–Você já pode me soltar.- ouvi ele falar com tédio. Achei graça, afinal era ele que havia me abraçado, mesmo que por solidariedade, porque meu estado deveria ser deplorável...Chorando, encharcada, vermelha ...Ih, olha eu ligando pra minha aparência de novo.
Soltei o ex-cabeça-ensebada do Noah e corei sem motivo.
–Então?- ele ergueu uma sobrancelha, me encarando.
–Então o que?-perguntei confusa.Esse idiota achava que eu era capaz de ler mentes.
–Então, como foi? Porque o Gabe deve ter te dado um fora muito feio para te deixar nesse estado...-disse com um sorriso maroto, como se quisesse que o Gabe acabasse comigo.
Revirei os olhos e estufei o peito.
–Para a sua informação o Gabe foi todo condescende para me dar o fora, ok?- Falei como se isso fosse hiper mega fantástico. Nem preciso dizer que foi essa condescencia toda que me deixou irada.
–Ah claro.- Noah revirou os olhos- O que ele fez? Disse que você não era o tipo dele?
Esse bobão andou me espionando?
–É.- admiti meio encabulada.
–Típico do Gabe.- sorriu convencido- Aposto que agora você está com raivinha e quer a minha ajudinha para virar o “tipo “ dele.- Noah falou tudo no diminutivo, ainda dando uma agachadinha para ficar da minha altura, e não satisfeito terminou com um peteleco no meu nariz.
–Lógico que não.-menti, Noah revirou os olhos pela centésima vez.
–Tudo bem, eu vou te ajudar.- murmurou com um fardo fingido.
Sorri grata e o observei atender o celular que eu nem havia escutado tocar.
–Aê garotão!- atendeu animado – é, eu já sei- houve uma pausa onde seus olhos se voltaram para mim e sua expressão se tornou de decepção- Poxa, que legal cara. Tudo bem então, boa sorte!- houve outra pausa e então desligou o celular, ainda com a expressão de decepção.
–O que foi?- perguntei curiosa.
–Não quero mais te ajudar.- murmurou me dando as costas.
–Como assim?- indaguei decepcionada o seguindo para o quarto.
–Gabe vai a um campeonato na Austrália, era isso que ele queria me dizer ontem.- explicou. Deduzi que sua decepção em partes era por que quem iria a Austrália seria ele, se houvesse ganhado a competição.
–Mas o que isso tem a ver com me ajudar?- perguntei confusa.
– Tem a ver que ele vai ficar um mês na Austrália, sendo assim, não tem porque eu te ajudar. Talvez eu te coloque numa escola de natação. – não entendi o sentido de sua resposta, mas o fato de Noah ter se jogado na cama significava que ele não levantaria a bunda dali para mais nada, nem para me ajudar.
Resignada atravessei o quarto e sentei na cadeira de sua escrivaninha, onde também se localizava uma caixa que eu não havia visto antes.
Então o Senhor Ex-cabeça-ensebada havia mesmo comprado com videogame novo?
Pendi a cabeça para o lado, para ver se era aquilo mesmo que estava escrito na caixa.
“Fedex: Console de PS3”
É, era isso mesmo. Eu já tinha visto esse filme antes.
Não pude deixar de sorrir com todas as possibilidades de coisas que eu conseguiria jogando aquele console pela janela.
Levantei sorrateiramente levando a caixa comigo e abrindo a janela, para apoiá-la no batente.
–Noah.- chamei divertida.
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Do Seu Lado
Ficção AdolescenteO que você faria se sua mãe obrigasse você a passar as férias de verão na casa de seu pai? Mas o pior não seria isso, o pior seria que seu pai não estaria em casa para cuidar de você, mas sim o filho de sua madrasta. Pois é, podemos dizer que com a...