Fechei os olhos e esperei até que os lábios de Noah encostassem suavemente nos meus. Era um beijo meio nostálgico, me fez lembrar do primeiro, sua mão me puxou para mais perto e senti seus dedos se enroscarem em meus cabelos.
Noah se afastou me fazendo reclamar baixinho. Ele logo sorriu, e acariciou minhas bochechas me olhando nos olhos.
Sua expressão estava serena e divertida. Ele tinha um ar extremamente infantil hoje.
Eu não sabia se devia falar alguma coisa. Tinha medo de estragar todo o clima, eu era boa nisso. Ele também não me pareceu querer dizer qualquer coisa. Seus olhos estudavam milimetricamente meu rosto, o que me fez corar. Ele estava tão perto de mim que sua respiração batia contra meu rosto.
Depois de finalmente constatar alguma coisa que eu não fazia ideia do que era, Noah se levantou me levando junto, e segurando minha mão, começou a andar.
–Pra onde vamos?- indaguei, seguindo seus passos pela rua calma, ao lado da praça.
Noah negou com a cabeça, mantendo um sorrisinho no rosto e olhando para frente. O final da rua dava para uma parte da praia, um pouco mais distante do que a parte que estávamos antes.
–Você não vai falar?
Ele me olhou de soslaio e negou novamente com a cabeça.
Bufei.
–Acho melhor o senhor Knight me contar, ou eu vou bater nele- ameacei divertida dando um soquinho no braço dele.
–Você vai bater no senhor Knight?- ele ergueu uma sobrancelha e riu.
–Você ainda não sabe do que eu sou capaz, senhor Knight- estufei o peito e ergui o braço, mostrando meu hiper bíceps magricelo.
Noah olhou divertido e levou uma mão a boca.
–Oh meu Deus, - ele deu uma cutucada no meu bíceps- isso é de verdade?
–Sim- assenti. – Genuíno e sem bomba.
–Se eu não te contar, você vai me bater mesmo? – ele fez careta.
–Aham- abaixei o braço e empinei o nariz.
Noah sorriu matreiro e me deu um selinho inesperado.
–Vem me bater então, pirralha– ele deu bastante ênfase ao pirralha, e depois saiu correndo, me deixando parada no meio da rua.
Demorei uns segundos para processar tudo e começar a correr atrás dele. Era lógico que ele estava correndo devagar, mas ainda assim era difícil para eu alcançá-lo.
Quando chegamos à praia, larguei meus chinelos na areia mesmo, e continuei correndo em seu encalço. Noah hora ou outra virava para trás e dava um jeitinho de me provocar, me chamando de lerda, ou fraca.
Quando dei por mim, já estava arfante, subindo degraus que eu nem sabia de onde sugiram.
–Anda sua sedentária, vem me bater- ele provocou-me, subindo os degraus de frente para mim, sem nenhuma dificuldade. Sua camisa estava jogada pelo ombro, e ele ria como uma criança.
Aquilo só me deu ainda mais vontade de alcançá-lo, para fazê-lo engolir suas próprias palavras. Ou para fazê-lo desembuchar logo para onde estávamos indo.
–Porque você não me fala essa merda logo?- arfei, encontrando forças sei lá de onde, para continuar subindo os degraus.
–Porque é meio gay.
Noah subitamente parou de subir os degraus, mas como eu não estava preparada para aquilo, e só um degrau nos separava, eu fui de encontro com ele, fazendo nossos corpos se chocarem e ele cair com tudo no chão.
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Do Seu Lado
Teen FictionO que você faria se sua mãe obrigasse você a passar as férias de verão na casa de seu pai? Mas o pior não seria isso, o pior seria que seu pai não estaria em casa para cuidar de você, mas sim o filho de sua madrasta. Pois é, podemos dizer que com a...