Sou como seu irmão mais velho agora.

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Eu gostaria muito de dizer que havia caminhado lentamente, enquanto as pessoas abriam passagem para mim apenas me encarando. Olha, para falar a verdade aconteceu isso, me senti uma verdadeira modelo na passarela, mas como Deus não deve gostar muito de mim, um garoto totalmente atrapalhado adentrou a minha passarela, e eu mais atrapalhada trombei nele. Por sorte da coordenação motora dele nós dois não fomos pro chão.

É, talvez Deus goste um pouquinho porque aquele em quem eu esbarrei era ninguém mais ninguém menos que o garoto do supermercado. Sim, isso mesmo. Aquele que eu cai em cima duas vezes seguidas.

Abri um sorrisão Colgate ao reconhecê-lo e sabe o que ele fez?

Nem me encarou direito, pediu desculpas e simplesmente me deixou lá. É, acho que Deus não gosta mesmo de mim.

Bufei vendo ele sumir entre a multidão, eu esperava pelo menos um “oi”, ou um “você esta bonita”, mas não, ele apenas me largou ali.

–Mal educado, não?- alguém falou no meu ouvido.

–Muito.- respondi me sentindo insegura novamente, se o garoto do mercado que tinha sido legal comigo quando eu ainda não tinha mudado nem me olhou, imagina o Gabe?

(N/A: Coloquem essa música - Adam Lambert - For Your Entertainment)

–Você se importa?- perguntei puxando a bebida da mão da pessoa que se mantinha ali ao meu lado, eu precisava beber alguma coisa para criar coragem de ir até o Gabe.

–Não, magina.- Ele riu enquanto eu entornava toda a sua bebida. Aquela voz...Aquela risada...Arregalei os olhos constatando que era o próprio Gabe.-Você ta bem?- indagou divertido.

Eram aqueles olhos lindos, parecendo chocolates derretidos que me encaravam do jeito que passei a imaginar em meus sonhos desde que o Noah topou me ajudar com ele.

–To.- dei o ultimo gole daquele liquido que descia rasgando pela minha garganta e mantive a pose graças a voz do Noah que soava na minha cabeça dizendo “ seja indiferente, homens gostam disso”. Devolvi o copo vazio para ele e sai andando para testar se isso era mesmo verdade.

–Ei, espera.- senti uma mão me puxando pelo pulso. Bati contra seu peito e ele me olhou de cima rindo.- Pensei que você fosse falar comigo antes de esbarrar naquele babaca.- falou no meu ouvido para que eu ouvisse.

Respira Julia. Agora inspira. Mantenha o controle da situação.

–E por que eu faria isso?- respondi da mesma forma, sentindo a bebida fazer efeito.

–Não sei...Talvez porque essa festa toda seja para mim e a não ser que você esteja de penetra e não me conheça, seria normal que você me cumprimentasse.

Ele estava insinuando que eu era uma penetra?

–Quem disse que não nos conhecemos?- desprendi meu pulso da sua mão e continuei andando. Realmente aquele negocio de ser indiferente dava certo, porque Gabe estava no meu encalço. Continuei andando até chegar a uma piscina infantil cheia de gelo e bebidas. Foi quase um sacrifício achar a coca-cola ali.

–Coca-cola? A qual é, estamos numa festa.Se divirta!- Gabe apontou para toda aquela variedade de bebidas.

–Eu estou me divertindo.- daí um breve sorriso abrindo a latinha.- Pode apostar que estou.

–Se você diz.- deu de ombros, ali o som era relativamente mais baixo então não precisávamos ficar colados um no outro para conversar, o que de certa forma era uma pena.- Nós nos conhecemos da onde? – perguntou ao meu lado, olhando para a pista de dança.

Do Seu LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora