Décima Sétima Mordida

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"Jimin esticou o dedo mindinho e enrosquei para selarmos a promessa. Um sentimento de alívio pareceu tomar conta de mim e isso era graças a alguém que tanto relutei para casar. Se todo esse problema acontecesse quando estivesse sozinho, então talvez tivesse enlouquecido, mas Jimin me faz querer ser forte.

Forte por mim e por ele.

Eu quero protegê-lo mesmo que ele seja forte. Não por ser minha alma gêmea, mas por passar a considerá-lo importante na minha vida. Porque sei que poderei contar com ele para tudo quando precisar; eu sinto isso a cada segundo que passamos juntos. Jimin já é parte de mim.

Ter a confiança de pessoas como ele será de suma importância do que pode vir daqui pra frente."

◊●◊●◊

O trem balançava e o barulho dos trilhos me mantinha acordado por todo o caminho enquanto eles dormiam. Eu sempre tive o sono desregular, mesmo que passasse boa parte do tempo dormindo para não agravar o meu temperamento explosivo. Pensando agora, eu não tive minhas crises de nervosismo depois que conheci Jimin.

A janela estava embaçada pelo frio do lado de fora e era quase o horário de almoço. Eram poucas pessoas no mesmo vagão, afinal era fora de temporada e poucas pessoas viajavam nessa época, o que nos deixa mais tranquilo em não precisar desconfiar demais caso alguém nos siga ou dará na cara o que pretendem. Apenas cinco passageiros viajavam conosco e todos eram humanos, pois não havia nenhum cheiro específico de lobos ou vampiros. Até poderiam ser bruxos, mas Namjoon os reconheceria.

A alta velocidade me deixou nostálgico, lembrando das vezes que eu e Yoongi íamos para uma floresta competir quem era mais rápido, fazendo algumas pegadinhas para atrapalhar o oponente. E agora não teríamos isso por um tempo.

Encarei o colar do meu avô novamente e suspirei, tentando dissipar pensamentos negativos antes que Jimin sentisse pela marca em meu pescoço e acordasse do sono pesado. Ele merecia um descanso. Apesar de muito forte fisicamente e aparentemente com experiência de combate, ainda continuo acreditando que tudo o que andamos vivendo seja muito duro para sua antiga realidade sem problemas.

Pelo canto dos olhos percebi uma movimentação. Era apenas Taehyung esticando os braços e despertando do seu sono. Ele fez um movimento mínimo com a cabeça pra que dormisse, mas neguei olhando para a janela. Eu gostaria de dormir, mas meus instintos não permitiam que descansasse. Eu não permitiria que ninguém saísse machucado; protegeria com unhas e dentes.

— Vai dormir, Jungkook. — Jin falou baixinho com a cabeça ainda encostada nas costas esticadas de Namjoon, que estava deitado do peitoral para cima sobre a mesa — Ainda tem mais duas horas de viagem e você é o único que não tirou uma soneca.

— Relaxa, estou sem sono.

— Não tem ninguém nos seguindo, estamos seguros. — concordei com a cabeça, desviando o olhar para a ponta dos meus dedos que começavam a coçar — Nada bom para você, ein...

— Meus instintos estão muito agitados. Não vejo a hora de sair do trem e esticar o corpo. — engoli em seco — E estou com um pouco de sede, não tomei sangue artificial há um tempo.

— Jimin poderia te ajudar...

Revirei os olhos após ver seu sorrisinho safado, entendendo perfeitamente sua conotação sexual. Ele viu como Jimin ficou quando bebi o sangue na frente de todos no casamento e havia comentado na casa do meu avô que havia visto uma expressão sexy no ômega, tirando sarro com piadinhas sujas.

Laços de sangue • Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora