EPÍLOGO
Os carros buzinavam insistentemente atrás do Mustang azul metálico. Eduardo simplesmente não havia reparado no semáforo, com a luz verde,indicando para seguir a alguns segundos. Sua mente permanecia enevoada, ainda visualizava e terrível e fatídica morte de Rogério e Guilherme naquele porão maldito.
As buzinas estridentes fez com que seu pensamento voltasse para o cruzamento.Ele, após olhar tristemente para o sinal de siga, pisou no acelerador de leve e conduziu o carro até o acostamento. Desabou em prantos socando o volante. Um dos motoristas que estava atrás do Mustang passou por Eduardo gesticulando ofensas, mas desistiu do insulto ao ver o desespero e tristeza estampado no rosto apático de Eduardo.
A cidade agitada passava vagarosamente pela mente abalada dele, depois de refletir sobre o que fazer, rumou para sua cobertura.
- Boa noite senhor Eduardo - o porteiro Jorge foi ignorado.
A névoa de tristeza cobria a atenção de Eduardo Lancastre. Ele caminhou a passos largos até o elevador.
O porteiro Jorge,apesar de achar estranho o comportamento do ilustre morador, não se importou com a indiferença.
Eduardo abriu aporta de sua cobertura com receio, o olhar vasculhando todos os cantos achando que a caveira poderia estar a espreita esperando uma oportunidade para atacá-lo. "VOCÊ É O PRÓXIMO", aquela frase proferida pelo bruxo não saía de sua cabeça como um carrapato que se gruda a sua fonte de sangue e suga tudo sem cerimônia. Ele ainda podia ouvir, em sua mente, a voz bizarra da criatura lhe ameaçando e, quando fechava os olhos, ainda via a imagem do bruxo com o dedo esquelético em riste apontando ameaçadoramente.
Caminhou cautelosamente pela sala. Subiu assustado pela escada de vidro até o andar superior. Entrou vagarosamente na suíte perscrutando algum som que denunciasse algo macabro, não ouviu nada. Fechou rapidamente aporta e correu até o closet acessando seu cofre. Digitou a senha,abriu o cofre e pegou temerosamente o notebook.
- Eu preciso deter a caveira - Eduardo balbuciava pra si mesmo limpando o suor da testa com as costas da mão, - Eu preciso deter essa caveira filha da puta.
Ele abriu o notebook. Ligou o aparelho e ficou olhando longamente para a tela.Sentou-se no chão do closet e começou a digitar, imaginou que não iria aparecer nenhuma letra na tela, assim como acontecera no porão com o tablet, a máquina de escrever, e o papiro; mas, para sua surpresa, as letras ganharam forma na tela. Talvez, se escrevesse a morte da caveira com seu notebook, já que seu escrito estava aparecendo, conseguisse deter o bruxo, um lampejo de esperança brilhou nos olhos dele.
"Quando a caveura". Ele pausou a escrita percebendo que tinha digitado errado por causa da tremedeira. Recomeçou o texto. Quando a caveira se aproximou de Charles Fischer, ela não imaginava que Charles sabia um feitiço que destruía ela, de repente ele começou a falar uma frase em latim que saía de sua boca quase como um canto medieval".
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ESCRITOR PROFETA
Short StoryUm escritor frustrado. Uma inocente venda de garagem. Um notebook velho e misterioso. Uma criatura sinistra que realiza seus desejos. Estas são combinações fatais que culminaram com a morte de várias pessoas, e a juventude do proprietário do aparelh...