Sexta Mordida

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Jimin sorriu e mexeu no meu cabelo, deixando um beijo na bochecha antes de afastar. A última coisa que vi foi os seus braços acenando na minha direção, eu precisava de algum lugar escuro e quieto pelos próximos dias.

E agora começa a minha verdadeira tortura psicológica.

◊●◊●◊

Estava num canto do meu quarto, as cortinas fechadas, alguns móveis destruídos.

Era uma confusão de sentimentos. Não tinha mais controle sobre os pensamentos e vira e mexe estava pensando no sangue de Jimin. Bastou apenas sentir o cheiro para me arrastar ladeira abaixo.

Faz cinco dias que não respondi suas mensagens e sabia que veio me visitar, mas primeiro precisava controlar o impulso forte de querer sugar seu sangue. Meu pai havia conseguido sangue humano a mais que o normal, mas nada satisfazia tanto quanto o do ômega. Apesar do cheiro enjoativo, o sabor era delicioso.

Estava ferrado com todas as letras em maiúsculo.

Yoongi e Taehyung tentaram conversar sobre, afinal eles passaram pelo o que passo agora, mas não queria ver a cara de ninguém. As costas da mão estavam machucadas de tantas mordidas que fiz para acalmar o desejo. Era uma tortura, tanto psicológica quanto física.

As coisas pioraram quando senti o cheiro de Jimin aproximando da minha porta. Seu cheiro doce fez entrar em alerta; já havia avisado aos meus pais para não permitirem sua entrada e muito menos que aproximasse, mas parece que não ligaram.

Estou preocupado com você, Jungkook. Você não sai desse quarto a dias e não está gravando nada para o canal. Converse comigo.

— Vá embora! — gritei furioso — Se continuar aqui vou abrir a porta e sugar até a última gota do seu sangue.

Sei que não vai fazer isso. Vamos conversar, Jungkook ah.

— Porra! — peguei o celular que estava ao meu lado e taquei na direção da porta, estraçalhando-a — Eu não estou muito bem por causa do seu sangue e você vem todo dia pra lembrar isso. Vá embora, já te disse que entraria em contato quando estivesse melhor!

Não! Está tentando negar que quer meu sangue, mas não vou admitir isso. Seu irmão e Taehyung me explicaram como está se sentindo. Você pode tomar o quanto quiser.

Jimin era claramente imaturo pra chegar nesse tipo de conclusão. Engoli a saliva acumulada em minha boca e inspirei profundamente; estava comprometido com alguém que não batia bem da cabeça.

Levantei e fui até a porta, podia ouvir seus batimentos cardíacos acelerados e imaginava todo o seu fluxo sanguíneo. Piorou quando ele também escorou na porta.

Afinal, meus pais estavam loucos para permitir que ele se aproximasse? Meu autocontrole pode não salvá-lo da morte se sugar todo o sangue. A sede e a coceira na garganta pioraram a cada segundo que fico por perto.

— Vá embora, Jimin. Eu vou te matar.

Não vai, eu confio em você. — ouvi seu grunhido — Sei que não fará nenhum mal. Então fale para mim tudo o que te assombra, eu quero te entender.

A sua voz estava tão calma, quase beirando a manhosa, que acabei cedendo e abrindo a porta.

Jimin estava em pé de frente a porta com os olhos parecendo um pouco febris e os lábios cheios e avermelhados entreabertos. O peito subia e descia com a respiração pesada.

Engoliu em seco antes de envolver os braços em meu corpo num abraço apertado. A coceira na garganta continuou mais forte como um aviso para perfurar seu pescoço de fácil acesso.

Laços de sangue • Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora