas aprendeu a amar você.

Me cercam já prontos pra atirar, um pm dispara, fecho os olhos esperando pelo impacto, mas o tiro não me atinge.

O Rodrigo se meteu na frente e quando vejo o Rodrigo tá no chão, e os tiros começam mas são meus vapores que já me puxam e me dão cobertura.

Olho pro Rodrigo e ele tá acordado com dois tiros no ombro e um na barriga, não tem como eu pegar ele, então entro no carro com proteção dos vapor e entro com tudo no morro.

Os verme foge e levam o Rodrigo, saio do carro com tudo assim que entro no morro.

Ana Júlia: FILHOS DA PUTAAAAA

Pego meu celular e ligo pro meu tio sombra na mesma hora, ele atende no segundo toque e não deixo nem ele falar.

Ana Júlia: descobre pra onde vão levar o Rodrigo.

E desligo, quando vejo meu irmão já tá do meu lado me abraçando.

Davi: você tá bem, te acertaram?

Abraço ele só pra o tranquilizar.

Ana Júlia: relaxa, tá!

Pego meu radinho e chamo o Caio.

Ana Júlia: os cara não te conhece, quero que tu vai nos hospitais mais próximos,  se tiver com polícia você me avisa, por que aí achei quem eu tô procurando.

Desligo e entro de novo no meu carro e quando vou ligar, o Ítalo entra com tudo dentro e fecha a porta.

Ana Júlia: Italo não tô bem, e preciso me acalmar

Ítalo: eu sei disso, não vou te deixar, liga o carro.

Ana Júlia: Italo...- ele me interrompe.

Ítalo: liga o carro.

Ligo a merda do carro e vou até o único lugar que consigo me acalmar, o topo do morro.

Maktub 3. - O FIM. Onde histórias criam vida. Descubra agora