A única mais feia da balada.

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Fantasia:

Era uma vez, uma garota que foi para a balada, forçada pelo meio irmão.Lá todos a consideraram a mais bela da face da terra, e viveram felizes para sempre.Fim.

Realidade:

–CORRE MUCHACHO!- gargalhei acelerando ainda mais o carro e deixando o Noah que corria desesperado, ficando cada vez mais longe. Aquelas pernas de girafa dele pelo visto não eram tão rápidas assim.

–PIRRALHA PARA ESSE CARRO AGORA!!!!- gritava correndo na inútil tentativa/esperança de me alcançar.Os braços jogados para cima tentando chamar minha atenção como um retardado. Hilário.

–Não paro nem se...AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!-gritei sentindo o impacto do carro contra alguma coisa, seguido de um grande barulho indefinido.

É, o carro parou.

–MEU CARRO!- gritava a voz chorosa de Noah se aproximando.

Continuei estática pelo susto. Depois de segundos Noah apareceu na janela, com o rosto vermelho de tanto correr, e o suor pingando por seu queixo.

–Você esta bem?- indagou com as mãos na porta.Seus olhos tomados pela preocupação.

–Si-sim, acho q sim...

–Eu não perguntei pra você sua anta, eu perguntei para o meu carro.- disse abraçando o carro de uma forma desajustada.

Isso é sério?

–Hmpf.- Olhei para a cara dele ofendida. Eu havia acabado de bater em alguma coisa e ele nem se quer me olhou.Ele se preocupava mais com o carro do que comigo.

Espera um pouco...

Eu havia batido em algo...

–Noah.- o chamei, temerosa.

–O que você quer?- indagou com uma voz engraçada por estar com a bochecha apoiada contra a lataria.

–Eu bati em alguma coisa.- anunciei engolindo seco.

–Obviame...DROGA!- Noah se sobressaltou olhando fixamente para um ponto a frente do carro.

–O-o que foi?-gaguejei

–Eu acho que to vendo uma perna.- ouvi uma voz feminina soar. Olhei assustada para o lado constatando que essa voz saíra de Noah.Se o momento não fosse tão trágico eu tiraria uma com a cara dele na certa.

–Você acha ou tem certeza?- perguntei sentindo todos os meus pelinhos se arrepiarem.

–Tenho certeza.- a voz feminina soou de novo.

Engoli seco, eu era muito nova para cometer o meu primeiro homicídio. O pior de tudo, eu era muito nova para ser uma assassina.E havia uma coisa mais pior ainda: o Noah poderia não ter dinheiro suficiente para pagar a minha fiança.

–Pirralha, você esta pálida, tipo mais pálida do que você é, se isso é possível. Ta tudo bem?- perguntou Noah agora com sua voz normal.

Ótimo, eu acabara de matar uma pessoa, e o esperto no Noah me perguntava se estava tudo bem.Alguém mais ai acha que ele é acéfalo?

Não me dei o trabalho de responder a pergunta. Apenas abri a porta empurrando Noah para ver com os meus próprios olhos a perna.

De fato havia uma perna visível daquele ângulo, mas não era uma perna humana.

Ok, se você esta pensando que era de um extraterrestre pode ir tirando sua navezinha da chuva.

Aquilo era uma perna de...Uma pena de porco.

Do Seu LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora