Diálogo, donuts e café.

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Kellin estava tão amedrontado que não notou de quem era a voz, foi logo começando a gritar e a soluçar desesperado, pedindo para que não fosse agredido e nem violentado.

- Calma, calma!!! - O homem alto de olhos azuis se aproxima e tenta o fazer parar de espernear.

- Ei...olha aqui? Cara? - O mesmo segura o rosto de Kellin para que ele o visse.

Aos poucos, o homem de cabelos longos conseguiu acalmá-lo, fazendo-o diminuir seus soluços.

- E-eu pensei que... - O menor engoliu um seco passando a mão em seu rosto.

- Porque invadiu minha casa novamente?! - Esbravejou formando uma carranca em seu rosto.

- Não sei se notou, mas é a terceira vez que você passa a noite em claro com a casa totalmente aberta. - Jared respondeu, parecendo preocupado e apontou para os lados onde as janelas estavam totalmente abertas e a porta também.

- Eu não mexi em nada. Do jeito que eu vi, eu entrei. Por isso me preocupei. Mesmo que o bairro seja tranquilo, fiquei com medo. E eu fiquei sabendo do ocorrido, sinto muito. Eu viajei e voltei há algumas horas atrás, por isso não vim antes. E me desculpe mais uma vez por te assustar e entrar em sua casa. - O mais alto completou.

Ele parecia um pouco constrangido, mas falava a verdade enquanto coçava sua nuca. Kellin por sua vez olhou ao redor percebendo que estava realmente tudo aberto, logo soltando um suspiro.

- T-tudo bem. E me desculpe pela arrogância. - Pede num fiasco de voz, corando.

- Relaxa, eu sou o único que deve pedir desculpas. Afinal, fui eu que "invadi" sua casa. - Jared solta um riso nasal.

- Faz sentido. - Kellin concorda sorrindo também afim de quebrar a tensão.

- Eu sou Kellin. - Estende sua mão um pouco trêmula para o vizinho.

- Eu disse meu nome aquela vez, mas provavelmente não deve se lembrar. Sou Jared. - Ainda sorrindo, o de olhos azuis toca na mão duas vezes menor que a dele.

Por um momento o silêncio se faz presente. Kellin se encolhe em seu moletom, envergonhado por estar uma bagunça em frente ao vizinho. Jared o olha de relance, analisando sua expressão cabisbaixa e seus traços faciais que pareciam devastados. O mesmo estava com enormes olheiras, mas ainda assim não ofuscava a beleza das duas orbes. A ponta de seu nariz se encontrava vermelha pelo choro, assim como suas bochechas, e seus cabelos estavam bagunçados, que, na opinião de Jared, o deixava mais adorável.

- Ah, desculpa a pergunta, mas quem pensou que fosse quando entrei? - Pergunta o mais velho quebrando o silêncio.

- Uh, eu pensei que fosse Jeuse. Eu fiquei com muito medo, ele era um monstro e... - Kellin responde sentindo-se desconfortável e desvia o olhar.

- Jeuse não seria seu pai?

- Não. Meu pai era um cara bom, era um verdadeiro pai de família. Aquilo era um monstro. - O menor engole um seco, se segurando para não chorar novamente.

Jared fica um tanto confuso mesmo hesitante em perguntar, contudo sua curiosidade é maior.

- Conversei com ele uma vez. Ele parecia ser legal, mas as aparências enganam, certo?

- Exatamente. - Quinn suspira.

- Você, uh, pediu para que eu não te agredisse ou te batesse. E-ele não fazia isso, fazia? - Jared estava receoso ao perguntar e pela reação do menor, já estava ciente da resposta.

Kellin tentou se segurar mas era visível o quão frágil estava. Então ele só assentiu com um aceno e deixou uma lágrimas escapar, que foi seca logo em seguida.

𝑴𝒚 𝑰𝒏𝒏𝒆𝒓 𝑯𝒆𝒍𝒍 {;𝑲𝒆𝒍𝒍𝒊𝒄;}Onde histórias criam vida. Descubra agora