Lindas pernas

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 As duas estavam completamente sem saber o que fazer. Agora, com aquelas mulheres por ali, muito mais bonitas e muito mais ricas, elas se sentiam no clima de derrota.

- Ah... Sabe de uma coisa Ka? – Marinette começou a falar enquanto remexia no arroz em cima do prato. Haviam ido almoçar em um restaurante próximo. – Acho que isso tudo foi um sinal hoje.

- Um sinal? Como assim? – A outra respondeu dando uma garfada no pedaço de bife.

- Você sabe que tanto o Adrien quanto o Luka... assim... eles não eram pra gente. Nunca foram, amiga... são de mundos completamente diferentes, veja pelo tipo de mulheres que andam com eles né... – Ela mordeu os lábios pausando por um momento a fala.

Kagami parou de comer também. Não queria admitir, mas naquele ponto, Marinette estava certa.

Sempre soube que Luka, assim como o Adrien, era um homem que andava com pessoas da alta sociedade por ele também vir de uma família com posses e apesar de estarem trabalhando lado a lado, parecia que havia um abismo entre eles.

E com Matinette a coisa piorava. Ela nem trabalhava no mesmo setor que Adrien, só tinha contato com ele quando este passava para recepção.

Como poderiam se aproximar daqueles homens tão disputados e tão desejados por tantas mulheres que... enfim, eram melhores do que elas.

Isso era um fato para as duas.

- O coração é ruim às vezes né amiga? – Kagami parecia reflexiva colocando um dos cotovelos sobre a mesa e repousando a mão no rosto.

- Muito ruim. O amor deveria ser uma coisa boa... mas acho que pra nós, simples mortais, não existe essa história de se apaixonar e ser retribuída.

- Bom... eu acho que pode até existir... mas não com esses homens que a gente quer né!

As duas riram sutilmente e voltaram a comer devagar.

- Mas então... a gente ta desistindo da aposta?

- Eu não sei... o que você acha?

- Uhn... não sei também... por enquanto, vamos dar um break, para pensarmos o que iremos fazer, okay?

- Okay!

Assim terminaram o almoço a voltaram para empresa, encontrando Kim no meio do caminho.

- Mari! Ka!

As duas se virarem e sorridentes cumprimentaram o motoboy que geralmente entregava documentos enviados de outros escritórios da região.

- Fala aí Kim, beleza?

- Belezinha Marin, poxa que bom que eu encontrei vocês... tem como fazer um favorzão?

- Ah não Kim, eu não vou levar chocolate pra Alix de novo! – A mestiça cruzou os braços se lembrando que da ultima vez que fez isso, Alix achou que ela estava de paquera pra cima dela por não acreditar que era Kim que tinha enviado os chocolates.

Ela não sabia, mas o motoboy morria de amores por aqueles cabelos ruivinhos e nariz arrebitado. Kim tinha um amor platônico pela recepcionista, mas ele não tinha coragem de se declarar.

- Não é isso Marin. Eu já te disse que não vou mais pedir pra você fazer essas coisas!

- Então o que é?

- Entrega esse documento pro boss?

- Qual deles? – Kagami riu.

- O loirão lá... é... Adrien... peraí que ta no pacote aqui... Adrien Agreste. É esse mermo!

Marinette engoliu seco segurando o pacote e Kagami aproveitou para mexer com ela.

- Amiga, se você não quiser... deixa que eu entre...

- Não, não! Sai pra lá que isso aqui é serviço de recepcionista! Vou indo nessa gente, tchau tchau! - Ela quase saiu correndo para dentro da empresa, deixando Kim e Kagami para trás.

Antes de entrar na sala do loiro, decidiu passar no banheiro para ver se seu cabelo ainda estava arrumado e olhando para os cachinhos, ela sorriu se lembrando que ele tinha reparado e até tinha feito um comentário sobre isso...

Ahhh... só Deus sabia o quanto ela gostaria que ele reparasse em muito mais, em tudo... repasse como seu corpo era bonito, como ele era perfeito para ser tocado por aquelas mãos que ele tinha... para ser beijado por aquela boca... para ser só dele e de mais ninguém.

Suspirando ela saindo do banheiro e voltou-se para a sala do advogado batendo na porta antes de entrar.

- Com licença.

- Marinette...? – Ele inclinou a cabeça atrás do computador – Pode entrar. – E disse sorrindo.

Com aquele lindo sorriso de sempre.

Ela sentiu suas pernas tremulas e a cada passo, tinha que se concentrar para não sair tropeçando nos seus próprios pés.

- Senhor Agreste... aqui estão seus linchamentos... quero dizer, seus documentos!! – Estática, estendeu o pacote na frente do homem que o pegou suavemente.

- Ah ótimo, muito obrigada Senhorita Cheng! Estava esperando por esses documentos a manhã inteira!

Marinette estava completamente encantada, não consegui se mexer. Como aquele homem podia ser tão bonito assim?

Como podia ter os olhos tão cintilantes e ao mesmo tempo... tão densos e profundos...

Sem contar a sua boca... seus lábios que pareciam quentes...

Seu pele se arrepiou só de imaginar aqueles mesmos lábios lhe beijando inteirinha... todo o seu corpo... da cabeça aos pés.

- Senhorita Cheng? A senhorita precisa de mais alguma coisa?

- Hã? – Marinette de repente despertou dos seus pensamentos e com um sorriso confuso ela sacudiu a cabeça para os lados. – Ah desculpe senhor Agreste, eu to indo agora... muito obrigaaaaa...

Assim que se virou bateu com tudo na perna direita em uma das cadeiras de madeira maciça que havia ali, a fazendo inclinar o corpo para trás segurando imediatamente no local onde havia batido.

Adrien, que havia se assustado, levantou-se rapidamente para verificar se ela tinha se machucado mesmo.

- Marinette... tudo bem? - Ele a segurou pelo braço enquanto a mesma gemia de dor segurando a perna.

- Tu.. tudo bem senhor só foi um... ai ai ai ai... – Ela choramingou segurando mais a perna.

- Fica calma, sente-se um pouco aqui. - Ele então se baixou para verificar onde ela havia machucado. Isso fez com que as bochechas de Marinette ficassem coradas como duas cerejas vermelhas.

- Não foi nada, só foi uma batidinha de leve... que bom. – Dizendo isso, sorriu para a mestiça que quase desmaiou sentada na cadeira.

- Sabe senhorita... tem que tomar mais cuidado. – Ele se levantou e ficou de frente a ela – Se não pode acabar ferindo seriamente suas lindas pernas. Fique um pouco aqui, eu já volto.

Marinette apenas o acompanhou sair da sala.

Ela não estava mais respirando.

Tinha ouvido bem? Ele tinha dito que suas pernas eram lindas?

- Eu não acredito... – Sussurrou para si mesmo enquanto se deixava inclinar o corpo na cadeira. 

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