Invasão ao laboratório

18 3 0
                                    


"Não consigo me lembrar quanto tempo fiquei desacordado, mas não foi muito tempo. O barulho do alarme de incêndio me fez acordar. Eu abrir os olhos e a primeira coisa que fiz foi colocar a mão na cabeça, senti um liquido escorrendo perto do meu olho esquerdo, estava quente e pegajoso, demorei um pouco a perceber que era sangue".


— Doutor! Doutor! — exclamou Enos. — Você está bem? Consegue me ouvir?
— Eu estou bem Enos. O que aconteceu?
Daniel se apoiou na mesa com os braços e levantou o corpo com dificuldade.

"O alarme de incêndio ficava tocando sem parar, enquanto uma luz avermelhada manchava as paredes brancas daquele lugar. Havia bastante fumaça, mas ainda era possível respirar. Quando olhei para o lado percebi que havia um buraco na parede".


 — Houve uma explosão na sala ao lado. Não consegui identificar o motivo, pois de alguma forma o meu sistema foi bloqueado, e não consigo ter acesso aquela sala.
— E o que fica nessa sala? — perguntou ele, olhando para o buraco na parede enquanto limpava o sangue que havia escorrido.
— É a sala cofre. Lá estão sendo guardadas as amostras do novo soro que vai ser testado daqui a um mês.
— Novo soro? Eu tenho que ir lá.
— É muito perigoso Doutor, não sabemos o que causou a explosão. Pode ser que venham a ter outras, o risco é muito alto.
— Eu sei, mas dentro dessa sala pode ter a cura para a praga. Não vou deixar o fogo destruir anos de pesquisa.
Daniel foi em direção ao buraco na parede. Estava com muita fumaça do lado de dentro, o que tornava muito difícil de enxergar. Ele tapou o nariz e a boca com a sua blusa, fazendo com que inalasse menos fumaça.


"Meus olhos estavam ardendo muito".

Daniel caminhava com cuidado, mas mesmo assim acabou batendo com a perna em alguma coisa.

"Tudo o que eu podia ver era fumaça e fogo, mas mesmo não vendo tenho certeza que minha canela ficou roxa com a pancada, e foi nesse momento que eu a vi. Pisava no chão com sua bota preta de borracha, usava luvas escuras meio desgastadas e em seu rosto estava presa uma mascara com dois pequenos cilindros de oxigênio. Nada que pudesse durar muito tempo, mas pelo seu andar não parecia que ia demorar muito. Possuía uma agilidade incrível, desviava dos objetos no chão, enquanto suas roupas pretas se perdiam na fumaça. E por falar em roupas, vestia uma calça jeans bem surrada, uma jaqueta marrom e uma camiseta preta por baixo. Foi então que eu vi em sua mão algo brilhoso. Ela carregava uma ampola, provavelmente com o novo soro de que Enos havia falado. Então finalmente eu percebi o que estava acontecendo, ela estava roubando a nova fórmula e destruindo todo o resto que sobrou".


— O que você está fazendo?! — gritou ele, mas não houve resposta apenas um olhar frio e seco. — Devolva essa ampola!
Ela usou suas mãos para tirar do bolso um pequeno estojo de metal onde guardou a ampola, e depois disso saiu correndo.


"Meu corpo se moveu sozinho naquele momento, e mesmo ainda um pouco atordoado não hesitei em perseguir a ladra".


Ela fugiu por um outro buraco que levava a uma escada de acesso ao último andar do prédio.
Daniel chegou as escadas e começou a subir.


"Eu podia ver o vulto dela passando pelas escadas. Deviam ser no máximo uns 6 lances, mas na condição em que estava parecia muito mais. Então eu escutei a porta se abrir, ela havia chegado ao telhado ".


Daniel finalmente alcançou a porta e quando abriu viu a misteriosa mulher parada na beirada do telhado.


— Não tem pra onde você fugir! — gritou ele, ofegante.
Ela olhou para ele, deu alguns passos para trás, partiu correndo na direção da beirada do telhado e saltou.

A CIDADE DE LIBRAOnde histórias criam vida. Descubra agora