c i n q u e n t a e d o i s

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~ Ana Júlia Narrando ~

Falta ar em meus pulmões.

Fico em pé e me abraço.

Lágrimas de ódio, raiva, tristeza tomam conta de mim.

Tudo o que está acontecendo é minha culpa.

TUDO!

Eu não tenho mais forças e o que eu mais queria agora é o Pedro Guilherme do meu lado dizendo que vai ficar tudo bem.

Querendo ou não, o Pedro é a minha força.

E se ele nao está, a minha força é apenas de fachada ou temporária.

Olho pro céu e vejo que hoje é noite de estrelas.

Sorrio ao lembrar que eu e o Pedro um dia, tentamos contar as estrelas, mas tudo o que conseguimos foi uma dor no pescoço e um esporro da minha mae.

Ah, como eu queria tudo isso de volta.

Ana Júlia: Deus, desculpa por atrapalhar, mas eu preciso desabafar. - começo na tentativa de uma oração. Eu sempre soube como falar com Deus, mas depois de um tempo eu meio que abri mão disso. - Senhor, ta doendo tudo, fisicamente, psicologicamente, mentalmente. Deus eu acho que não vou conseguir. Eu não tenho mais animo, forças ou qualquer outra coisa. Eu não consigo mais sorrir e essa angústia e pesar não param por um único segundo. Deus, eu sei que o Senhor tem tantas outras coisas mais sérias pra ouvir, mas olha pra mim, eu imploro, eu não to aguentando Deus. Eu to com medo e assustada. Medo da minha tia Geovana nao acordar, medo de nao conseguir resgatar minha Irmã, medo do Pedro nao voltar.. - uma lágrima solitária cai do meu rosto. - Senhor, me ajuda, Deus tu sabes tudo que esta acabando comigo, Deus me ajuda, guarda, cura e salva. Deus, renova. Deus, perdoa. Por favor Senhor, eu não sei mais o que fazer. Deus me ajuda, por favor. Senhor, olha a minha família, a minha casa, não nos deixe, nem nos esqueça, falhamos, erramos e pecamos, mas não tira a Tua misericórdia de nós. Ajuda Senhor, por favor. Amém. - encerro a oração.

Me sento em uma pedra e me perco nos meus pensamentos.

SOLTA ESSA MÚSICA PELO AMOR DE DEUS!

Fico tão perdida que nem sinto quando alguém chega, só acordo quando alguém me abraça.

O cheiro da pessoa invade minhas narinas.

Não é o Rodrigo.

Não são meus pais.

Não são meus primos.

Eu conheço esse cheiro e faz tanto tempo que não o sinto.

Esse cheiro é o melhor da vida.

Me levanto e continuo de costas, fazendo a pessoa me soltar.

E ouço a voz.

A voz dele.

Pedro: Eu disse que iria voltar. - me viro e encaro a miragem na minha frente.

Meu corpo se arrepia e imediatamente minhas pernas tremem.

Faltam palavras na minha boca.

Ana Júlia: É você mesmo? - meus olhos brilham. - Eu não to tendo alucinação ou vendo miragem como das últimas vezes?

Pedro: vem me abraçar pra ver se é real. - Eu nem hesito.

Corro em disparada e o abraço.

OH MY GOD!

É REAL!

É ELE MESMO!

Ana Júlia: Pedrinho, você voltou. - ele me aperta no abraço dele e eu posso julgar ser o melhor lugar do mundo. - me diz que não é um sonho.

Ah essa hora, eu ja estou em lágrimas.

Pedro: Eu disse que voltaria pra você, minha Julinha. - continuo no abraço dele.

Ana Júlia: Eu não quero te soltar nunca mais! - falo aos prantos.

Pedro: então nao solta. - me aperta ainda mais em seu abraço.

Ana Júlia: como eu senti a tua falta, meu Deus.. 

Pedro: agora tudo vai se encaixar Julinha, eu prometo. - dá um beijo na minha testa. - Eu amo você, pequena.

De repente ele me solta.

Pedro: Quem é ele Ana Júlia? - me viro e vejo ser o Rodrigo.

Rodrigo: Aninha, quem é ele? - me pergunta.

Fico no meio dos dois.

Eita, lasquei me.

Ana Júlia: Pedrinho esse é o Rodrigo, Rodrigo esse é o Pedrinho. - os dois se encaram e me encaram. - essa é a hora que eu saio.

Rodrigo: Essa é a hora que você fica!

Pedro: Quem é você pra dizer o que ela faz ou nao?

Rodrigo: Prazer, o namorado dela! - congelo.

Ana Júlia: Namorado??? - pergunto assustada.

Pedro: Namorado, ana Júlia? Sério mesmo?

Ana Júlia: Ficante! - falo e o Rodrigo me olha decepcionado.

Rodrigo: Eu so fui isso pra você?

Ana Júlia: claro que não, Rodrigo. - falo e ele abaixa a cabeça.- agora você é meu ficante, mas pra mim você é um amigo que me entende e me transmite paz. Mas por favor, deixa eu conversar com o Pedro.

Pedro: nao precisa. - rosna e eu dou um pulinho pra trás, eita miséria. - já vi que estou sobrando.

Ana Júlia: nao tá sobrando não! Rodrigo por favor! - ele assente e se vai. Pedro se vira pra ir também, mas eu o puxo. - Da pra parar?

Pedro: parar???? Ana Júlia eu era teu refúgio desde que tínhamos 5 anos, bastou eu ir pra uma missão e tu arrumou outro! - joga na minha cara.

Ana Júlia: você arrumou primeiro! Cadê sua namorada Larissa?

Pedro: tá com a amiga dela aqui no Brasil!

Ana Júlia: VOCÊ TROUXE ELA? - grito e ele concorda. - Ótimo Pedro, parabéns. - bato palmas.

Pedro: Ana Júlia, você se relaciona com ele e eu nunca, eu disse NUNCA, me relacionei com ELA

Ana Júlia: Então por que que toda vez que eu te perguntava você não negava?

Pedro: mas também nao concordava.

Ana Júlia: mas nao negava, em toda a vida so eu te chamei de Pedrinho e ela mal te conheceu e ja te chamou assim.

Pedro: Eu nao digo mais nada! - ele se vira pra ir embora, mas volta. - só me responde uma coisa, como ele sabia desse lugar?

Ana Júlia: eu trouxe ele aqui!

Pedro: no nosso esconderijo? No nosso refúgio? Sério, Julinha?

Ana Júlia: Foi uma vez só e foi ele que me achou!

Pedro: quer saber? Eu fiz burrice em falar pra tu seguir, em deixar ela me chamar de Pedrinho e entre outras coisas, mas eu nunca, NUNCA compartilhei nossa intimidade pra alguém. - ele se vira pra ir embora.

Ana Júlia: me desculpa. - sussurro.

Ele se vira de volta pra mim.

Pedro: Eu te amo mais do que a mim mesmo, Ana Júlia. Só que isso nao importa mais! - fala e isso me atinge como uma porrada nos peitos.

Ele sai e me deixa ali, sozinha com a minha falta de ar profunda.

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Não aguentei, tive que postar.
Querem mais um capítulo hoje? Então atinge a meta.
110 votos e 30 comentários, bjs

Maktub 3. - O FIM. Onde histórias criam vida. Descubra agora